Zygmunt Bauman e as fronteiras da pós-modernidade

Leia a coluna de Jaime Cimenti para o Jornal do Comércio

Por Jaime Cimenti

Zygmunt Bauman (1925-2017), polonês, filósofo, sociólogo e professor emérito de sociologia das Universidades de Leeds e Varsóvia, alcançou incrível notoriedade internacional com análises do mundo contemporâneo, e a Unesp publicou dele Hermenêutica e ciência social: abordagens da compreensão e Para uma sociologia crítica: Um ensaio sobre o senso comum e a emancipação.

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Lançamentos

O essencial Chomsky - Noam Chomsky (Editorial Crítica-Planeta, 656 páginas, R$ 149,90) traz 25 ensaios do grande pensador e professor do MIT, com organização de Anthony Arnove. Chomsky escreveu sobre B.F. Skinner, mídia corporativa e intervencionismo norte-americano, economia política e direitos humanos.
Racismo Woke (Avis Rara-Faro, 192 páginas, R$ 49,90), de John McWhorter, professor da Columbia University , autor de mais de vinte livros e articulista de jornais, mostra como a militância traiu o movimento antirracista. John diz que o problema está travestido de uma forma bem-intencionada, mas perniciosa de antirracismo, deixando de ser ideologia progressista para ser uma religião ilógica e inalcançável.
Arte contemporânea em três tempos (Autêntica, 176 páginas, R$ 44,90), de Ricardo Fabbrini, professor da USP, autor de O espaço de Ligia Clark e A arte depois das vanguardas e articulista, traz três ensaios sobre a arte dos anos 1970/2020, com as principais linhas de força do debate estético atual. Fim das vanguardas,pós-modernismo, arte relacional e outros temas estão no livro.
 

A comida amorosa e afetiva de Juliana Gueiros

O mundo da culinária é milenar, infinito, e a história da culinária é um dos capítulos mais importantes e saborosos da história da humanidade. Ferran Adrià, criador do célebre restaurante espanhol elBulli, que hoje é o museu elBulli1846, certa vez fechou o restaurante e saiu pelo mundo para saber de "uma nova maneira de cozinhar arroz"... A busca humana por alimentos, informações, técnicas e inovações culinárias é infindável. Comer é o primeiro e o último prazer das pessoas.
Na cozinha (Editora Intrínseca, 352 páginas, R$ 99,90), da chef de cozinha Juliana Gueiros, formada em 2013 entre os cinco primeiros colocados pela lendária Le Cordon Bleu Paris em Cuisine e Pâtisserie, apresenta técnicas de culinária, comentários sobre gastronomia e 150 receitas, envolvendo desde grãos a doces, passando por saladas, caldos, sopas, ovos , massas, molhos e derivados, peixes e frutos do mar, frango e carnes.
Não existem dois livros de culinária iguais, e cada chef tem seus segredos e revelações. Depois de morar em seis países e trabalhar em restaurantes internacionais como o Hart Bageri (do grupo Noma, de Copenhagen) e o Lazare em Paris, Juliana passou a postar, durante a pandemia, suas receitas no Instagram e a fornecer pratos para os amigos. Hoje são mais de 200 mil seguidores. Juliana foi criada na bancada da cozinha e preparou sua primeira refeição sozinha aos sete anos. Juliana cursou Administração e aprendeu sobre os aspectos burocráticos da gastronomia. Hoje, aos 26 anos, segue pensando, depois de quase duas décadas de intimidade com os alimentos e de ter transformado a paixão pela culinária em propósito de vida, que cozinhar é um ato de amor, cuidado, dedicação e carinho que muitas vezes dividimos com aqueles que mais amamos no mundo.
Na introdução, Juliana escreveu: "Na cozinha francesa clássica, a maioria das receitas é feita de forma extremamente precisa e meticulosa. Na cozinha de casa, acho que grande parte da graça está na liberdade: poder experimentar ,ajustar e alterar de acordo com o que gostamos ou até mesmo com o que temos na despensa de casa. Na confeitaria, a precisão será grande aliada. Quis trazer para este livro técnicas e práticas a fim de que você ganha cada vez mais confiança para brincar e saborear esse fantástico mundo que é a gastronomia. E não só isso: meu desejo é que você tenha o prazer de compartilhar amor e afeto em forma de comida."
O volume tem lindas e apetitosas fotos em cores e ensinamentos sobre compra de frutas e verduras, formas de cortar os alimentos, dicas sobre molhos, massas e saladas e um capítulo muito especial sobre o ovo, que, para Juliana, é "o ingrediente mágico da gastronomia." O último dos doze capítulos do livro apresenta doces brasileiros e estrangeiros, e Juliana salienta que é inegável que a cultura brasileira de sobremesas é única - e, por conta disso, ela quis trazer nossos bolos e doces para a obra.
 

A propósito

Realmente, o livro de Juliana e a forma como ela vive a gastronomia nos inspira a pensar que cozinhar para alguém é dos atos mais amorosos e afetivos que podemos praticar para nós mesmos e, principalmente, para a família e os amigos. Existem alimentos e pratos sofisticados, existem receitas simples e complicadas. Os grandes chefs de cozinha, nas horas de folga, adoram comer feijão com arroz, bife, ovo em cima do arroz, salada e batata frita, que de preferência lembrem a mãe, o pai, os irmãos, os avós, os tios e os amigos. Meu pai dizia: tão importante quanto o que tu comes, é com quem tu comes. Mesmo que vá fazer sua comida e comer sozinho, que seja com amor.