Da energia solar para refrigerar um semirreboque frigorífico até a força gerada pelas frenagens de um caminhão para economizar combustível, diferentes tecnologias fazem parte do rol de iniciativas sustentáveis que já rodam pelas estradas do Brasil. Essas e outras inovações, desenvolvidas pelas empresas Randoncorp, como Randon, Suspensys e Frasle Mobility, são uma mostra das inúmeras possibilidades que têm o transporte rodoviário para ser mais sustentável, do ponto de vista ambiental e também econômico.
Lançado em 2022 como conceito, o Randon Solar, semirreboque equipado com placas fotovoltaicas em sua parte superior externa, é destinado ao transporte de cargas refrigeradas e converte energia dos raios solares em energia para o funcionamento do aparelho de refrigeração interna, o que reduz consideravelmente o uso de diesel durante a operação. O uso do Randon Solar pode gerar economia de até 1,8 mil litros de diesel anualmente, com redução de até 6 toneladas de gás carbônico lançadas na atmosfera por ano.
Também com foco na diminuição de uso de combustíveis, o eixo elétrico e-Sys, desenvolvido pela Suspensys, reduz a necessidade de 200 CV por caminhão para tracionar uma carga, o que representa 25% de redução no consumo de diesel em alguma geografia e relevos. Em locais de menos aclives e declives, entre 10% e 12%.
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Esse ganho tem origem na recuperação de energia gerada durante movimentos de descida e frenagem para aplicação complementar como força extra na tração e disponível, por exemplo, na linha Hybrid R, da Randon.
Testes realizados pela companhia demonstraram que a redução na emissão de carbono pode chegar a 96 toneladas por ano, por exemplo, trazendo uma importante contribuição para o setor de transporte no combate às mudanças climáticas.
Anderson Pontalti, líder corporativo de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Randoncorp, destaca que a Companhia como um todo assumiu como parte do negócio da empresa dominar cálculos e metodologias que permitam estimar as emissões de Carbono no ambiente - para, fundamentalmente, tentar reduzi-las. "Para saber se um produto tem maior ou menor impacto na emissão de carbono é preciso ter conhecimento de como se calcula isso. Inicialmente, fizemos estimativas buscando uma consultoria. Depois, internalizamos o conhecimento e o software de base de cálculo, orientando todas as áreas de inovação da empresa. Agora, essa ferramenta está no core da companhia, que decidiu não mais terceirizar essa etapa do processo", ressaltou Pontalti.
Outro exemplo dessa jornada de soluções sustentáveis é a Composs, marca criada recentemente e referência do avanço tecnológico da Frasle Mobility no desenvolvimento de soluções sustentáveis para a mobilidade. Os materiais compósitos, foco da tecnologia dessa nova marca, são constituídos a partir da combinação de materiais de diferentes naturezas químicas e diferentes propriedades resultando em novos materiais com desempenho superior, e têm apresentado êxito como alternativa, principalmente, na substituição de componentes metálicos.
"A diminuição de peso, com esse novo insumo, pode superar 60%, tendo impacto direto no consumo de combustível e na emissão de gases poluentes na atmosfera. Mais leve, o veículo pode transportar mais carga, aumentando a competitividade do negócio", explicou o executivo, que também atua como COO da Frasle Mobility.
A Composs complementa um amplo conjunto de iniciativas implementadas pela Randoncorp nos últimos anos, como o incentivo à pesquisa científica e inovação industrial sendo mantenedora do Instituto Hercílio Randon, a evolução de um dos principais complexos da indústria automotiva na América Latina com a transformação promovida no Centro Tecnológico Randon (CTR), e ainda a apresentação da Nione, empresa criada em 2021 pelo Randoncorp e pela Frasle Mobility, que avançou na produção de materiais com nanopartículas de nióbio, material que, agregado a diferentes insumos, melhora as propriedade físico-químicas desses produtos, trazendo benefícios como durabilidade e a resistência dos mesmos.
"Sustentabilidade implica também em durabilidade, pois reduz a necessidade de substituições contínuas, permitindo seu uso por mais tempo e retarda a retirada de nova matéria-prima da natureza para fabricar outro equipamento em pouco tempo", pontua Pontalti.