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Começo de Conversa
Fernando Albrecht

Fernando Albrecht

Publicada em 18 de Julho de 2024 às 19:43

É preciso usar o modo serpente para caminhar no Centro Histórico

Fernando Albrecht/Especial/JC
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As obras de revitalização do Quadrilátero Central de Porto Alegre saíram do marasmo e agora os operadores de lajotas estão tocando ficha. Não quer dizer que esteja tudo bem. Na Andradas, ainda é difícil caminhar. Tem que usar o modo serpente para driblar pedestres posto que o caminho é estreito e muito disputado.
As obras de revitalização do Quadrilátero Central de Porto Alegre saíram do marasmo e agora os operadores de lajotas estão tocando ficha. Não quer dizer que esteja tudo bem. Na Andradas, ainda é difícil caminhar. Tem que usar o modo serpente para driblar pedestres posto que o caminho é estreito e muito disputado.

O sequestro do bonde

Todo mundo enxerga os antigos bondes de Porto Alegre como algo glamouroso e eficiente, mas, na época, era bom e era ruim. Barulhentos com suas rodas de ferro, para o fluxo do trânsito eram um desastre, porque a entrada e saída dos passageiros pelas quatro portas obrigava todo mundo a parar. Menos mal que Porto Alegre tinha menos de 40 mil automóveis até 1968, quando o grosso das linhas foi desativada.
Havia dois modelos. No longo viajava-se relativamente bem. Era melhor ficar de pé, porque os bancos eram de madeira e nada funcionais. Em linhas menos votadas, como Navegantes, a Carris utilizava o bonde gaiola. Mais curto, tinha só um par de rodas, o que o transformava em uma batedeira assim que o motorneiro imprimia um pouco mais de velocidade.
Vocês não têm ideia do que era viajar no gaiola quando ele começava a chacoalhar longitudinalmente. Era preciso se segurar no encosto do banco da frente. Boa parte dos que viajavam de pé tiveram que desenvolver mecanismos motores para manter o equilíbrio. Alguns gostavam de viajar dependurados nas portas, de prontidão para escafeder-se quando chegava o cobrador. Eram chamados de pingentes e não raro um deles se estatelava no chão ou beijava algum poste.
Certa vez, alguns pândegos sequestraram um bonde na frente da Lancheria Paris, que existe até hoje, na rua Riachuelo quase Borges de Medeiros. O motorneiro, o cobrador e o fiscal estavam fazendo um lanche – eram chamados de transviários – quando a turma de pândegos se apossou dos controles. Para garantir a integridade física e evitar a cana – era no tempo do regime militar - botaram um general da reserva a bordo, devidamente abastecido com generosas doses de gim-tônica. Era noite alta, e a turma zanzou por diversos bairros da cidade até que, prudentemente, abandonaram o bonde. O general, nascido lá pelas bandas da Fronteira Oeste, achou que era uma viagem comemorativa patrocinada pela Carris. E com serviço de bordo. A essa altura, a Carris inteira estava em polvorosa com o “sequestro”.
Viajar nas portas em dias de frio e chuva era um suplício. Hoje, tudo parece bonito e mesmo gerações que usavam os chamados “elétricos” têm saudades deles. Eu digo o seguinte: não é que eu tenha saudade dos bondes, eu tenho é saudade do tempo em que eles faziam parte da paisagem.

Dinheiro fantasma

De um lado os empresários, prefeitos e entidades empresariais dizendo que o dinheiro não veio, de outro o ministro Paulo Pimenta dizendo que veio sim. É muita gente dizendo que a bijuja não chegou, e quando vem é com juros. Quando as águas baixaram, a estimativa do custo de reconstrução era de R$ 90 bilhões, e Pimenta fala em R$ 19 bilhões. A diferença é gritante.

O gato de Biden...

...subiu no telhado. Ao dizer que não vai disputar a eleição se os médicos acharem alguma coisa, o presidente americano tem uma ótima condição para saída honrosa. Por "sorte", apareceu uma Covid.

O naufrágio da caderneta

As cadernetas de poupança acumulam o sétimo semestre consecutivo de perdas. Entre janeiro e junho, as perdas foram de R$ 2,8 bilhões naquela que já foi a queridinha do Brasil desde os anos 1970.

Defesa do consumidor

O Fórum Latino-americano de Defesa do Consumidor colocou no ar seu site www.forumdefesadoconsumidor.com. Além da apresentação desse trabalho pioneiro no Rio Grande do Sul, o consumidor poderá solicitar orientações sobre as providências necessárias no caso dos seus direitos serem desrespeitados, informa o presidente do Fórum, Alcebíades Santini.

Semeadura aérea

Um projeto pretende espalhar sementes e mudas de plantas por helicóptero no Vale do Taquari. Uma bela ideia já feita há mais de 50 anos na Alemanha. Fizeram isso nos anos 1970 com o objetivo de acelerar a arborização nos taludes nas rodovias que estavam sendo abertas. A engenhosidade consistiu em envolvê-las em uma espécie de gelatina, que gruda nos taludes.

Alerta em Brasília

A visita da ministra Nísia Trindade, da Saúde, mais a presença do ministro Paulo Pimenta acenando com verbas para hospitais indicam que o sinal vermelho da credibilidade com possível prejuízo para candidatos governistas, acendeu o sinal vermelho em Brasília. Tudo se resume a isso ao fim e ao cabo. Assim funciona a política, acabemos com a hipocrisia, o negócio é chegar lá.

Pilotos agrícolas

Foi sancionada uma lei estadual que declara o município de Cachoeira do Sul como Capital Estadual da Formação de Pilotos Agrícolas. Reconhece a importância da localidade na formação de pilotos dedicados ao agro, destacando a atuação da aero agrícola Santos Dumont na área.
 

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