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Começo de Conversa
Fernando Albrecht

Fernando Albrecht

Publicada em 06 de Junho de 2024 às 18:45

Tudo tão estranho...

TÂNIA MEINERZ/JC
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Fernando Albrecht
Cavalo no telhado, égua em apartamento no terceiro andar e barcos no Aeroporto Salgado Filho. A corrente de solidariedade de todos os cantos e uma massa enorme de voluntários ajudaram a amenizar esse povo sofrido que, de uma hora para a outra, ficou sem eira nem beira. Nem nos mais loucos pesadelos e nas mais desvairadas fantasias alguém cogitou reunir estas três circunstâncias. Se as dissesse antes da enchente, seria remetido non stop para um psiquiatra.
Cavalo no telhado, égua em apartamento no terceiro andar e barcos no Aeroporto Salgado Filho. A corrente de solidariedade de todos os cantos e uma massa enorme de voluntários ajudaram a amenizar esse povo sofrido que, de uma hora para a outra, ficou sem eira nem beira. Nem nos mais loucos pesadelos e nas mais desvairadas fantasias alguém cogitou reunir estas três circunstâncias. Se as dissesse antes da enchente, seria remetido non stop para um psiquiatra.
 

O refúgio dos fantasmas

Faleceu o advogado Luis Fernando Araújo Ehlers, conhecido como Lulu, prestes a completar 80 anos. É uma amizade de 60 anos que iniciou nos bons tempos de Porto Alegre, dos bares e boates que lotavam a avenida Independência na década de 1960. O bar-chopp foi uma instituição que era o diferencial de Porto Alegre, espaços variados mas não grandes. Neles se formaram grupos de amigos que atravessaram décadas, maioria da geração.
As boates, também pequenas, lotavam a avenida ainda com canteiro central. Começando pela rua Garibaldi, tínhamos o Whisky Agogô do Ruy Dallapicola, a Vila Velha, do Carlos Heitor Azevedo, o Barroco e o Barroquinho, do Éldio Macedo, e o soberano Butikim, do Ruy Sommer. A salvação das madrugadas era a Tia Dulce, no lado oposto, que começou por causa da sopa de cebola de levantar defunto, misturado com gente que saia das boates depois do fecha. Ficava aberto fácil até 5h da manhã. Nos fundos, a casa de tangos Mano a Mano, de Ruben Val. Mais acima, uma carrocinha de cachorro-quente. Foi lá que certa madrugada um grupo de riquinhos arrogantes inticou com a namorada de um japonês. Péssima ideia. O cara era faixa-preta. Deu HPS.
Na esquina com a Garibaldi, hoje uma Panvel, o Stylo Bar era meu chão no início da segunda metade dos anos 1960. Foi lá que conheci o Luiz Fernando, em uma roda eclética que virava noites e parte das madrugadas. A roda já perdeu gente como uruguaianense e Ubirajara Raffo Constant, o Bira Tucho, com suas histórias e causos, o advogado Nelson Regis Stronge, que falava um poliquês misturada com gíria, o historiador Voltaire Schilling e o divertido Samuel, sob a batuta dos garçons, os irmãos Blanco. Qualquer mesa de bar dá um livro. No último estágio, o bar virou Barcacinha, do ex-prefeito Sereno Chaise; colado, o Cine Vogue, hoje uma cafeteria.
Mas é do Stylo Bar que quero falar. A nossa mesa ficava ao fundo, encostada no balcão. Quantas noites e madrugadas ficávamos lá rindo e jogando conversa fora ou salvando o Brasil, saboreando o filé alto ou o picadinho de carne com arroz e farofa, tudo regado a chope. Vezes sem conta procurei descrever o retrato falado do ambiente. Em particular, uma imagem que ficou na lembrança e volta à tona quando passo na frente em dias de chuva: eu sentava do lado da janela que dava para a Garibaldi, e em noites chuvosas, abandonava a conversa que ficava como música de fundo para me fixar numa cena que me confortava, a chuva caindo iluminada por uma luminária e, no canto, um galho de jacarandá dançando com o vento.
Não me perguntem porquê, mas era um tranquilizante natural embalado pela conversa da roda, às vezes em voz baixa, contando histórias de fantasmas antigos, talvez se refugiando da chuva embaixo da proteção da luminária e ouvindo as histórias dos fantasmas futuros que, mais dia, menos dia, se reunirão todos.

Te arremanga e vem

Supermercados da Região Metropolitana de Porto Alegre têm preços mais atrativos para compras online. É o que apontam os dados coletados pelo WebPrice, sistema de monitoramento que acompanha mais de 500 ofertas de itens de cesta básica em tempo real.

O coral dos impacientes

Depois de torcer que as águas baixassem, depois de ver que perdeu tudo ou uma parte substancial, depois do alívio ou desespero, depois de tentar voltar ao normal, o cidadão entra no estágio da irritabilidade. Qualquer coisa o tira do sério. Basta ver a volta das buzinadas frenéticas, mesmo em congestionamentos que não moverão os carros nem um milímetro. O pior é que cada um que buzina arrasta dezenas a imitá-lo

É duro nadar de poncho...

Ser empresário no Brasil é sinônimo de calvário. Calvário de impostos, do emaranhado burocrático que dá a ideia de que ele não é bem-vindo, folha que paga o dobro devido aos encargos trabalhistas, e lutando contra a concorrência desleal de produtos estrangeiros, além do rigor fiscal.

...contra a correnteza

Tudo para alimentar esse monstro chamado máquina governamental. Então vem a enchente, ele perde tudo, mas precisa honrar salários e ver sua própria sobrevivência ameaçada. E quando o governo se gaba de aportar recursos, esquece que não faz nada além da obrigação.

Banda reconstrói escola

pg Banda reconstrói escola

pg Banda reconstrói escola

/Rogério Magrão
A classe artística raiz made in RS entrou forte na recuperação do Estado. O músico Rogério Magrão e banda estiveram em Taquari para a reconstrução da Escola Municipal Paulo Freire, com sérios danos à estrutura. Os músicos fizeram roçadas e pintura, além de serviços nas áreas interna e externa. "É aqui, na escola, que aprendemos tudo o que somos e fazemos na vida", justificou Magrão, que é natural de Santa Rosa.

Bebidas Randon

A RAR, empresa fundada por Raul Anselmo Randon, informa que o grupo nada tem a ver com a água mineral Randon, objeto de nota na edição de ontem. A citada é da empresa de Bebidas Randon, de Santa Catarina. A Bebidas Randon foi fundada por primos de Raul Anselmo Randon.

Fala a Termolar 

A propósito da queixa de leitor sobre tubo de transferência de garrafa térmica, a Termolar informa que já solucionou o problema, e que não há chance de rompimento na presença de cloro na água.

Privatização das praias

O temor da PEC das Praias, que permite o uso dos terrenos de Marinha pelo presidente Lula é que as cidades do Litoral virem uma Camboriú (SC), onde só os privilegiados desses monstros de concreto e vidro possam ter vista e brisa do mar.
 

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