O Corporate Venture Capital (CVC) tem se consolidado no Brasil como estratégia de inovação para grandes empresas. Exemplo recente foi o anúncio da Caixa Econômica Federal sobre o fundo de R$ 100 milhões para investir em startups, reforçando a tendência de corporações apostarem no CVC para gerar competitividade.
Contrastando com o venture capital (VC) tradicional (focado no retorno financeiro), o CVC prioriza sinergias estratégicas. Startups recebem investimento e diversos benefícios competitivos de se associarem a uma marca consolidada. As corporações acessam ideias inovadoras essenciais para sua evolução (quando não para a sua sobrevivência).
O amadurecimento do CVC no Brasil é notável. Dados da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) indicam que 73% dos fundos de CVC foram criados entre 2020 e 2023, com setores como serviços financeiros, tecnologia e agro liderando os investimentos.
Dados da Associação para Investimento de Capital Privado na América Latina (LAVCA, na sigla em inglês) mostram que, no primeiro semestre de 2024, o CVC foi responsável por 25% das transações de venture capital na América Latina, com 10 dos 16 fundos mais ativos sendo brasileiros. Mesmo com leve redução no volume de investimentos, o número de transações permaneceu estável, destacando a resiliência do CVC em tempos de incerteza econômica e geopolítica em comparação com o VC tradicional.
As estruturas de CVC variam, e o modelo mais adequado para cada empresa investidora depende de fatores como perfil, objetivos estratégicos, grau de maturidade para lidar com startups, governança e volume de investimento. E o CVC ainda pode ser muito sinérgico com o VC tradicional, com uma boa parte dos aportes de CVC sendo realizada juntamente com rodadas de VC.
O CVC fortalece startups, corporações e o ecossistema de inovação. Com uma abordagem estratégica, empresas equilibram inovação com metas de longo prazo, contribuindo para a transformação do ambiente empresarial do País.
Sócia do TozziniFreire
Advogados