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Jaime Cimenti

Jaime Cimenti

Publicada em 17 de Outubro de 2024 às 19:35

Os Orléans e Bragança no exílio

segredos de uma família imperial

segredos de uma família imperial

EDITORA PLANETA/DIVULGAÇÃO/JC
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Jaime Cimenti
Segredos de uma Família Imperial - A vida da Princesa Isabel, de Gastão Conde d´Eu e dos príncipes D. Pedro, D. Luís e D. Antônio no exílio (Planeta, 240 páginas, R$ 61,70), de Mary Del Priore, consagrada historiadora, ex-professora da USP e da PUC-Rio, autora de mais de cinquenta livros e premiada no Brasil e no exterior, mergulha na trajetória íntima e pública dos Orléans e Bragança no exílio na Europa, após a Proclamação da República em 1889.
Segredos de uma Família Imperial - A vida da Princesa Isabel, de Gastão Conde d´Eu e dos príncipes D. Pedro, D. Luís e D. Antônio no exílio (Planeta, 240 páginas, R$ 61,70), de Mary Del Priore, consagrada historiadora, ex-professora da USP e da PUC-Rio, autora de mais de cinquenta livros e premiada no Brasil e no exterior, mergulha na trajetória íntima e pública dos Orléans e Bragança no exílio na Europa, após a Proclamação da República em 1889.
Mary foi colunista do jornal O Estado de São Paulo por dez anos e é sócia do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, entre outras atividades relevantes. Com seu estilo inconfundível e com a linguagem saborosa, rigorosa mas não acadêmica que a consagrou, entre os relatos e registros oficiais, explora a história bem de perto, a chamada "pequena história", ao lado dos grandes acontecimentos públicos. Ela mostra os Orléans como eles realmente eram e revela sua humanidade .
Depois da rapidez do golpe republicano, que não deixou a família imperial sequer reagir, a Princesa Isabel teve sua felicidade e sua tranquilidade acabadas e escreveu, no novembro seco e sem chuvas, "hoje se deu a maior infelicidade de nossa vida". Tudo foi rápido e o aconchego das casas, o convívio com os amigos e a vida feliz dos Orléans foi transformada em exílio, desterro, deportação. Palavras que não constaram dos registros oficiais, mas que se aplicam para eles e seus anos de exílio na Europa.
A Princesa Isabel, o esposo e os filhos se adaptaram aos duros tempos de exílio, tiveram que recomeçar a vida. Os historiadores ensinam que determinismos sociais, custos da mobilidade , o peso dos fatos passados e a condição de destronados construíram as biografias dos Orléans. Isabel era boa, praticava caridade, rezava muito e tinha fé. Desde pequena frequentava asilos, distribuindo boas ações.
A obra traz os acontecimentos dos bastidores do 15 de Novembro de 1889 com riqueza de detalhes, e mostra as transformações que ocorriam e a forma repentina e tumultuada com que a família imperial foi tirada de cena.
 

Lançamentos

o homem quer ser deus

o homem quer ser deus

EDUCS/DIVULGAÇÃO/JC
Vermelha Imperatriz (Pallas Editora, 432 páginas, R$ 118,00), de Léonora Miano, romancista camaronesa premiada com o Goncourt em 2006, traz o casal Boya, professor universitário, e Ilunga, chefe de Estado unificado, vivendo um amor antinatural e proibido em Katiopa, continente africano rico e autossuficiente. Miano é grande voz de literatura em francês e escreveu vinte obras publicadas em muitos idiomas.
Vou te contar (DW Editora, 78 páginas), da escritora Denise Weinréb, gestora cultural e autora de obras de literatura infantil, apresenta 42 contos com temas urbanos diversos, desde futebol a encontros amorosos, com linguagem ágil, econômica e intensa, que desperta a curiosidade e a atenção dos leitores. Apresentação de Guto Leite, escritor , professor de literatura da Ufrgs e compositor.
O Homem quer ser deus (EDUCS, 192 páginas), do grande engenheiro, advogado e empresário Dagoberto Lima Godoy , autor de obras de política, direito e economia, fala, com clareza e profundidade, de nosso mal-estar civilizacional com tanta ciência e tecnologia . A física quântica e as sabedorias ancestrais orientais mostram a evolução contínua. Ela será completa quando o ser humano se transformar em divino, superando as limitações do ego, diz Godoy.
 

Na minha farmacinha ou na sua?

- Olá, você é a nova vizinha do 602?
- Sim, você é do 604?
- Isto. Muito prazer, Artêmio. Não quero ser invasivo, mas acho que o cachorro do vizinho do 606 mordeu seu saco de lixo e aí fui consertar o estrago e vi muitas caixas de remédios. Fiquei preocupado.
- Não se preocupe, eu e a torcida do Flamengo tomamos vários remédios por dia, uso contínuo. Disse para meu médico que estava tomando remédios demais e ele disse que estava muito bem medicada. Por ele, não é? Aí mudei de assunto. É meu médico há quarenta e dois anos, adoro ele. Confio nele, literalmente, até a morte. Ele disse que vou até 102 anos. Mas fico de olho nos laudos evolutivos dos exames clínicos e nos exames de imagem e fico perguntando coisas para o Google e outros médicos, etc.
- Eu também tomo remédios. Para dormir, para acordar, para me acalmar e para não ficar deprimido. Tem os da pressão, do colesterol, do coração, do ácido úrico e um para prevenir diabetes. Parei de usar Ozempic para emagrecer porque não deu certo para mim. É que eu não fechava a boca. Meu endócrino disse que obesidade é doença crônica e nada mal medicação de uso contínuo até o fim. E olha que ele é bem científico, nada negacionista.
- Me disseram que tem um remédio para digerir bem os outros remédios, mas deve ser fake, não é?
- Claro, imagina. Tem um amigo que não toma nada, é magro de ruim, fica se gabando. Não sei não, mas ele anda com umas olheiras meio estranhas. Não vou me meter, cada louco com sua mania. Disse para ele que quando a solitária da barriga dele der cria, quero um filhote. Esses dias eu estava pensando, de brincadeira, que hipocondria é a única doença que não tenho.
- Eu tenho hipocondria, assumo, tenho muito medo de ficar doente, mas controlo com medicação homeopática e um chá aromático da Jamaica.
- É bom. Minha tia, que não é muito certa, disse que tem médico homeopata, alopata, psicopata e de quatro patas. Ela consulta todos e depois consulta um último para desempatar as opiniões. Ela usa um aplicativo para comparar medicamentos.
- Bah, tem que levar sua tia num psiquiatra, ela precisa de ajuda.
- Pensei nisso, mas não posso levar, porque aproveito alguns remédios e dicas dela .
- Faz sentido. Minha avó mistura medicina oriental com ocidental, tem vários médicos e está encantada com medicina ayurveda e medicina de povos indígenas e africanos.
- No fundo, como dizia meu pai, o melhor médico da gente é a gente mesmo. Mas não podemos abrir mão dos queridos médicos e desses remédios e tecnologias fantásticos. Falei para o meu médico que, enquanto ele me mantiver vivo, eu irei vê-lo umas duas vezes por ano, pelo menos. Ele disse que o trato era razoável. Disse para ele se cuidar. Ele disse que vai morrer primeiro do que eu, só para me assustar um pouco. Mas ele já não me assusta como antigamente. De mais a mais, se ele morrer tem o filho dele, médico, que pode me cuidar.
- É isso mesmo, não podemos nos assustar muito .

A propósito

- Acho bom tomar remédios, ficar bem, envelhecer com saúde e dignidade. Só acho que os laboratórios poderiam dar umas viagens e brindes para os pacientes que consomem remédios de uso contínuo diariamente, anos e anos, décadas.
- Verdade. Eles vêm com a história de descontos, programas de fidelidade e tal, mas bem que eles poderiam repassar ao menos um pouco dos lucros milionários para os fiéis usuários dos medicamentos.
- É mesmo, além de defender os frascos e comprimidos, as distribuidoras, farmácias e laboratórios poderiam dar uma colher para os pacientes.
- Conversa está ótima, mas vamos continuar na minha farmacinha ou na sua?
(Jaime Cimenti)
 

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