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Fernando Albrecht

Fernando Albrecht

Publicada em 30 de Janeiro de 2025 às 19:02

Uma pegadinha nas esquinas de Porto Alegre que leva ao YouTube

Mauro Belo/Especial/JC
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Fernando Albrecht
Pode ser visto em várias esquinas da Cidade Baixa. Óbvio que os passantes e motoristas ficam curiosos com a pergunta e entram no endereço do YouTube para saber o que vai acontecer, saindo frustrados. Nada. A tela apenas repete a pergunta "O que vai acontecer em 22/06/27". Espertinho, o rapaz.
Pode ser visto em várias esquinas da Cidade Baixa. Óbvio que os passantes e motoristas ficam curiosos com a pergunta e entram no endereço do YouTube para saber o que vai acontecer, saindo frustrados. Nada. A tela apenas repete a pergunta "O que vai acontecer em 22/06/27". Espertinho, o rapaz.
 

Do chumbo ao GPT

Assim como existe gente que atravessou duas Guerras Mundiais, eu me considero um sobrevivente dos tempos do jornalismo heróico até as firulas e plataformas, que permitem melhorar tudo, desde que se tenha uma base cultural sólida. Caso não a tenha, é o mesmo que ser atendente de uma birosca de fim de linha que pensa que sabe, mas nada em um aquário muito pequeno e não sabe nada.
Bem, atravessei incólume as três grandes fases do jornalismo moderno. Antes que alguém faça graçola dizendo que sou do tempo do Gutenberg, respondo que sim, foi meu tio, infeliz. Em 1968, no começo de tudo, peguei as linotipos usadas para a chamada impressão a quente, gigantescas máquinas de escrever que usavam chumbo derretido para formatar as letras e frases para posterior impressão. Para os operadores destas máquinas havia o risco de contrair a doença chamada saturnismo, porque o chumbo tem ponto de fusão baixo e os vapores entram na circulação sanguínea e se alojam nas articulações e terminais do corpo. Um inferno, cuja única prevenção até por aí era beber dois litros de leite por dia. Felizmente, para nós jornalistas, esse risco era remoto, porque se trabalhava longe das linotipos. Mas que dava um medinho, lá isso dava.
A segunda fase começou aqui na virada para a década de 1970, com a chamada impressão a frio, sistema off set que dispensava essa coisarada toda de linotipos. Ela teve vários aperfeiçoamentos até meados dos anos 1980, quando aos poucos as redações informatizaram o sistema. Parecia um computador de hoje, com a diferença que ainda não existia a internet, então, era uma máquina de escrever eletrônica cujos textos iam direto para a composição. Queimava etapas uma barbaridade. A tela podia ser repartida ao meio, e na outra metade entravam as agências de notícias, facilitando a transposição de textos.
Já foi uma grande novidade. Na época não se imaginava que haveria um computador para cada pessoa e muito menos celular e smartphone. Em meados dos anos 1980, o presidente da então poderosa IBM, hoje reduzida a um trapo perto do que foi, veio a Porto Alegre. Na entrevista coletiva, perguntei a ele se o advento do computador eliminaria o consumo de papel. Ao contrário, falou ele, vai aumentar. O gringo sabia das coisas.
Assim se passaram os anos com aperfeiçoamentos até que surgiu o PC (Personal Computer). O primeiro sistema operacional foi o 262, uma lesma com reumatismo, de tão lento, no final dos anos 1990. Não levou muito e, fiat lux, veio a internet e o site de buscas, o poderoso Google, o salvador. Imaginem o que isso deu de ganho de tempo para os humanos. Quanto tempo, dias, semanas, se gastava indo para bibliotecas, universidades, professores e intelectuais. Tudo substituído por uma frase dedilhada no Google.
Por fim, mas que ainda não chegou ao fim, temos o Chat GPT e a Inteligência Artificial. O Chat é para preguiçosos, burros e analfabetos funcionais. É uma espécie de retrato de parte da sociedade de hoje. Estamos emburrecendo e deixando emburrecer.
Você pode escrever horas sobre Shakespeare sem nem saber quem ele foi. Lamento de um velho ultrapassado? Pode ser. Mas se um dia faltar luz e não tiver bateria, eu me viro, então, eu serei o meu Chat GPT caso alguém com meio cérebro me pergunte quem foi e o que escreveu William Shakespeare, O Bardo.

Boa sacada

A prefeitura de Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo, está investindo R$ 860 mil em 2025. Neste início de ano serão R$ 360 mil para que os 2,8 mil alunos da rede pública municipal possam adquirir o seu material didático. E aí vem o pulo do gato: cada estudante recebe uma espécie de cartão de crédito, o Realiza Mais Educação, para gastar no comércio local, incentivando assim a economia do município.

Salvados da enchente

O presidente do Conselho de Administração da Unimed Porto Alegre, Márcio Pizzato, preside nesta sexta, às 11h, a solenidade de reabertura do Unifácil Farrapos, que foi amplamente afetada pelas enchentes de maio. Fica na avenida Farrapos, 1.602, bairro Floresta.

Contas no azul

Dos anos 1970 à década de 2010, o governo do Rio Grande do Sul teve sucessivos déficits anuais, salvo raras exceções. Pois agora o Palácio Piratini anuncia que, pelo quarto ano consecutivo, o Estado teve superávit. Que siga assim. Só com as contas equilibradas é que dá para pagar fornecedores e servidores em dia, e ainda fazer investimentos públicos, algo impensável em anos anteriores.

Os 18 bilionários

Um levantamento interessante, feito a partir dos dados do Anuário de Investimentos do RS 2024, publicado pelo JC, é que dos 348 empreendimentos mapeados no ano passado, 18 são aportes bilionários. São investimentos que foram anunciados ou realizados em solo gaúcho no ano passado. Matéria no site do JC.

O detalhe que falta

Por enquanto, a Inteligência Artificial e seu filhote Chat GPT não conseguem produzir textos com nuances de ironia e humor. São textos anódinos, limpos como uma UTI e com sensibilidade de retroescavadeira. O que chamamos de estilo desaparece.

Folha corrida

A vereadora da Capital Vera Armando (PP) apresentou projeto de lei para exigir a apresentação de certidão de antecedentes criminais por profissionais e voluntários para atuarem em ambientes como creches, escolas, asilos, instituições de acolhimento e outros serviços voltados a estes grupos de vulneráveis. Vai dar polêmica.

Sonho meu

O presidente Lula (PT) quer se reunir com os supermercados para que eles baixem os preços. Vai sonhando. Não existe essa possibilidade, a não ser em ou outro produto e por tempo determinado. Já foi tentado trocentas vezes no tempo da inflação alta. Aliás, a impressão é que a tropa de choque de Lula entrou em pânico com a queda acentuada da aprovação do governo.

A reforma do Trump

Donald Trump está criando um plano de demissões voluntárias dos funcionários federais. Quer mandar para casa de 5% a 10% dos funcionários. O governo deve economizar até US$ 100 bilhões. O PDV no tempo do governador Antonio Britto (1995-1998) gerou uma onda de Towners que vendiam cachorro-quente.

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