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Publicada em 22 de Julho de 2024 às 20:24

Logística reversa é essencial para dar o destino correto aos resíduos

Descarte dos rejeitos que restaram das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio esteve em pauta na  17ª Eletrolar Show

Descarte dos rejeitos que restaram das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio esteve em pauta na 17ª Eletrolar Show

Cristine Pires/Especial/JC
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Luciane Medeiros
Luciane Medeiros Editora Assistente
O descarte correto dos resíduos gerados a partir da enchente de maio de 2024 no Rio Grande do Sul é essencial para evitar que ocorram contaminações e danos ao meio ambiente e à saúde pública. Desde que as águas das cheias baixaram, as cenas de montanhas de materiais se tornaram comuns. Eletrodomésticos, móveis, madeiras e outros materiais se acumularam durante dias à espera de recolhimento.
O descarte correto dos resíduos gerados a partir da enchente de maio de 2024 no Rio Grande do Sul é essencial para evitar que ocorram contaminações e danos ao meio ambiente e à saúde pública. Desde que as águas das cheias baixaram, as cenas de montanhas de materiais se tornaram comuns. Eletrodomésticos, móveis, madeiras e outros materiais se acumularam durante dias à espera de recolhimento.
"A água levou tudo e foram surgindo montanhas e montanhas de materiais. É muito importante que a população saiba que esse resíduo tem que ser dado a destinação correta", destaca Ademir Brescansin, gerente executivo da Green Eletron. A entidade foi fundada em 2016 pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) para auxiliar na logística reversa dos equipamentos do setor, que consiste no recolhimento, reaproveitamento e descarte correto dos produtos pela indústria.
A Green Eletron teve reuniões com representantes de prefeituras, da Secretaria do Meio Ambiente do RS, governo do Estado e Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) para colaborar com os trabalhos. A iniciativa conta com a participação de outras entidades, já que cada atividade da indústria é responsável por fazer o seu processo de logística reversa. "A Green Eletron é a gestora para a logística reversa de eletroeletrônicos, mas existem outras de acordo com o produto, como por exemplo para pilhas, para baterias, lâmpadas, embalagens, pneus, agrotóxico", exemplifica.
Um mapeamento de onde estão concentrados os resíduos está sendo feito junto ao governo do Estado para que cada gestor responsável possa recolher esses materiais e dar a destinação correta, ajudando na limpeza geral das cidades. Brescansin chama a atenção para o fato de móveis e estofados não terem uma determinação definida por lei sobre como deve ser feito o descarte, e sugere que a indústria do setor se mobilize para tomar a frente neste trabalho.
Ele explica que os aterros oficiais são preparados para receber qualquer tipo de resíduo, mas a logística reversa vem justamente para tirar uma boa parcela desse produto e não mandar tudo para essas áreas. "A ideia é mandar para o aterro basicamente o lixo orgânico. Pela quantidade de materiais que foram perdidos na enchente, se mandar tudo para os aterros, esses espaços não darão conta", afirma.
Além do trabalho com a cadeia do setor, a Green Eletron tem pontos de entrega voluntária de materiais, os chamados PEVs, espalhados pelo País, onde a população pode fazer o descarte. No ano passado, foram coletados 34.170kg de eletroeletrônicos no Rio Grande do Sul nos 47 PEVs espalhados pelo Estado - 19 deles apenas em Porto Alegre. Já o descarte de pilhas totalizou 4.955 kg em 2023 no RS, que conta com 227 PEVs exclusivos para o material, 51 deles em Porto Alegre.
Na semana passada, a Green Eletron participou da 17ª Eletrolar Show, feira que reuniu indústria e varejistas em São Paulo. No estande montado no evento, a entidade divulgou a importância da participação dos fabricantes na logística reversa.
Outra entidade que marcou presença no evento foi a Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree). Com 53 associadas que representam 181 marcas, a Abree é responsável pelo gerenciamento através da contratação, fiscalização e auditoria dos serviços prestados por terceiros, além de contribuir com informações para todos os envolvidos da cadeia, responsáveis pela viabilização da logística reversa de eletroeletrônicos e eletrodomésticos no País.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Abree deve realizar em 2024 a destinação final adequada de 12% de tudo que foi colocado no mercado pelos associados. "No ano passado, a meta era de 6%. Temos atingido a meta e vamos bater também neste ano", afirma Tamara Figueiredo, analista de Relações Institucionais da entidade. Para cumprir com a determinação, a Abree tem pontos de recebimento de eletroeletrônicos e eletrodomésticos espalhados em todo o território nacional. "Nosso grande desafio é de fato chegar no consumidor para que ele descarte de forma ambientalmente adequada", explica a analista.
Os pontos da Abree estão localizados em redes de varejo, em parcerias com prefeituras com a instalação de ecopontos e outros parceiros estratégicos para o recebimento dos materiais. O consumidor pode descartar os resíduos nestes locais e eles serão encaminhados posteriormente para a manufatura reversa. Os pontos de descarte podem ser conferidos no site www.abree.org.br, onde deve ser informado o CEP e o produto que deseja entregar para saber qual o endereço mais próximo da sua residência.
 

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