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Fernando Albrecht

Fernando Albrecht

Publicada em 18 de Setembro de 2024 às 18:06

Gaúchos e seus cavalos não têm medo e até gostam de caminhar na água

Douglas Fischer/Divulgação/JC
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Fernando Albrecht
Olha o dourado que caiu no espinhel/ Pega a canoa que rio fundo não dá pé. A música "Canção do Remo e do Rio" venceu uma das Califórnias da Canção Nativa nos anos 1970, e resgatou o que foi esquecido, a forte ligação dos gaúchos com a água sob forma de rios e açudes. É engraçado como as composições esquecem este fato, só o imaginam no seco.
Olha o dourado que caiu no espinhel/ Pega a canoa que rio fundo não dá pé. A música "Canção do Remo e do Rio" venceu uma das Califórnias da Canção Nativa nos anos 1970, e resgatou o que foi esquecido, a forte ligação dos gaúchos com a água sob forma de rios e açudes. É engraçado como as composições esquecem este fato, só o imaginam no seco.
 

Os tambores

Em todas as eleições sempre aparecem candidatos-tambor. Bate, faz um barulhão, fura, não tem nada por dentro. É igual a pastel de vento. Fábio Marçal é um exemplo. No início se apresentava como anti-sistema, mesmo fazendo parte dele como pilhas, cada uma tem ao mesmo tempo polos positivo e negativo. Aos poucos caiu a ficha, acelerada por uma arma de destruição individual: a cadeirada.

A nova guerra

Sempre se especulou com que armas seria travada a III Guerra Mundial. Ela já começou, e não é com armas nucleares, e sim com a tecnologia de informação aplicada com armas mortais, como supostamente Israel atingiu lideranças do Hezbollah. Sua superioridade tecnológica é de tal forma que a esta altura até potências estão tremendo a perninha e conjecturando "e se for comigo?"

Casa lotada

O painel do Mapa Econômico do RS lotou o salão da Câmara de Comércio de Rio Grande. Entre as falas das lideranças regionais, houve consenso na importância da união dos atores locais para que Rio Grande e a Região Sul como um todo tenham mais atenção para suas demandas. Cobertura do evento nesta edição.

De vento em popa

A julgar pelo que dizem lideranças do varejo, as vendas estão bombando bem acima do esperado, talvez com dois dígitos. OK, a base de comparação é baixa devido à enchente, o que sugere demanda reprimida. Exceção é o Centro Histórico, que já definhava antes das cheias.

Um instante, maestro!

Esse era o nome de um programa na TV Tupi dos Diários e Emissoras Associados no final dos anos 1960, então líder de audiência. Todo mundo via nos domingos à noite o apresentador Flávio Cavalcanti pedir para tocar um disco e, se ele achasse ruim, o quebrava em público. As músicas, cantores, conjuntos musicais e orquestras de Porto Alegre naqueles verdes anos eram muitos, e poucos dava para quebrar. Foi o tempo dos bailes da Reitoria da Ufrgs, na Jovem Guarda, e em que os Beatles e Elvis Presley começaram suas trajetórias vitoriosas, também o tempo de reuniões-dançantes e bailes em clubes sociais, de cantores dos mais variados gêneros musicais, incluindo o brega puro e o brega sublime. Muitos estão vivos e alguns requisitados até hoje, como Eduardo Araújo com "Eu sou o bom". Roberto Carlos cantava "Quero que tudo vá para o inferno". No brega-chique, Nelson Gonçalves e seu compositor Adelino Moreira brilhavam com músicas como "Boemia/ Aqui me tens de regresso/ E suplicante te peço/ A minha nova inscrição".
Os Demônios da Garoa eram considerados coisa de bagaceiros pela elite e heróis para o povão. Como em "Iracema" e a frase trágica do final "Iracema": "Guardo somente suas meias e seu sapato/ Iracema/ Eu perdi o seu retrato". Na música erudita, a moda era ouvir Vivaldi (il padre rosso) e Bach. Mas essa era para ouvidos mais exigentes, o povo bailante tinha outras preferências. Foi o tempo dos conjuntos melódicos como Norberto Baldauf, o Arpege de Bento Gonçalves, muito requisitado para os bailes de clubes sociais do interior. Se você não fosse sócio de um, estava ferrado.
Já as orquestras internacionais brilhavam nas rádios e toca-discos, boa parte inspirada nas big bands dos anos 1940 e 1950 como Glenn Miller (Pennsylvania six-five o-o), Ray Conniff, Percy Faith e Billy Vaughn com seus trompetes em primeira e segunda voz, que enternece as garotas, que se punham a sonhar enquanto bailavam, não necessariamente com o bailarino que a tirou para dançar. Quando um conjunto ou orquestra levava a palavra "típica", era sinal que tinham vocação para o tango. Por esta época ficaram famosos o Casino de Sevilha, um luxo cujo cachê era muito alto, e um que poucos devem se lembrar, Marimbas de Cucatzclan, especialista em mambos, que hoje chamamos de salsa.
No brega-sublime brilhavam músicas como "Boneca Cobiçada", que "Das noites de sereno/ Teu corpo não tem dono/ Teus lábios tem veneno". Altemar Dutra era o rei dos boleros, um gênero importado dos castelhanos dançantes de rosto colado e corpos muito, muito colados "Ninguém é de ninguém/ Na vida tudo passa" e "Porque não paras relógio/ Não me faças padecer/ Ela irá para sempre/ Breve o sol vai nascer".
Eu curtia os discos do argentino que se bandeou para Hollywood, Lalo Schiffrin, um gênio à frente do seu tempo com o disco Marquês de Sade. Um detalhe notável daquele tempo é que o backing vocal e as cantoras pop americanas não soltavam gritinhos e se rebolavam como se tivessem coceira no fiofó. Mas essa já é outra história.
*O JC circula em edição conjunta nesta quinta, sexta e final de semana

Piromaníacos

O presidente Lula não disse grande novidade ao falar que a maioria das queimadas foi proposital. Não estamos sozinhos nesse enrosco. Portugal é um exemplo de incêndios florestais causados por amantes do fogo, denominados piromaníacos.
 

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