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Publicada em 08 de Julho de 2024 às 17:26

É urgente o acesso das empresas gaúchas às linhas emergenciais do BNDES

Francisco Carlos Gonçalves Cardoso, Presidente da Federação das Empresas de Logística e de Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (Fetransul). Visita ao Jornal do Comércio.

Francisco Carlos Gonçalves Cardoso, Presidente da Federação das Empresas de Logística e de Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (Fetransul). Visita ao Jornal do Comércio.

TÂNIA MEINERZ/JC
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Francisco Gonçalves Cardoso
Francisco Gonçalves Cardoso
Presidente da Fetransul
Passados já 60 dias do início das enchentes no Rio Grande do Sul, as prometidas linhas de crédito emergenciais do BNDES não chegaram às empresas gaúchas.
Os impactos econômicos e sociais da maior catástrofe climática do Brasil não podem ser delimitados por bairro ou município no RS.
A arrecadação do estado do Rio Grande do Sul caiu 25% e deve reduzir o crescimento do Brasil em até 0,5%. O faturamento das empresas caiu entre 15% e 60%, conforme pesquisa da Fetransul com empresas do transporte rodoviário de cargas atingidas.
O propósito das linhas emergenciais do BNDES não é apenas salvar empresas, mas salvar empregos para que a economia do RS tenha condições de se reerguer.
Dessa forma, a Fetransul entende que a linha para reconstrução de empresas deve ser destinada às empresas localizadas na zona de alagamentos, com um fundo garantidor para a redução do spread bancário.
Entretanto, as outras linhas de Capital de Giro e Equipamentos devem ser estendidas às empresas de todas as cidades que estão em situação de emergência e calamidade. O faturamento das empresas caiu e deve permanecer baixo por alguns meses, os custos aumentaram, as rotas se tornaram mais longas em distância e tempo, além de estarmos ajudando colaboradores afetados e no transporte solidário de doações.
Diante desta situação de emergência e das dificuldades enfrentadas pelas empresas, a Fetransul entende que é necessário tratar com urgência o acesso das empresas gaúchas às linhas emergenciais, já que a capacidade das empresas de manterem empregos chegou ao limite.

O futuro da indústria 5.0 na sociedade

Por Pedro Okuhara, Especialista de Produtos e Aplicações da Mitsubishi Electric Brasil

Por Pedro Okuhara, Especialista de Produtos e Aplicações da Mitsubishi Electric Brasil

Pedro Okuhara/arquivo pessoal/JC
Pedro Okuhara
Especialista de Produtos e Aplicações da Mitsubishi Electric Brasil



O conceito de Indústria 5.0 é definido como uma visão humanizada das transformações tecnológicas no setor, equilibrando as necessidades atuais e futuras dos trabalhadores e da sociedade com a otimização sustentável do consumo de energia, processamento de materiais e ciclos de vida dos produtos. Este conceito representa a evolução natural após a era digital da Indústria 4.0, marcando um redirecionamento para valores humanos e ambientais.

Além disso, é apontado como o modelo do próximo nível de industrialização, caracterizado pelo retorno da mão de obra às fábricas, produção distribuída, cadeias de abastecimento inteligentes e hiperpersonalização, como a customização em massa de produtos por meio de tecnologias digitais, de modo a proporcionar uma experiência personalizada ao cliente.

Sem contar que, oferece o melhor de dois mundos: aproveitar as funcionalidades das máquinas inteligentes e combiná-las com o conhecimento, a criatividade e o pensamento crítico que só uma força de trabalho qualificada pode proporcionar.

A base para adotar a Indústria 5.0

Somente com uma base sólida na Indústria 4.0 é que as organizações estarão preparadas para migrar para a Indústria 5.0, necessitando de uma infraestrutura robusta para a comunicação fluida entre humanos e máquinas. Se as instalações físicas, as redes de comunicação, os sensores das máquinas e o poder computacional tiverem limitações, as informações não serão compartilhadas de forma eficiente e não irão gerar insights acionáveis. Superar essas limitações requer investimentos em tecnologia de ponta e capacitação.

Além disso, as organizações precisam de uma força de trabalho com um número crescente de indivíduos altamente treinados que tenham compreensão da interação homem/máquina. É vital estabelecer parcerias com universidades e escolas técnicas para desenvolver programas educacionais focados nas necessidades da Indústria 5.0.

Redes e máquinas alimentadas por Inteligência Artificial podem criar e otimizar processos, porém, a inovação real surge da sinergia entre algoritmos avançados e a criatividade humana, como no desenvolvimento de novos produtos que atendem às expectativas dos consumidores.

Abordagens complementares

A Indústria 4.0 é uma abordagem de fabricação orientada pela tecnologia que ajuda nas decisões em tempo real, melhorando significativamente a eficiência e a segurança. Exemplos notáveis incluem sistemas de monitoramento remoto e manutenção preditiva.

Já a Indústria 5.0, embora também seja orientada à produção, adota uma abordagem mais humana e envolve a relação entre os funcionários, os robôs e a tecnologia. Um exemplo desta colaboração é a utilização de robôs colaborativos (cobots) que trabalham lado a lado com humanos em linhas de montagem, aumentando a segurança e a produtividade.

Segundo especialistas do European Economic and Social Commitee, a Indústria 5.0 significa fortalecer a cooperação entre a robótica e os seres humanos, “unindo forças para um futuro centrado no bem-estar humano,” criando um futuro mais inclusivo e centrado no ser humano.

Ênfase nos pilares social e ambiental

A jornada rumo à Indústria 5.0 será acompanhada por maior ênfase nos valores social e ambiental, incorporando práticas ESG e de Responsabilidade Social Empresarial, implementando ações que preservem o meio ambiente e promovam o bem-estar e progresso dos públicos internos e externos, atingindo um desempenho organizacional que vá além do aspecto financeiro, incorporando os pilares econômico, social e ambiental.

Ao questionarmos como a Indústria 5.0 afetará as tarefas, a produtividade dos trabalhadores e a forma como organizamos o trabalho, é essencial reconhecer a importância do desenvolvimento contínuo de competências. A colaboração homem-robô destaca a necessidade de habilidades complementares, onde a destreza humana e a inteligência artificial se unem para inovar. Dar o primeiro passo nesta jornada de aprendizado coletivo é essencial para navegar no novo paradigma de produção.

Mercado externo – quando e como investir na expansão para novos mercados

Silvinei Toffanin Fundador e sócio da Direto Group

Silvinei Toffanin Fundador e sócio da Direto Group

TÂNIA MEINERZ/JC
Silvinei Toffanin
Fundador e sócio da DIRETO Group
 
A internacionalização dos negócios pode ser uma excelente maneira de expandir a atuação de uma empresa e criar uma base maior de clientes. Para dar esse importante passo, no entanto, é essencial que empresários e gestores façam um planejamento bem completo, com o estudo do mercado de interesse, costumes do consumidor - no caso de uma empresa B2C - a fim de definir estratégias relacionadas à maneira como essa entrada no mercado exterior será realizada.
A entrada em um novo mercado pode acontecer de diversas maneiras, seja por meio da abertura e atuação com um escritório comercial, instalação de centros de distribuição, franquias, lojas, unidades produtivas e até parcerias com outras empresas. Um primeiro caminho, adotado por muitas companhias, é a exportação. Nestes casos, a empresa avalia as características do consumidor local, avalia a aderência ao produto ou serviço comercializado, as particularidades do mercado e inicia os testes.
Internacionalizar um negócio requer muito planejamento. É necessário, por exemplo, avaliar e adequar o modelo de negócios à legislação e à tributação do País de interesse, passando pelos trâmites relacionados às operações de comércio exterior, certificações exigidas, fiscalizações e, em muitos casos, adaptações às regras sanitárias.
Além de todos esses aspectos, outro ponto que precisa ser estudado com cautela é a capacidade produtiva da empresa. O investimento para abertura de um negócio em terras estrangeiras vai gerar demandas para as quais a empresa precisa estar preparada. É preciso ter na mira: novos fornecedores, parceiros de negócios, estudar condições logísticas, etc.
Há ainda uma questão que considero tão ou mais importante na hora de expandir para o exterior, que é quando fazer esse movimento. Ou seja, não basta simplesmente achar que a empresa está madura, planejar e fazer todos os movimentos para levar o negócio a outro país. É fundamental fazer uma série de análises e considerações de forma cuidadosa visando o melhor momento.
É essencial averiguar as oportunidades que tipo de oportunidades esse novo mercado apresenta e se há demanda significativa pelo produto ou serviço ofertado.
Examinar a concorrência também é especialmente importante, assim como determinar de que maneira a marca irá se posicionar nesse novo mercado. também é imperativa avaliar o momento econômico do país pretendido e como andam as flutuações cambiais.
 Também é imperativa avaliar o momento econômico do país pretendido e como andam as flutuações cambiais. Dessa forma, surpresas negativas e desafios além dos esperados podem ser evitados, assim como pode ser elaborada uma estratégia mais robusta para gerenciar os riscos dessa expansão.
Claro, também é de extrema importância que, antes de um passo significativo como esse, a empresa esteja estável, sólida e consistente no mercado doméstico, tenha capacidade operacional para conduzir atividades em múltiplos locais, consiga definir uma estratégia global bem alinhada, bem como estruturar o marketing para atuação na nossa frente, além de considerar tendências e inovações a fim de largar na frente.
A tarefa é árdua e os caminhos podem não ser tão simples quanto se imagina, mas com muito trabalho e o suporte de especialistas que conhecem bem o mercado externo, torna-se possível alcançar o sucesso em uma empreitada como essa, de internacionalizar um negócio. Tenha coragem, prepare sua empresa e mãos à obra!

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