A tecnologia alterou significativamente a forma como os alimentos chegam ao consumidor ao unir rastreabilidade, segurança e eficiência em um sistema integrado.
O exemplo vem da ferramenta desenvolvida pela VR Software. Implementada no Grupo MNS, principal fornecedor do supermercado Pilar da Terra, a solução de software acompanha o ciclo de vida dos produtos desde a fazenda até as prateleiras do supermercado e garante qualidade e transparência a clientes e lojistas.
Essa inovação utiliza o QR Code Padrão GS1, que centraliza informações como data de fabricação, validade e dados nutricionais. "Com essa solução, não temos produtos mais novos sendo vendidos antes daqueles que têm validade mais curta, o que melhora a gestão de perdas e aumenta a confiança dos consumidores", explica Amauri Vieira, diretor comercial do Grupo MNS.
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Luciano Guerreiro, diretor da VR Software, ressalta o potencial do projeto. "Estamos impactando a cadeia produtiva de alimentos em um nível que pode ser expandido para todo o Brasil, com ganhos em eficiência e segurança."
Formado por produtores rurais, o Grupo MNS se destaca por sua capacidade de integrar tecnologia à produção agrícola, garantindo que alimentos de alta qualidade cheguem à mesa do consumidor com segurança e rastreabilidade. A parceria com a VR Software potencializou essa entrega ao otimizar o fluxo de informações e a logística da cadeia de abastecimento.
"Ao combinar a expertise dos nossos produtores com tecnologia de ponta, transformamos a cadeia de alimentos no Brasil, além de promover benefícios que vão desde a sustentabilidade até a experiência do consumidor final", reforça Amauri Vieira.
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O supermercado Pilar da Terra e o Grupo MBS, conhecidos por oferecerem alimentos de produção sustentável aos consumidores, incorporaram o QR Code Padrão GS1 a seus produtos para oferecer informações detalhadas sobre a origem, certificações e processos de fabricação. Gustavo Ramos, diretor de operações do Pilar da Terra, destacou os benefícios da tecnologia.
"Além de garantir transparência, conseguimos estreitar a relação com nossos clientes, que agora têm acesso a tudo o que precisam saber sobre nossos produtos diretamente pelo smartphone."
A tecnologia inovadora rendeu às três empresas - VR Software, Grupo MNS e Pilar da Terra - o Prêmio Automação 2024, promovido pela GS1 Brasil, na categoria Aplicação de Mercado. O reconhecimento destacou o impacto do projeto na modernização da cadeia produtiva e no aprimoramento da experiência do consumidor.
Principais vantagens que o Grupo MNS oferece
Rastreabilidade total: Cada etapa do processo, desde a colheita até o centro de distribuição, é registrada com precisão, para permitir a identificação da origem de cada produto e acompanhar sua movimentação.
Redução de perdas: O controle rigoroso sobre a validade dos alimentos evita desperdícios e promove uma gestão mais eficiente dos estoques; isso contribui para a sustentabilidade do setor.
Segurança alimentar: A rastreabilidade assegura que os consumidores recebam alimentos frescos e dentro dos padrões de qualidade e faz aumentar a confiança nos produtos.
Transparência na informação: Por meio do QR Code Padrão GS1, consumidores e lojistas têm acesso imediato a informações detalhadas sobre os produtos, como dados nutricionais e certificações, o que torna o processo mais claro e confiável.
Eficiência logística: O monitoramento integrado facilita o planejamento e a reposição de estoques, reduz custos operacionais e tempo de resposta em caso de necessidade de recall.
Inteligência artificial pode ajudar a evitar falta de produtos nos supermercados

Alta nos preços dos ovos em função de desabastecimento reforça a importância da gestão eficiente de estoques para evitar rupturas
ABPA/Divulgação/JCA crise de abastecimento de ovos nos Estados Unidos, causada pelo surto de gripe aviária e pela redução da oferta, tem levado a um aumento expressivo nos preços. Com a oferta limitada, o valor da dúzia ultrapassou US$ 11 em algumas regiões, gerando impactos no setor de alimentos e na cadeia global de suprimentos.
No Brasil, os preços também estão subindo, impulsionados pela demanda sazonal da Quaresma e pelo aumento no custo das demais proteínas. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o varejo já enfrenta reajustes de até 40% em algumas regiões. Além disso, a nova classificação do peso médio dos ovos, estabelecida pela Portaria SDA nº 1.179, alterou o custo-benefício para o consumidor.
Diante desse cenário, a gestão eficiente de estoques e previsões de demanda se torna essencial para os varejistas, especialmente em momentos de oscilações bruscas de oferta e preço. A alta nos valores dos ovos evidencia como a cadeia de suprimentos pode ser impactada por fatores externos, como crises sanitárias, mudanças regulatórias e variações no consumo.
O desafio para os supermercados é equilibrar o abastecimento sem gerar excessos ou rupturas nas prateleiras. Estoques elevados podem resultar em perdas financeiras devido ao vencimento de produtos perecíveis, enquanto estoques insuficientes podem levar à falta de itens essenciais para os consumidores e à necessidade de compras emergenciais a preços mais altos.
Fernando Wenceslau, diretor comercial da RELEX Solutions Brasil, destaca que a tecnologia e a inteligência artificial (IA) podem ser aliadas na redução dos impactos dessa volatilidade no setor. "Com soluções avançadas de planejamento e IA, os supermercados podem ajustar a reposição de produtos de forma estratégica, garantindo o equilíbrio entre oferta e demanda e minimizando desperdícios. Antecipar flutuações de mercado com base em dados e inteligência preditiva é fundamental para evitar rupturas e manter a competitividade", afirma Wenceslau.
Além disso, a gestão eficiente do estoque também permite uma resposta mais ágil às mudanças na demanda, como o aumento sazonal do consumo de ovos durante a Quaresma. Estratégias como ajustes dinâmicos de preços, diversificação de fornecedores e redistribuição de produtos entre unidades podem minimizar impactos negativos e garantir maior estabilidade nos estoques.
Com um planejamento adequado, os varejistas podem enfrentar momentos de instabilidade no setor de alimentos sem comprometer a experiência do consumidor e sem pressionar ainda mais os custos operacionais.
Mudanças climáticas e desafios logísticos reduziram a oferta de alimentos essenciais, pressionando os preços. Dados do IBGE indicam que, em janeiro de 2025, o grupo de alimentos e bebidas registrou um aumento de 0,96%, impactando diretamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Entre os produtos mais afetados, destacam-se o tomate, com alta de 20,27%, a cenoura, com 36,14%, e o café moído, com 8,56%. Esses aumentos refletem desafios climáticos e produtivos que reduzem a disponibilidade e encarecem os alimentos.