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Publicada em 10 de Junho de 2024 às 16:32

Tecnologia ajuda a equilibrar carga de trabalho

Objetivo é melhorar condições aos motoristas e ampliar capacitação através de ferramentas inovadoras

Objetivo é melhorar condições aos motoristas e ampliar capacitação através de ferramentas inovadoras

Marcelo Camargo/Agência Brasil/JC
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A evolução da revolução industrial, denominada Indústria 5.0, visa à integração harmoniosa entre humanos e máquinas, em vez da substituição completa de trabalhadores pela automação. A tecnologia é projetada para trabalhar em parceria com os humanos, valorizando habilidades cognitivas únicas e promovendo maior eficiência, inovação e personalização na produção, com foco em sustentabilidade e bem-estar humano.
A evolução da revolução industrial, denominada Indústria 5.0, visa à integração harmoniosa entre humanos e máquinas, em vez da substituição completa de trabalhadores pela automação. A tecnologia é projetada para trabalhar em parceria com os humanos, valorizando habilidades cognitivas únicas e promovendo maior eficiência, inovação e personalização na produção, com foco em sustentabilidade e bem-estar humano.
Essa revolução industrial traz consigo transformações profundas, inclusive no segmento de Logística e Transportes, fundamental para qualquer indústria. Chamada de Logística 5.0, um dos focos é integrar tecnologia avançada enquanto coloca os motoristas no centro da equação. Nesse novo paradigma, além de otimizar processos, o objetivo é melhorar as condições de trabalho dos motoristas e proporcionar maior capacitação através de ferramentas tecnológicas inovadoras.
Em uma recente conversa no podcast da Infleet, empresa que desenvolve tecnologias para a Gestão de Frota, Patrick Rocha, fundador da Inlog, considerada a "escola da nova logística", falou sobre as perspectivas da Logística 5.0 na melhoria das condições de trabalho dos motoristas, e como isso também acaba revertendo em benefícios para as empresas.
"Um artigo da Harvard Business Review intitulado 'The Key to Happy Customers?' mostra como é a forte ligação estatística entre o bem-estar dos funcionários e a satisfação do cliente, reverberando na qualidade, produtividade e crescimento das empresas. Mais de 60% dos entrevistados corroboram com essa ideia na pesquisa", cita Patrick Rocha.
A Logística de Transportes 5.0 reconhece que a satisfação do motorista é fundamental e que o uso eficiente da tecnologia, como IoT, inteligência artificial e navegação avançada, pode facilitar suas tarefas diárias, como tornar as rotas previsíveis e trazer equilíbrio entre carga de trabalho e pausas adequadas.
A tecnologia da Infleet, por exemplo, contém funcionalidades que vão ao encontro do conceito "Logística 5.0" , como a videotelemetria, que consegue monitorar a fadiga e o nível de estresse dos motoristas. Isso permite que as empresas intervenham quando um motorista deixa de cumprir algum requisito de segurança (não usar cinto, mexer no celular, etc.) ou até mesmo se ele estiver sobrecarregado, oferecendo pausas adequadas ou apoio emocional, contribuindo para a saúde mental e física dos motoristas, incluindo o cumprimento das leis de horas de trabalho, descanso adequado e condições ergonômicas nos veículos.
Outra funcionalidade que proporciona aumento da qualidade de trabalho e bem-estar dos motoristas, o "check list" acompanha todos os processos de verificação do motorista, como registro de condução e suas licenças, como também os itens dos veículos, que contribuem para uma condução mais eficiente.
Assim, ao garantir que os motoristas cumpram os regulamentos e políticas de segurança, as empresas podem criar um ambiente de trabalho mais seguro e saudável. Além disso, é possível verificar as áreas onde eles podem precisar de treinamento adicional ou apoio, incluindo treinamento em segurança rodoviária, técnicas de direção eficientes e até mesmo programas de bem-estar.
"Essas ferramentas são concebidas para apoiar os motoristas em suas responsabilidades, promovendo uma entrega mais eficiente e, ao mesmo tempo, respeitando suas habilidades e experiências", conta o CEO da Infleet, Victor Vilas Boas Cavalcanti.
Porém, mudar uma cultura nunca é fácil, especialmente de profissionais que aprenderam, durante grande parte da carreira, a lidar com os desafios do dia a dia nas estradas. Para promover essa mudança de mindset e cultura, com o foco em uso de tecnologias de gestão, a Inlog contou na conversa com a Infleet como encontrou estratégias inovadoras para superar essa barreira e promover a utilização efetiva das soluções tecnológicas adotadas.
Patrick Rocha relembra os desafios enfrentados, quando a presença de smartphones nas mãos dos motoristas era limitada, e a resistência dos proprietários de frota em fornecer conectividade 3G aos motoristas era uma realidade. Para solucionar esse problema, a Inlog desenvolveu táticas criativas, uma das quais foi implementar uma competição entre motoristas terceirizados, oferecendo prêmios como churrascos, televisões e outros incentivos.
"Ao reconhecer a importância dos profissionais que estão na linha de frente da entrega, com um ambiente onde a tecnologia e os motoristas atuam juntos para proporcionar não apenas entregas eficientes, mas também qualidade de trabalho, criamos experiências satisfatórias para todos", reflete o profissional.

Transição energética dos transportes é foco de estudo da Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o País

O Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, se reuniu na semana passada com executivos de empresas que fazem parte do Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB) para conhecer o estudo 'Trajetórias Tecnológicas mais Eficientes para a Descarbonização da Mobilidade'. O levantamento identifica o enorme potencial do país para liderar globalmente o processo de transição energética com seus reflexos na mobilidade, assegurando a geração de emprego e renda. O documento foi encomendado pelo MBCB e elaborado pela LCA Consultores e MTempo Capital.
A pesquisa mostra que a rápida implementação de diferentes rotas tecnológicas para a descarbonização dos transportes pode gerar impactos positivos de R$ 7 trilhões no PIB e geração de 1,5 milhão de empregos. "Os dados do estudo apresentam um cenário promissor e uma oportunidade estratégica para o País, tanto do ponto de vista econômico quanto social. O MBCB terá o meu apoio e de toda a equipe do Ministério do Trabalho e Emprego para iniciativas que promovam emprego e renda, especialmente na indústria de mobilidade de baixo carbono", afirmou o Ministro Luiz Marinho.
Aroaldo Silva, presidente da IndustriALL Brasil e representante do MBCB, destacou a importância da participação do Ministério do Trabalho e Emprego nesse tema. "O ministro participou das discussões embrionárias da criação do MBCB, antes da formalização do acordo, pois compreende a dimensão do impacto da descarbonização dos transportes nas relações de trabalho. Estamos satisfeitos porque ele reforçou esse compromisso de apoiar as políticas públicas que preservem o emprego na indústria brasileira", destacou Silva.
Durante a reunião, o grupo apresentou as vantagens competitivas do Brasil para a descarbonização dos transportes, graças a suas matrizes energética e elétrica limpas, compostas por energia renovável combinada ao conhecimento em biocombustíveis, principalmente o etanol. "Com avanços em outras rotas tecnológicas, e o apoio dos mais diversos setores da sociedade, o País pode se destacar como centro global no desenvolvimento de soluções de baixo carbono", explicou Fernando Camargo, sócio-diretor da LCA Consultoria.
Além dos impactos na preservação ambiental, as estratégias sugeridas pelo estudo promovem a neoindustrialização com recursos sustentáveis e renováveis, ganhos em produtividade, geração de empregos qualificados e consequente aumento da renda e da qualidade de vida da população brasileira.
 

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