Todo mundo pensa que o fracasso é o oposto do sucesso. Uns tentam evitar o fracasso a qualquer custo e outros pensam que é até desejável falhar. O certo é que ninguém diferencia o erro bom do ruim. Daí, segundo alguns, perdemos a chance de falhar bem. Há quem pense que aprendemos mais com erros do que com acertos.
O jeito certo de errar - Como as falhas nos ensinam a prosperar (Editora Intrínseca, 352 páginas, R$ 48,00) da celebrada Amy C. Edmondson, professora premiada da Harvard Business School, que há mais de vinte anos desenvolve pesquisa sobre segurança psicológica, mostra que todo mundo erra, mas que falhar pode nos levar a uma vida mais feliz e bem-sucedida, desde que se aprenda a lidar com nossos próprios erros.
O livro foi eleito o livro do ano de 2023 pelo Financial Times e tem sido apontado como um dos melhores guias para aprender a partir dos nossos erros. Amy apresenta três arquétipos de falha - básica, complexa e inteligente. Ela faz uso de casos reais ocorridos no mundo dos negócios, na cultura pop e ao longo da história e compartilha técnicas que vão ajudar a maximizar os resultados positivos que podem surgir de todo tipo de deslize.
Ao fim e ao cabo a autora demonstra que o verdadeiro crescimento pessoal só é possível quando transformamos vergonha e culpa em curiosidade. Na primeira parte do volume a autora trata do cenário das falhas, do fato de que errar é humano e fala da "tempestade perfeita". Na segunda parte do volume a professora mostra como se pratica a ciência de falhar bem, conhecendo o inimigo, os contextos e consequências e prosperando como um ser humano falível.
Amy é considerada uma das maiores intelectuais do mundo da gestão e o mérito de seu livro é, justamente, propor uma nova perspectiva sobre a falibilidade humana. Seus trabalhos têm sido publicados no The New York Times, The Wall Street Journal, Financial Times e Harvard Business Review. Ela foi eleita pela Thinkers50 como a melhor pensadora de gerenciamento no mundo em 2021 e 2023.
- Grupo Palmares – De Porto Alegre ao Dia Nacional da Consciência Negra – Inverso da história por um dos fundadores (Editora Bestiário, 136 páginas), de Antônio Carlos Côrtes, consagrado advogado, psicanalista e autor de cinco livros, faz um amplo histórico de sua vivência, relatando lutas, dificuldades, superação de obstáculos, vitórias e mostrando seu otimismo.
- IAfique-se ou Morra – Como fazer a inteligência artificial trabalhar para você (DVS Editora, 240 páginas), de Rodrigo Nascimento, CEO da Buscar ID, que criou a idfy, inteligência artificial que permite conversar com seus dados e obter análises em tempo real, mostra que você não será substituído por uma IA, mas por pessoas que sabem usá-la.
- Garibaldi – Histórias de Nossa História (200 páginas, Edição da Autora), da experiente jornalista Priscila Boeira, especialista em cultura e história da Serra Gaúcha, retrata, acima de tudo, as pessoas que deram a vida por Garibaldi e que merecem ser lembradas. A obra vem na boa hora que comemora os 150 anos da Imigração Italiana no RS.
Lá por março ou abril de 1994 eu caminhava no Parcão com o amigo Mércio Tumelero. Bondoso, ele disse que eu escrevia bem e convidou para escrever no Jornal do Comércio. Me atrevo a pensar que ele não se arrependeu e sempre vou agradecer pelo espaço que me abriu e que procuro ocupar da melhor maneira possível. Iniciei colaborando com artigos que o Plínio Dotto, editor de Opinião, publicou.
Lá por dezembro de 1994, ingressou no JC o saudoso jornalista Jefferson Barros como editor de Cultura e me convidou para assinar uma coluna de Livros. A primeira foi publicada em 30 de dezembro de 1994 e, desde então, a coluna seguiu, semanalmente, escrita por mim, sem qualquer interrupção. Está completando 30 anos. Na semana que eu tive pneumonia, a querida Mônica Kanitz escreveu a página.
Quando Jefferson se afastou, Beta Timm foi editora de Cultura. Pouco depois, a experiente e competente jornalista Maria Wagner assumiu a editoria. Em 1996, sob sua batuta, foi criado o caderno Viver, que segue firme e forte, rumo aos 30 anos. Durante 15 anos, tive o prazer de conviver otimamente com Maria, com quem muito aprendi. Ela pediu que eu escrevesse uma crônica-artigo toda semana e a melhor maneira de agradecê-la é seguir escrevendo.
Nesses 30 anos, foram destacados em torno de 6.240 livros e publicadas em torno de 1.300 crônicas sobre temas como comportamento, política, artes, cultura e fatos do cotidiano. Sob a inspiração dos grandes jornalistas P.F. Gastal e Danilo Ucha, entre outros, a coluna é plural, diversa e democrática e divulga obras de novos autores ao lado de nomes consagrados. A página Livros, com ênfase na informação, abre espaço para obras locais, de outros estados e de países estrangeiros, procurando atualizar os ilustrados e conceituados leitores do JC.
Mônica Kanitz, Cristiano Dias Vieira, Carol Zatt foram meus editores, aos quais agradeço por tudo. Atualmente, estou sob a liderança do antenado, simpático e eficiente Igor Natusch, ao qual também agradeço.
A coluna Livros procura seguir os princípios do JC, o noventão lépido e faceiro, que sempre zelou pela democracia, pelo respeito à economia de mercado e pelo atendimento aos clássicos e bons mandamentos do melhor jornalismo praticado no mundo.
O livro impresso segue como uma das maiores invenções da humanidade e, hoje também em versão eletrônica, segue como meio inconfundível de educação, informação e entretenimento. Ao completar 30 anos de circulação ininterrupta, a página Livros espelha tudo isso e credita sua longevidade aos méritos das obras que vão encantando gerações e gerações.
Ao lado dos clássicos e de autores consagrados, fico feliz em divulgar novas obras e autores e constatar que o universo do livro é livre e infinito, possibilitando aos seres humanos buscar infindáveis experiências.
Enfim, meio pretensioso, disse que esses são meus primeiros 30 anos no JC. É que, modestamente, espero viver mais 30 anos, chegando aos 100; e aí, quem sabe, completo 60 anos com meus queridos, inteligentes e pacienciosos leitores. Pretensão e água benta, cada qual toma a que quer...
Meu desejo é que a página Livros venha a divulgar, com a maior brevidade possível, obras que mostrem um Brasil e brasileiros compondo uma verdadeira, desenvolvida, democrática, livre e moderna nação. Livros que não sejam objeto de censura e que sigam as melhores tradições universais. Livros com boas histórias e inspirações. (Jaime Cimenti)