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Fernando Albrecht

Fernando Albrecht

Publicada em 12 de Dezembro de 2024 às 19:13

Pioneirismo da Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre

AJE/Arquivo/Divulgação/JC
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Fernando Albrecht
Em setembro, a criação da primeira Associação de Jovens Empresários (AJE) do Brasil, fundada em Porto Alegre, completou 40 anos. Nesta sexta-feira, a entidade homenageará os ex-presidentes e outras personalidades que contribuíram para a construção da sua história na capital gaúcha. A AJE também realizou o primeiro evento empresarial voltado para debater a reforma da Previdência, em 1993. Da esquerda para a direita: Tarso Genro, que era prefeito de Porto Alegre; Gil Kurtz, presidente da AJE naquele período (c), e Anton Karl Biedermann, então presidente da Federasul.
Em setembro, a criação da primeira Associação de Jovens Empresários (AJE) do Brasil, fundada em Porto Alegre, completou 40 anos. Nesta sexta-feira, a entidade homenageará os ex-presidentes e outras personalidades que contribuíram para a construção da sua história na capital gaúcha. A AJE também realizou o primeiro evento empresarial voltado para debater a reforma da Previdência, em 1993. Da esquerda para a direita: Tarso Genro, que era prefeito de Porto Alegre; Gil Kurtz, presidente da AJE naquele período (c), e Anton Karl Biedermann, então presidente da Federasul.

Imagens e cheiros de São Vendelino

O cheiro de melancia, recém-cortada, o cheiro bom do pão preto ou de milho, que minha mãe assava no forno a lenha, cheiro de rabanada, de gemada com uma gota de baunilha, única comida que eu sabia fazer. Quando caía um temporal daqueles feios, eu e meu cachorrinho cruza de fox com vira-lata nos abraçávamos. Não sei quem mais tremia, eu ou o Tupi. O cheiro do Arroio Forromeco e, sobretudo, cheiro de terra molhada, o cheiro de poeira com gasolina do caminhão do meu pai. As cucas que dona Felicitas Avelina Selbach Albrecht, minha mãe Cita, fazia como ninguém. Meu amado pai veio da Alemanha depois de lutar na I Guerra Mundial em um caça-minas. Foi condecorado, saiu de lá como Franz Joseph e no Brasil virou Francisco José.
Quando chovia, me abrigava no paiol com telhado de zinco, com duas vacas leiteiras e o milho debulhado. Os banhos no Forromeco, o cheiro da água amiga. E do meu mato particular de pitangueiras.
Eu nasci em São Vendelino, vocês sabem, em 12 de abril de 1943. É pequena até hoje, o que é um elogio. Morei lá até os 10 anos e até os 16 passava as férias de verão e inverno na casa do tio Sireno Selbach, que era escrivão. Garanto que lembro da minha infância e adolescência com detalhes. Os livros que eu devorava, os livros escolares do Grupo Escolar, o perfume da minha professora, dona Inês, por quem era apaixonado. O tacho em que se fazia schmier de goiaba e de uva, tarefa que exigia remexer sem parar com uma colher grande de madeira. E a alfafa recém-cortada sendo enfardada em prensa movida por um burro.
A ida para a escola era de um quilômetro. Ia a pé pela estrada de chão batido, a minha bicicleta Hercules era usada para percursos mais longos, um deles até a picada Chico Pedro, hoje Vale Suiço. Meu primeiro nó na cabeça foi porque a Linha Francesa Alta levava esse nome e ficava abaixo que a Linha Francesa Baixa e vice-versa. Descobri o motivo depois de muitas noites insones. "Alta" vinha da enchente, arroio alto, e "Baixa" era região onde a enchente não chegava.
Os bombons que Frau Farah, esposa do pastor luterano, trazia quando visitava a mãe. Contrastava com o funcho que se comia quando tinha dor de barriga. As visitas das primas de Porto Alegre e noitadas jogando jogo de carta chamado Quarteto, víspora (com grãos de milho nas casas), rouba-monte e outros. Na rua, em noites de verão, centenas de vagalumes piscando com olhos fosforescentes, outro tanto de pirilampos (com luz permanente no rabo).
Poucos carros e caminhões passavam na frente da minha casa, mas carroças de boi eram muitas. De vez em quando se ouvia o barulhento motociclo marca Zundapp do ferreiro Harry Seibert indo entregar alguma enxada ou pá para alguém.
No outro lado morava a boos Gretchen, senhora velha, que tinha fama de curandeira. E era boa nisso. Uma jararaca pegou de raspão no meu polegar quando descia de um cinamomo e ela com suas compressas com ervas anulou o veneno. Mas doeu, nossa como doeu! Na cozinha, um azulejo com uma quadrinha que eu adorava.
Dizem que lá fora há um mundo
Mundo estranho que nunca vi
Não interessa o mundo lá fora
Porque meu mundo está aqui
E estava mesmo. Se o perdi fisicamente, no meu coração ele ficará lindo para sempre.

De volta ao passado

O iFood, empresa brasileira de tecnologia, encerra 2024 com 380 mil estabelecimentos cadastrados na plataforma, reflexo da consolidação do delivery como hábito entre os brasileiros. A comida mais pedida continuou a ser o hambúrguer, mas a velha e boa marmita cresceu 18%.

Os vices do passado

Não transmitir o cargo ao vice-presidente não é novidade. Pedro Aleixo não assumiu em 1968, embora Costa e Silva estivesse inabilitado por força de um AVC. Isso ensejou o seguinte comentário do então senador Paulo Brossard: "O marechal Costa e Silva foi afastado da presidência da República em razão de doença e o vice, Pedro Aleixo, não assumiu por motivo de saúde". Lembrança do sagaz leitor Waldyr Borgrs Júnior.

Sacra harmonia

O projeto Sacra Harmonia apresentará o Oratório de Natal, do compositor francês do século XIX, Camille Saint-Saëns, nesta sexta-feira, às 19h30min, no Santuário Santa Terezinha de Porto Alegre, na rua José Bonifácio. Regência de André Delair.

O futuro ao BC pertence

Durante o almoço de fim de ano e perspectivas da economia para 2025 da Federasul (matéria nesta edição), o especialista Fernando Marchet fez uma observação interessante: como a diretoria do Banco Central (BC) vai ser quase toda nomeado por Lula, será que em 2025 as decisões sobre a Taxa Selic estarão alinhadas com o mercado?

No ranking mundial

Com mais de 300 publicações e participações em projetos de estudos clínicos, o oncologista Carlos Barrios da Oncoclínicas Co e diretor do Centro de Pesquisa em Oncologia do Hospital São Lucas da Pucrs, é um dos 14 brasileiros mais citados no mundo no ranking Highly Cited Researchers 2024, da consultoria acadêmica Clarivate Analytics.

Parreiral no cinema

A história da tradicional vinícola gaúcha Casa Perini virou história de cinema. O curta-metragem "Gotas do Tempo", contando a história da vinícola, será passado nos cinemas antes dos filmes e está disponível no YouTube da Casa Perini. Parte do sucesso certamente se deve ao seu excelente suco de uva branco.

Casa alugada

O percentual de brasileiros que vive em imóveis alugados é o maior em 42 anos, diz o IBGE. Já tivemos muito mais pessoas com casa própria, como no tempo do BNH, anos 1970. A caderneta de poupança financiava os imóveis.

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