Após um longo período de perdas seguidas, o segmento de carrocerias sobre chassi experimenta um movimento de recuperação, voltando a ser protagonista no mercado de implementos rodoviários. De janeiro a novembro foram registrados 146.169 emplacamentos, avanço de 6% sobre igual período do ano passado. Destes, 64.383 são de modelos leves, alta de 16%. Na linha de pesados, a situação se inverte com recuo de 0,8% e venda de 81.786 unidades.
Alinhada com a projeção inicial, a expectativa da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir) é totalizar 160 mil entregas no ano. "A média mensal de emplacamentos aponta para esse resultado", afirma o presidente José Carlos Spricigo. A média é de 13.288 por mês, sendo 7.435 de pesados e 5.853 de leves. Projetando a média para dezembro, o resultado final deve ser de 89.221 rebocados e 70.236 carrocerias sobre chassis. "O mercado não funciona com a precisão de uma conta matemática, tem sempre algumas variáveis naturais na atividade comercial que podem interferir no resultado", pondera.
No segmento de reboques e semirreboques, a família com melhor desempenho, até novembro, é a de porta-contêineres, com alta de 116% e 4.870 emplacamentos. Baú carga geral também se destaca, com 76% de aumento e 9.227 equipamentos entregues. As duas principais famílias, por sua vez, experimentam quedas. Graneleiro/carga seca, que lidera o ranking, tem recuo de 10% e 17.386 unidades vendidas. Basculantes apuram saldo negativo de 29% e 15.947 emplacamentos. O pior resultado é apresentado nas vendas de dolly, de 31%, com 7.741 implementos.
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O mercado de carrocerias sobre chassi segue liderado por baús de alumínio e frigoríficos, com 27.402 unidades entregues, alta de 22%. Basculantes têm o melhor resultado, aumento de 71%, com 1.650 emplacamentos. Os baús lonados apuram baixa de 11,5%, com 301 equipamentos entregues, o menor número entre as sete famílias de leves.
A indústria de implementos rodoviários projeta faturar R$ 4 bilhões em negócios como decorrência da participação na Fenatran 2024, realizada na primeira semana de novembro, em São Paulo. Na edição anterior, o valor apurado foi de R$ 3,5 bilhões. "É um aumento expressivo e amplia ainda mais a posição da Fenatran como o maior polo de atração de negócios do setor de transporte de cargas da América Latina", comemora José Carlos Spricigo.
O setor de implementos rodoviários foi representado por 58 empresas associadas à Anfir, 12 a mais do que na edição de 2022. "Mais participantes atraem mais visitantes que estiveram na Fenatran dispostos a fazer negócios, adquirindo implemento e componentes", afirma.
As vendas realizadas na Fenatran deverão afetar positivamente os volumes de emplacamentos da indústria nos próximos meses. "Os negócios em nosso setor não se concretizam imediatamente, mas sempre ao longo dos meses subsequentes à feira", explica.
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As reuniões entre exportadores brasileiros e compradores latino-americanos deverão representar exportações da ordem de US$ 25 milhões. Na edição passada, os negócios somaram aproximadamente US$ 18 milhões. A iniciativa faz parte do programa MoveBrazil de incentivo às exportações do setor de implementos rodoviários. Esse ano, Anfir e ApexBrasil trouxeram 31 representantes de 13 países da América Latina: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.
Bridgestone amplia a oferta de pneus para caminhões e ônibus
Novo modelo M765 está apto para receber até três recapagens
Bridgestone/Divulgação/JCEm seu retorno à Fenatran, da qual esteve ausente nas últimas edições, a Bridgestone apresentou seis novos produtos para o segmento de cargas e passageiros. A primeira novidade é o pneu radial M765, destinado para eixos de tração em rodovias pavimentadas de curta, média e longa distância. É indicado para clientes que buscam desempenho superior e excelente recapabilidade, contando com talão reforçado e exclusiva tecnologia que reduz a temperatura de operação na região do talão e aumenta a durabilidade da carcaça.
O segundo lançamento é o pneu radial sem câmara R249S, destinado para uso em eixos direcionais, livres e de tração moderada de ônibus e caminhões em rodovias pavimentadas de longa distância. O novo composto garante quilometragem até 10% maior do que a geração anterior, sendo opção também para trailers. A linha Firestone Classics ganha reforço com o modelo radial T822 Classic, destinado a eixos direcionais, livres e de tração moderada em caminhões e ônibus para percursos mistos de curta e média distância, como pavimento e terra.
Uma das características dos novos pneus é a maior durabilidade das carcaças, visando aumentar a vida útil do pneu. O M765, por exemplo, permite até três recapagens. "Nossos pneus garantem, no mínimo, duas recapagens e, agora, estamos expandindo. Muitos dos asiáticos que chegam ao país sequer conseguem fazer uma reforma", afirmou o diretor comercial Marcos Aoki. Estimou o preço para colocar novas bandas na carcaça em um terço de um pneu novo, com a mesma durabilidade. Os novos produtos chegam ao mercado entre dezembro deste ano e o primeiro trimestre de 2025.
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A Bandag amplia a abrangência de mercado com três novas bandas radiais. Criado para uso misto, montagem em todas as posições e indicada para curtas e médias distâncias, o modelo BRMS3 proporciona maior proteção para a carcaça. A banda BRLT9 é direcionada para montagem em todas as posições e indicada para uso em veículos leves, de transporte e entrega de mercadorias. Desenvolvida para uso misto em eixo de tração, a banda BDX3 oferece equilíbrio entre as exigências do uso sobre e fora da rodovia.
Damian Seltzer, country manager, destacou que a empresa segue investindo em todas as fábricas no Brasil, independentemente do atual momento desafiador do mercado, com os pneus importados da Ásia, principalmente da China, e algumas categorias que chegaram a representar 60% do mercado. "Acreditamos na indústria nacional e que a situação dos asiáticos é temporária. Defendemos a economia aberta, mas com equilíbrio, porque os pneus que estão chegando da China têm preços subsidiados, com valor menor do que custos do Brasil", assinalou.