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Jaime Cimenti

Jaime Cimenti

Publicada em 02 de Janeiro de 2025 às 21:00

Guillaume Musso, mestre do suspense

Angélique é o vigésimo romance do francês Guillaume Musso

Angélique é o vigésimo romance do francês Guillaume Musso

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Jaime Cimenti
Angélique (L&PM Editores, 224 páginas, R$ 74,90, tradução de Julia da Rosa Simões) é o vigésimo romance do francês Guillaume Musso, apontado, com justiça, pelo The New York Times como o mestre francês do suspense. O La Repubblica chamou Musso de o rei da literatura noir europeia. Seus livros, especialmente o grande sucesso E depois... foram traduzidos para 47 países. E depois foi levado para o cinema com o título Depois de partir, estrelado por Romain Duris e John Malkovich.
Angélique (L&PM Editores, 224 páginas, R$ 74,90, tradução de Julia da Rosa Simões) é o vigésimo romance do francês Guillaume Musso, apontado, com justiça, pelo The New York Times como o mestre francês do suspense. O La Repubblica chamou Musso de o rei da literatura noir europeia. Seus livros, especialmente o grande sucesso E depois... foram traduzidos para 47 países. E depois foi levado para o cinema com o título Depois de partir, estrelado por Romain Duris e John Malkovich.
Em Angélique Musso apresenta toda sua habilidade com a linguagem e com a criação de personagens e enredos, envoltos em fantasias, mentiras e verdades, em meio a dezenas de referências literárias e cinematográficas de grandes nomes da literatura e do cinema mundial.
Partindo de um encontro fortuito entre uma adolescente melancólica e um policial ressentido, Musso constrói uma história em busca da verdade, trabalhando com vários ângulos narrativos e mostrando até onde chega a violência e a solidão humana, revelando que não se pode confiar em ninguém, nem em nós mesmos.
Depois do ataque cardíaco em Paris, no Natal de 2021, o depressivo e mal-humorado Mathias Taillefer acorda no hospital ouvindo Louise Collange tocando Schubert no violoncelo. Ela descobre que ele é policial da delegacia de homicídios, e pede a ele que investigue um caso especial: a morte de sua mãe, ex-estrela do balé clássico que, segunda a polícia, morrera de forma acidental.
A investigação vai mostrar zonas sombrias das mentes das pessoas e os leitores vão refletir sobre a vida que gostariam de levar, o amor que poderiam ter conhecido e a pessoa que gostariam de ter sido. O autor presta homenagens, digamos, pós-modernas a clássicos autores policiais como Patrícia Highsmith e Georges Simenon e a imortais da literatura universal como Shakespeare, Flaubert , Dumas e Louis-Ferdinand Céline .
Os leitores que já conhecem Musso vão gostar da obra e os novos leitores também.
 

Lançamentos

Atos humanos (Todavia, 192 páginas, R$ 51,00), de Hang Kang, Nobel de Literatura de 2024, autora de A vegetariana e O livro branco, é um romance inspirado nas atrocidades de 1980 na Coréia do Sul e traz um mosaico de vozes e pontos de vista sobre a tragédia que vitimou milhares de pessoas.
O palhaço e o psicanalista (Paidós, 256 páginas, R$ 52,00), de Christian Dunker, psicanalista e professor da USP, e Cláudio Thebas, palhaço, professor e educador, num encontro inusitado, traz experiências, testemunhos, casos e reflexões filosóficas sobre escutar a si e aos outros.
O hóspede misterioso (Editora Intrínseca, 272 páginas, R$ 62,00), de Nita Prose, autora de A camareira, best-seller do The NY Times, traz Molly Gray, camareira-chefe do Regency Grand Hotel, às voltas com um crime dentro do hotel em que trabalha, envolvendo um famoso escritor, conhecido dela.
 

Depois de 2024, o ano que foram muitos... 2025

Como disse em 1982 o Rubem Braga, o Sabiá-Rei da crônica, ultimamente têm passado muitos anos. Eles seguem passando, Mestre, cada vez mais rápidos, furiosos, barulhentos, carregados de milhões de palavras, sons, imagens, tiros, noticiário com sangue real e sangue fake, dezenas de guerras pelo planeta, polarizações por vezes só com polos autoritários negativos, desastres ecológicos, discussões estéreis e infindáveis nas redes sociais e outras muitas cositas e mazelas mas. Sim, algumas pombas da paz ainda conseguem voar e nem tudo está perdido.
Para não dizer que não falei de flores, lembro à moda dos dinossáuricos hippies, do poder da flor, flower power e do grupo musical gaúcho Uma mordida na flor, tipo assim anos setenta, no Encouraçado Butikin, que renasceu este ano, feito uma fênix, na Indepê. Tempos de paz e amor, faça amor não faça a guerra e tempos em que se podia dizer que era proibido proibir sem necessariamente ir em "cannes". Tempos de censura um pouco mais branda, mas já mudo de assunto. Um amigo meu achava umas coisas e agora não acho meu amigo. Piada velha atual.
Enquanto houver uma flor, uma pessoa, um gole de água e uma história para contar no planeta o mundo não acaba. Apocalipse, fim do mundo, romances distópicos, Nova York em ruínas, deserta ou só com um zumbi e um cachorro louco sobreviventes, profecias de Nostradamus e outros leros de arautos que gostam de anunciar o fim do mundo são mais velhos do que andar a pé.
Não nos assustemos, dizia Honório Lemes. Se a bala vier por baixo... 2024 foi o ano em que os rio-grandenses se uniram para reconstruírem a si mesmos e ao Estado,sem esperar muita ajuda da União e dos outros.
Depois dos acontecimentos em Brasília em 8 de janeiro, das crises políticas e econômicas, dos desastres da natureza no Brasil e no mundo, das derrapadas da Selecinha Brasileira, das eleições norte-americanas e outros fatos, andam dizendo que 2024 foram muitos anos, ansiosos e trepidantes, e que será desses anos que nunca terminam, como 1968, por exemplo, que segue incendiando Paris e outras localidades. Sim, tivemos a Rebeca e colegas brilhando nos Jogos Olímpicos de Paris e Vinicius Junior decolando melhor do que os foguetes do Elon Musk, que, aliás, decolou na política dos States feito um furacão.
Em 2024 Dalton Trevisan, o "vampiro de Curitiba" nos deixou de modo tão discreto como gostou de viver e mostrou que a reclusão pode ser ótimo instrumento de promoção, sem necessidade de entrevistas, fotografias, aparições e performances dentro e fora das mídias. Digamos que ele foi o último cidadão privado. Deve estar conversando com J. D. Sallinger (O apanhador no campo de centeio), que tinha privacidade até que sua esposa, que o deixou, escrevesse um livro contando intimidades.
2024 foram muitos, tal e qual Fernando Pessoa.

A propósito

Desejo a todos um ótimo 2025 com tudo o que Harvard, depois de longas pesquisas, entende que seja o indicado para uma vida mais longa e feliz: conhecer a si mesmo e aceitar imperfeições, conviver bem com a família, os amigos, colegas, colaboradores e prestadores de serviços, dormir bem, alimentar-se corretamente e fazer exercícios.
Trabalhar e se ocupar, mesmo depois da aposentadoria, tipo japonês, é bom. Desejo um ano novo mais íntegro. 2025 não precisa ser tantos. Desejo que a gente siga se encontrando. Viva 2025!
Jaime Cimenti
 

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