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Conjuntura

- Publicada em 10 de Julho de 2023 às 16:18

Inflação impacta mais no transporte rodoviário de cargas

INCT é apurado com base nos insumos utilizados diretamente na atividade do transporte rodoviário, como pneus e combustíveis

INCT é apurado com base nos insumos utilizados diretamente na atividade do transporte rodoviário, como pneus e combustíveis


/JOEL SANTANA/PIXABAY/JC
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta para inflação em 2023 está em 3,25%. A aplicação das políticas cabe ao Banco Central (BC). Dentro do transporte rodoviário de cargas (TRC), a inflação do setor é medida pela NTC&Logística, por meio da divulgação de um índice conhecido como: Índice Nacional do Custos do Transporte (INCT).
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta para inflação em 2023 está em 3,25%. A aplicação das políticas cabe ao Banco Central (BC). Dentro do transporte rodoviário de cargas (TRC), a inflação do setor é medida pela NTC&Logística, por meio da divulgação de um índice conhecido como: Índice Nacional do Custos do Transporte (INCT).
O INCT é apurado com base nos insumos utilizados diretamente na atividade do transporte rodoviário, como pneus, combustíveis, manutenção, o próprio veículo, salário do motorista, seguro, óleo lubrificante e outras despesas. Assim, é gerada a variação mensal do INCT, como conta Raquel Serini, economista e coordenadora de projetos do Instituto Paulista de Transporte de Cargas (IPTC).
As expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) são de crescimento. Em relação ao mês de maio, ele está aumentando de 1,20% para 2,14%. A expansão de 11,5% do setor agropecuário, de 1,5% no setor de serviços e de 0,5% na indústria são as causas disso.
Os atuais indicadores econômicos brasileiros revelam que a situação atual é positiva e está trazendo fôlego ao mercado. Porém, os juros ainda são uma das principais preocupações, visto que especialistas especulam que a queda da Selic - taxa básica de juros - virá apenas na metade do segundo semestre. Segundo Ana Jarrouge, presidente executiva do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), isso é algo que preocupa o setor de transporte rodoviário de cargas.
"Vemos isso com preocupação, pois as empresas estão com grandes dificuldades financeiras e ainda com resquícios do pós-pandemia, quando não conseguiram repassar no frete os aumentos dos principais insumos do transporte, como óleo diesel (média de 17,93% em 2022), pneus (média de 8,86% em 2022), caminhões (média de 19,35% em 2022), entre outros. Em contrapartida, necessitam de crédito que, nesse cenário, se torna caro e escasso".
Além disso, é relatado que a defasagem do frete vem se acumulando durante os anos, e a recomposição dos valores vem sendo muito mais lenta que o ideal. "Ninguém gosta de ter juros altos no ambiente de negócios, mas ele é exatamente o reflexo das políticas econômica, monetária, fiscal e social adotadas ou não pelo governo, visto que elas podem estar equivocadas. Está sendo mostrada uma fragilidade, o que traz insegurança jurídica e imprevisibilidade, tudo que o empresário e os investidores querem ver longe", afirma a presidente executiva da entidade comentando sobre a Selic após ser confirmada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em 13,75% pelo sétimo encontro do comitê seguido.
Por possuir um peso importante no cenário econômico nacional, em 2022, o setor expandiu 8,1%, segundo a Anfavea, representante dos fabricantes de veículos. Apesar de não haver um diálogo direto entre os sindicatos e o poder público, há intermediários que representam o setor, como a Confederação Nacional de Transporte (CNT).
"O diálogo com os ministérios, especialmente dos transportes, e com o legislativo vem desempenhando um papel de conscientização sobre a importância do setor e os impactos que eventuais políticas, medidas ou legislações equivocadas podem causar. A CNT tem estudos e pesquisas de alto nível sobre nosso setor para auxiliar os órgãos governamentais", pontua Jarrouge.
Os serviços são um termômetro econômico. O transporte rodoviário de cargas é defendido por muitos especialistas do setor como um indicativo econômico. Jarrouge diz que o TRC é o "grande elo" entre a indústria e o consumidor final.
"Dentro do setor, sempre falamos que as pessoas devem ficar felizes com a presença dos caminhões nas ruas e estradas, pois isto é um indicativo de que a economia está indo bem. O transporte é o grande elo entre a indústria, os pontos de venda e os consumidores finais. Somos uma parte extremamente importante e essencial dentro da cadeia de consumo."

Setcergs manifesta preocupação com teor do texto da reforma tributária aprovado pela Câmara de Deputados

O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Rio Grande do Sul (Setcergs), manifesta sua preocupação com a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados. A medida traz consigo incertezas e temores de uma possível elevação de custos para o setor.
Na visão do presidente do Setcergs, Sérgio Mário Gabardo, a proposta de reforma tributária tem como objetivo simplificar o sistema tributário e reduzir a burocracia, mas é necessário analisar os impactos reais que essa mudança pode trazer para as empresas de transporte.
"A substituição de diversos impostos por um único Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) pode gerar desafios adicionais, como a necessidade de adaptação dos sistemas contábeis e processos internos das empresas. Além disso, estamos preocupados com a possibilidade de aumento da carga tributária para as empresas de transporte. O setor já enfrenta altos custos operacionais, e um possível aumento dos impostos pode prejudicar a competitividade e a capacidade de investimento das empresas", afirma.
Uma das principais preocupações do Setcergs e que é compartilhado com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) é a incidência de imposto sobre os principais insumos do setor de transporte: combustível, energia elétrica e mão de obra. O temor é de que se prevalecer a ideia de alíquota única para bens e serviços, haverá um pesado aumento de impostos sobre setores estratégicos no Brasil, incluindo o transporte.
A complexidade do setor de transporte, que abrange diferentes modalidades, também deve ser considerada. A reforma tributária precisa levar em conta as particularidades de cada segmento para evitar distorções e impactos negativos.
No caso do transporte urbano de passageiros, o aumento da carga tributária poderá acarretar um acréscimo da tarifa paga, principalmente, pela população de baixa renda ou a ser subsidiado pelos municípios. Esses, além de perderem competência e autonomia com a reforma, acarretarão um aumento na despesa pública, devido ao fato de que o alto valor da tarifa leva à necessidade de subsídio do serviço.
Diante do cenário, a orientação para as empresas é buscar alternativas para mitigar os efeitos negativos, como a renegociação de contratos e a busca por incentivos fiscais. O Setcergs, através de sua atuação institucional, está atuante na inclusão de tópicos na formatação de leis complementares até a aprovação final junto ao Senado.