Para entender nossa tumultuada era polarizada e instável, só estudando as origens de tanta fúria populista, fraturas ideológicas, guerras e de um sistema internacional repleto de riscos catastróficos. Há conexões entre as revoluções do passado e as das últimas décadas, consideradas as mais revolucionárias da história moderna.
Era das revoluções: progresso e reação de 1600 até o presente (Editora Intrínseca, 384 páginas, R$ 89,90), do celebrado jornalista Fareed Zakaria, apresentador do principal programa sobre questões internacionais da CNN e colunista do Washington Post, traz três revoluções dos últimos cinco séculos e quatro revoluções atuais.
Autor de quatro best-sellers do New York Times, incluindo Dez lições para o mundo pós-pandemia, publicado no Brasil pela Intrínseca, traz as mudanças nos Países Baixos no século XVII, que criaram a política como a conhecemos e tornaram o pequeno país o mais rico do mundo. Fareed fala da Revolução Francesa que destruiu seus filhos ideológicos e deixou um legado sangrento que nos assombra até hoje.
A Revolução Industrial catapultou a Grã-Bretanha e os Estados Unidos para o domínio global. Globalização, tecnologia, identidade e geopolítica são as quatro revoluções atuais analisadas por Fareed.
"Nossa época é revolucionária no sentido em que comumente se utiliza a palavra. Para onde quer que se olhe, é possível ver mudanças radicas e drásticas. Um sistema internacional que parecia estável e familiar está mudando depressa, com os desafios de uma China em ascensão e uma Rússia revanchista. No seio das nações, vemos uma destruição total da velha ordem política, enquanto novos movimentos que transcendem a tradicional divisão esquerda-direita ganham espaço. No âmbito econômico, o consenso surgido após o colapso do comunismo em relação aos livres mercados e ao livre-comércio foi derrubado, e é grande a incerteza quanto a como as sociedades e as economias devem navegar essas águas não exploradas. Como pano de fundo para tudo isso está o pleno florescimento da revolução digital e a chegada da Inteligência Artificial, com consequências novas e disruptivas", diz Fareed.