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Fernando Albrecht

Fernando Albrecht

Publicada em 21 de Novembro de 2024 às 17:51

Demolição aplaudida do mais feio prédio inacabado de Porto Alegre

Fernando Albrecht/ESPECIAL/JC
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Fernando Albrecht
Aos poucos a cárie mais feia da cidade está vindo abaixo. Andar por andar, os demolidores do Esqueletão da rua Marechal Floriano, no Centro Histórico, estão cumprindo sua tarefa. A principal será implodir a estrutura em data a ser marcada. Quando isso acontecer, o vazio será um terreno cujo uso também é incerto. Do ponto de vista comercial, será um espaço dos sonhos para erguer um complexo.
Aos poucos a cárie mais feia da cidade está vindo abaixo. Andar por andar, os demolidores do Esqueletão da rua Marechal Floriano, no Centro Histórico, estão cumprindo sua tarefa. A principal será implodir a estrutura em data a ser marcada. Quando isso acontecer, o vazio será um terreno cujo uso também é incerto. Do ponto de vista comercial, será um espaço dos sonhos para erguer um complexo.
 

O sorriso da tragédia

Parecia mais lépido e faceiro que em dias anteriores. Sempre de terno e gravata, entrou no restaurante e sentou na minha mesa com aquele sorriso permanente, que parecia ter sido colado com Superbonder. Verdade que a gravata já vira dias melhores e o terno de tecido nobre já mostrava sinais de cansaço. Mas aquele sorriso eterno nunca precisou ser revitalizado.
Conversamos sobre amenidades, enquanto eu refletia como é que pode um ser humano atolado em uma tragédia não demonstrar isso, nem mesmo em um fiapo fugitivo de amargura no semblante. Com 50 e poucos anos, recebia uma aposentadoria precoce de bom tamanho. Separado da mulher em condições humilhantes, o dinheiro encolhia em parte pela pensão e  outra parte por ele dar outro tanto para os filhos.
- Tens visto o professor?
Não, eu não tinha visto o professor. Eu comia um puchero, numa das poucas casas que servia esse ensopado, mas que no caso era seco, com a espiga de milho apontando para cima como se fosse um dedo de Deus gorducho. Aquele sorriso acompanhava o mastigar.
Eu sabia, mas não por ele, que à medida em que o mês passava o dinheiro encolhia antes do próximo entrar no seu bolso, como que pedindo desculpas por ser tão pouco. Pior, nem sempre conseguia pagar a diária de um hotel de terceira categoria, o que o levava a recorrer a um abrigo espírita na avenida Ipiranga, cujos hóspedes eram mendigos na sua maioria. Ruim, né? Neste ponto eu o interrompi para dizer uma bobagem solta no espaço.
- Por que não reduzes a mesada que dás para teu filho? Afinal, tua ex ganha o teu e tem dinheiro de família.
Meu arrependimento acompanhava cada sílaba assim que saía da boca. E ele a devolveu com juros e correção.
- O quê? Eu não posso fazer isso com eles! Não posso e não devo.
Eu e minha boca grande. O sorriso dele não fugiu do rosto. Neste trecho da estrada verbal peguei o atalho de papo aleatório para ir a lugar nenhum. Eu era um fugitivo da impertinência. A conversa seguia normal, mas por dentro eu sentia remorso.
Neste ponto aconteceu uma daquelas coincidências milagrosas. A casa estava relativamente cheia, mas se fez um silêncio repentino em que nenhuma palavra dos comensais era ouvida. Nem mesmo um ruído de bandeja jogada no balcão, o tilintar de talheres se chocando, barulho de cozinheiro batendo um bife, nem ruído do trânsito ou buzinas. O único ruído era o TAQUETAQUE do compressor da grande geladeira. Em seguida ele parou emitindo um suspiro característico dessas máquinas frias, quando desligam. Imaginei que talvez ele tivesse ouvido o papo e soubesse da tragédia do homem que nunca perdia o sorriso.
Durou três segundos a trégua. Em seguida, a balbúrdia de um restaurante ao meio-dia pediu licença e voltou batendo no rosto do homem que nunca perdeu o sorriso.

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Parabéns pra você

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É a melhor definição para os autores da mirabolante conspiração de militares e civis para tomar o poder. A palavra amadores não é suficiente para classificá-los. Bolar um golpe de estado usando os próprios celulares e computadores do Planalto não se lia nem em gibi dos anos 1950.

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O ex-editor-chefe do JC, Pedro Maciel, e a esposa Renata tocam a Vinhedos Alto da Pinta, em Pinto Bandeira. Produzem o espumante Chardonnay nature, um Chardonnay, ambos com uvas certificadas Demeter, e um vinho Cabernet Franc. Como comprar? Entre na página @vinhedosaltosdapinta no Instagram.

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