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Publicada em 24 de Junho de 2024 às 15:51

A urgência do desassoreamento de hidrovias para a economia estadual

Kayo Soares, CEO da Arvut, consultoria em meio ambiente, saúde e segurança

Kayo Soares, CEO da Arvut, consultoria em meio ambiente, saúde e segurança

Arvut/divulgação/jc
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Kayo Soares
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CEO da Arvut, consultoria em meio ambiente, saúde e segurança
 
Após as enchentes históricas que assolaram o Rio Grande do Sul em maio de 2024, há intensos debates sobre medidas preventivas e de reconstrução para mitigar futuros impactos. Um dos principais focos atuais é o assoreamento dos rios, que exacerbou os efeitos das enchentes e requer atenção urgente.
O assoreamento resultante do desastre climático registrado no estado é preocupante não apenas pela sua relação com os eventos catastróficos, mas também pela sua influência crucial na hidrovia que conecta a região metropolitana de Porto Alegre ao Porto do Rio Grande. Esta hidrovia representa um importante ativo econômico para o estado, oferecendo um transporte mais seguro, menos poluente e ambientalmente vantajoso em comparação com o modal rodoviário.
As fortes chuvas depositaram grandes quantidades de solo, lixo e areia nos rios, Guaíba e Lagoa dos Patos, afetando os canais de navegação com assoreamento. Durante as enchentes, os níveis elevados das águas compensaram a redução de profundidade causada pelo assoreamento. No entanto, quando os níveis baixarem, o assoreamento pode diminuir o calado dos canais, dificultando a navegação e impactando severamente as empresas que dependem da hidrovia para transporte de matéria-prima e produtos acabados.
Essas empresas, cujas operações e cadeias de suprimentos são estruturadas em torno do uso da hidrovia, enfrentarão aumento de custos e menor competitividade se forem forçadas a recorrer predominantemente ao transporte rodoviário. Isso não só sobrecarregará as rodovias, mas também prejudicará a economia, a geração de empregos e a retomada econômica do Rio Grande do Sul. Portanto, é crucial integrar a manutenção e desassoreamento das hidrovias como parte essencial dos esforços de reconstrução. Investir na recuperação e na capacidade operacional das hidrovias não deve ser adiado, pois é fundamental para sustentar a economia regional e garantir a competitividade das empresas locais no cenário pós-desastre.
Este enfoque não apenas ajuda a mitigar os impactos das enchentes futuras, mas também fortalece a infraestrutura essencial para a recuperação econômica sustentável do estado, beneficiando diretamente as pessoas e os negócios que dependem dessas vias navegáveis.

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