Quase morrer duas vezes num dia só é daqueles acontecimentos que deixa arrepiado até quem ouve o causo. Bar Pelotense na rua Riachuelo, metade dos anos 1970. Mesas com armação de ferro finamente trabalhadas, tampa de mármore de Carrara já gastos de tanto os garçons passarem o pano neles. Acima delas, pé direito alto, ventiladores de teto encardidos pelo tempo e pela fumaça de cigarro e gordura que emanava dos pratos. Ventiladores de teto não são uma boa, vocês sabem, esfriam a comida e esquentam o chope.
Era meio-dia de um sábado quando entraram dois senhores e sentaram numa mesa bem abaixo de um desses ventiladores de teto. Dois garçons, o Elpídio, com um reluzente dente de ouro, e o Hugo, que nunca corria nem se estressava fosse qual fosse o movimento. Ele colocava a caneta Bic atrás da orelha, comanda em punho. Então, a caneta voava da orelha e aterrissava na mão direita dele. Certa vez alguém da roda fez um pedido, o doutor Zeca queria um bauru nos mínimos detalhes.
- Hugo, eu quero um bauru de filé, pão cervejinha, só uma rodela de tomate, sem alface, queijo duplo.
Hugo, então, se virou para a escada que dava para a cozinha.
- Fifa, salta um bauru!
O Hugo era assim mesmo, determinismo histórico. Bueno, voltando à vaca fria: os dois senhores pediram chopes ao garçom Elpídio, e pediram pressa. Quando chegaram os chopes, as bolachas nem chegaram a esfriar, porque a dupla levantou os copos em velocidade como se de sede estivessem morrendo. O líquido desceu rápido, medido em glu glu glu, apenas três deles. Ato contínuo, depositaram os copos na mesa.
Neste preciso momento, o ventilador se divorciou do teto e veio abaixo. As pás de metal que cortaram o ar durante dezenas de anos, bateram na mesa de mármore quebrando-a. Incrivelmente, a centímetros dos dois. Ficaram na posição Mandrake, estáticos, rodeados de cacos do tampo.
Após algum tempo de estresse pós-traumático, um deles se virou para quem estava no bar. Contou que saíram de Camaquã e que, na entrada da BR, veio uma carreta desgovernada e arrastou o Opala em que estavam até prensá-lo contra o muro de uma casa, destruindo toda a dianteira do volante da direção até o para-choque dianteiro. Ficaram a centímetros da morte. O motor rachou ao meio.
- Então - falou o outro - resolvemos comemorar a nossa sobrevivência na Pelotense, quando vem mais essa.
Depois de fazer o sinal da cruz, Elpídio pegou vassoura e pá para recolher os restos mortais do infeliz mármore e do seu assassino. Foi então que o doutor Zeca tomou a palavra.
- Olhem, não me levem a mal, mas antes de tomar meu rumo gostaria de saber para que lado ou bar vocês vão.
Engana-se quem pensa que os maiores devedores devem somas altas. Mas não mesmo. Segundo a Serasa, 25,53% das dívidas dos gaúchos têm valor abaixo de R$ 100,00 - são 1,3 milhão de consumidores no Estado. No País, 137 milhões de dívidas não ultrapassam o valor de R$ 100,00.
A Fiergs lança na próxima terça-feira, às 12h, a série de eventos denominada INDX. Sempre com um convidado especial - que no primeiro evento será o governador Eduardo Leite (PSDB) -, objetiva trocar ideias com os convidados para promover o diálogo e a conexão da sociedade com a indústria.
O publicitário-marqueteiro João Santana, que conduziu a campanha vitoriosa de Lula em 2006, deu extensa entrevista para O Globo. Nela, diz que algumas pesquisas qualitativas já na campanha de 2022 mostravam um certo cansaço dos próprios eleitores do Lula com ele. Ele reconhece que, agora, a missão de tirar o petista do buraco da baixa aprovação é mais complexa do que no passado.
Santana acha que já em 2022 havia desconforto com o tom da voz de Lula, com a postura corporal. Pode estar havendo uma fadiga de material, falou. Em outro trecho, disse que desde o início do mandato, Lula preferiu um jogo de transferir culpas. Escolheu os juros e Roberto Campos Neto como alvos. Também ficou perturbado com o 8 de janeiro. E um recado aos marqueteiros: não se apaixonem pelo cliente.
A propósito da nota sobre as estripulias sonoras dos motoboys com suas descargas abertas, a EPTC informa que se trata de uma infração grave e que vem atuando para coibir essa prática (artigo 203 do CTB). No ano passado, foram 2.606 autos de infração enquadrados neste artigo.
Para
despoluir o Arroio Dilúvio e torná-lo limpo, como quer a prefeitura de Porto Alegre, precisa primeiro evitar que despejem esgoto e toda sorte de coisa ruim nele. Há anos sabíamos que até hospitais e indústrias de fundo de quintal despejavam nele seus dejetos.