A quinta edição do Índice CNT de Confiança do Transportador mostra que os empresários do setor no Rio Grande do Sul estão mais confiantes no ambiente de negócios e nas perspectivas para o futuro, porém o resultado segue abaixo da marca de 50%. O índice geral, que avalia a situação atual da economia e da própria empresa e quais as expectativas para os próximos seis meses, atingiu 47,9%.
O resultado ficou acima dos 41,2% da pesquisa anterior e dos 46,9% do primeiro levantamento. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (10) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). A coleta de informações ocorreu entre os dias 5 e 25 de novembro com a participação de 194 empresas do Estado com o apoio da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (Fetransul).
CNT/Divulgação/JC
Entre os componentes do Índice geral, o que mede as condições atuais ficou em 39,2% nesta edição, contra 31,9% na quarta pesquisa. Impactam para isso, segundo os entrevistados, o excesso de gastos públicos está contribuindo para a desvalorização do real; a taxa de juros elevada, que dificulta a contratação de financiamentos; problemas na infraestrutura rodoviária em função das chuvas torrenciais que atingiram o Estado no primeiro semestre de 2024 e falta de mão de obra qualificada para a atividade, especialmente motoristas e o custo do pedágio muito alto.
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Já o Índice de Expectativas veio acima da marca de 50%, com 52,2%, superando os 45,9% da edição anterior. O resultado mostra a maior confiança dos transportadores gaúchos em relação ao futuro. Os empresários destacaram iniciativas que adotaram para fortalecer a competitividade e garantir a continuidade dos negócios, especialmente após o desastre climático de maio no Rio Grande do Sul.
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Entre as ações mencionadas, os entrevistados ressaltaram a visão empreendedora dos empresários brasileiros, a busca por novos clientes e nichos de mercado em setores emergentes no Brasil, a reestruturação de processos internos e a implementação de tecnologias inovadoras, como parte de seus esforços para se recuperar e crescer em um cenário desafiador.
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"Em relação à leve melhora nas perspectivas para o futuro, os empresários ressaltaram que têm adotado iniciativas nas empresas para fortalecer a competitividade e garantir a continuidade dos negócios, especialmente após o desastre climático de maio", ressalta a gerente executiva de Economia da CNT, Fernanda Schwantes. Sobre a tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul em maio, o presidente da Fetransul, Francisco Cardoso, diz que muitos dos compromissos de investimento do governo federal e estadual foram direcionados para a limpeza e desobstrução de rodovias.
Segundo Juvir Costella, secretário de Logística e Transportes do Estado, a recuperação das rodovias afetadas pela enchente pode levar até dois anos.
Enquanto isso, a logística continua sendo impactada por custos elevados, devido ao desvio de rotas, o que aumenta o tempo de viagem, o consumo de combustível, pneus, entre outros fatores. "Estamos preocupados e engajados em atender o setor comercial e industrial com agilidade e qualidade no serviço. Compreendemos o desafio dos governos estadual e federal e nos colocamos à disposição para contribuir e trabalhar em conjunto", afirma o presidente da Fetransu.
Cardoso destaca a importância do levantamento. "A realização de pesquisas para medir a confiança de nossos transportadores é essencial, pois fornece dados cruciais que embasam argumentos sólidos nas tratativas com os Três Poderes na busca de soluções para as demandas do setor de transporte. A Fetransul continuará empenhada, juntamente à CNT, no levantamento de dados sobre a confiança dos transportadores gaúchos", afirma.
Índice CNT de Confiança do Transportador
A sondagem inédita é realizada desde março de 2023, a partir de um projeto-piloto com empresários do transporte rodoviário de cargas do Rio Grande do Sul.
O Índice é calculado a partir das respostas a quatro questões: duas referem-se às condições atuais da empresa e da economia e duas, às expectativas para os próximos seis meses.
Além disso, é utilizada uma ponderação das respostas com base na representatividade do porte das empresas do Estado. O índice varia de 0% a 100%. Valores acima de 50% indicam confiança do empresário e, quanto mais acima de 50%, maior e mais disseminada é a confiança. Valores abaixo de 50% indicam falta de confiança do empresário e, quanto mais abaixo de 50%, maior e mais disseminada é a falta de confiança.
Participaram da 5ª rodada do Índice CNT de Confiança do Transportador 194 empresas, sendo 79 microempresas (até 9 empregados), 41 empresas de pequeno porte (de 10 a 49 empregados), 22 de médio porte (de 50 a 99 empregados) e 52 de grande porte (100 ou mais empregados).
Margem de erro: 7,0 pontos percentuais.
Nível de confiança: 95%.
Forma de coleta: Via questionário eletrônico.
Período de coleta: 05/11/2024 a 25/11/2024
Fonte: CNT