Olhe bem, olhe de novo e diga quem é o guapo rapaz com estas duas moças. Não reconheceu? É o pintor Vitório Gheno, hoje com 101 anos. "Minha primeira exposição foi na Galeria do Correio do Povo, em 1949. Vendi tudo. Foi meses antes de ir morar e trabalhar em Paris, em 1950". Mais que hoje, o sonho de todos era conhecer a capital francesa, turbinada pelos filmes da década. Como disse Rick, personagem de Humphrey Bogart no filme Casablanca para Ilsa Lund (Ingrid Bergman), sempre teremos Paris.
Já foi ator de comercial de TV, vocês sabem, mas lembrei que também já foi ator de teatro. E precoce. A peça tinha o título "O crime não compensa", coisa mais comum que sorvete de creme. Mas me deem um desconto, afinal eu tinha 13 para 14 anos. No tempo do Ginásio São João Batista, de Montenegro, um colega, o Carlos Alberto de Oliveira, nos garantiu que dava para dar um bom dinheiro, convidando a vizinhança, pais e parentes. Lotaram a plateia, todos os 15 lugares.
Ele mesmo escreveu a peça em três atos, os mais curtos da história da dramaturgia mundial. Fiquei contente que meu papel era de detetive, mas quem matava o criminoso era o Carlos Alberto. Não entendi, mas chefe é chefe. Eu só tinha que me abaixar junto ao corpo estirado no chão - acho que era o meu amigo Laio -, fingir que fechava as pálpebras e dizer uma frase que certamente, pensei eu na época, entraria para a história como o to-be-or-not-to-be de Hamlet, de William Shakespeare, o Bardo. Enchi os pulmões para proferir a frase que me incluiria na história do teatro.
- Pobre homem!
Brilhante, não? Quem sabe algum empresário da Broadway tivesse notícia da minha atuação e me convidasse. Mas ninguém aplaudiu e nem me cumprimentou após o espetáculo. Muito menos pediram autógrafo, para minha desilusão. O que eu sei é que o Carlos Alberto ficou com a metade da renda dizendo que "o teatro", a garagem da casa, era dele. Deduzidas as despesas, como a lata de graxa preta que comprei para pintar um bigode e uma bolacha em formato de estrela para pendurar no peito como se xerife fosse, sobrou dinheiro para comprar uma Coca-Cola, dois quindins e um pastel vendido pelo biscateiro Balaio Bocó.
Cabra interessante ele. Se postava na frente do Clube Riograndense em noites de baile e, na madrugada, aquele cachorro-quente só com salsicha e molho era manjar dos deuses, que carregava em um balaio de vime. Sempre mal-humorado, era alvo de chistes da garotada inconsequente. Um deles pegou o lanche e fez uma pergunta cretina:
- Balaio, qual o tamanho da guampa da cobra?
- Do tamanho das guampas da tua mãe!
E mais não disse nem lhe foi perguntado.
Se não são fracassos da engenharia, são algo de difícil digestão. A ponte sobre o Rio Forqueta, que liga Lajeado a Arroio do Meio, só ficará pronta em 2025. E cá entre nós e as betoneiras, levar mais de um ano e meio para a volta do Trensurb até a Estação Mercado é tão indigesta quanto comer melancia com mocotó de noite.
O Sinepe/RS, o Sindicato do Ensino Privado, completa 76 anos dia 3 de dezembro, mas a data será comemorada nesta sexta-feira. E o Lippert Advogados, fundado pelo advogado alemão Gernot Lippert, completa 60 anos na segunda-feira.
O Grupo TRV, do Vale do Rio Pardo, e a Bripaza, do Vale dos Vinhedos, fundaram a Dois Vales Urbanizadora. As empresas lançam o condomínio horizontal que será no Litoral Norte, o Allegro - Family Resort, ao lado do condomínio Acqua Loko.
O pacote anunciado pelo governo foi um legítimo pastel de vento. O mercado garante que não houve corte de despesas como anunciado. O impacto na Bolsa foi severo e será pior quando a inflação começar a galopar. Bom para quem acredita em Papai Noel e o analisa com a profundidade de uma poça d'água. Pelo menos vão passar um pente fino no Bolsa Família.
Tanto é que ao abrir mão do IR para quem ganha até R$ 5 mil representa uma despesa extra de R$ 45 bilhões ano. Ah, mas os assalariados gostaram, certo? Por enquanto. A inflação está subindo como gato no telhado e já descolou da meta. A inflação é o pior dos impostos. E um pacote embrulhado em demagogia.
Na década passada a onda era malhar. Mulheres e jovens lotavam as academias, e quem não podia ou não tinha tempo comprava halteres para ficar fortão. Hoje, a gurizada se entope de energéticos com marcas como Red Bull e Monster, especialmente. O culto ao corpo e eletricidade extra para o cérebro nunca foram tão intensos.
Em maio de 1976, diversas entidades ligadas à publicidade mandaram confeccionar um monumento com versos de Luiz Coronel em homenagem ao presidente John Kennedy. O publicitário João Firme pensou em convidar o futuro ministro de Donald Trump, Robert Kennedy Jr., para conhecer a homenagem, que teoricamente deveria estar na prefeitura. Problema: a obra sumiu.