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JC Logística

Conjuntura

- Publicada em 24 de Abril de 2023 às 14:14

Segmento debate os principais desafios da logística pós-pandemia

Setor teve incremento de 27% incremento nas vendas virtuais somente no primeiro ano da crise sanitária

Setor teve incremento de 27% incremento nas vendas virtuais somente no primeiro ano da crise sanitária


freepik/divulgação/jc
Um dos segmentos que foram mais demandados com a pandemia de Covid-19, o setor de logística teve um incremento de 27% nos pedidos de mercadorias comercializadas online somente no primeiro ano da crise sanitária. O tema foi debatido em evento promovido pela Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL), realizado no início do mês, em Brasília.
Um dos segmentos que foram mais demandados com a pandemia de Covid-19, o setor de logística teve um incremento de 27% nos pedidos de mercadorias comercializadas online somente no primeiro ano da crise sanitária. O tema foi debatido em evento promovido pela Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL), realizado no início do mês, em Brasília.
A fim de atender a essa demanda que cresceu abruptamente em um curto período de tempo, as empresas do ramo precisaram se adaptar à nova realidade. O presidente da DHL Supply Chain, Plínio Pereira, ressalta que "o direcionamento do varejo físico para o digital exigiu uma nova condução nas entregas, o que exigiu uma reorganização". O comércio eletrônico, por muito tempo, foi mais restrito às grandes cidades, mas com as restrições impostas pelo lockdown as operadoras logísticas enfrentaram o desafio de manter a qualidade dos serviços nas áreas mais remotas do País.
Nesse sentido, o diretor de Logística da Fedex, Eduardo Araújo, relata a necessidade de as companhias mudarem o perfil de suas frotas. "Antes da pandemia, tínhamos automotivos grandes e médios. Mas, com o crescimento do e-commerce, precisamos fazer ajustes para levar pacotes de diversos tamanhos de porta em porta. Adaptamos os veículos para a última milha e buscamos usar mais os elétricos para reduzir a poluição", explica.
Segundo a diretora adjunta da CNT Logística, Fernanda Rezende, a grande dificuldade do segmento se deve às condições das rodovias do País. "O Brasil não tem uma malha viária bem distribuída, e a existente não está em condições adequadas. Hoje, somente 12% das nossas estradas são pavimentadas, o que corresponde a 200 mil km, e 65% estão em estado irregular. Não dá pra fazer um entrega com eficiência deste jeito", afirma.
Na estimativa da executiva, os custos com acidentes e deslocamentos mais lentos acabam acrescendo em 33% ao valor final: "Nos pequenos municípios, o problema são as estradas, mas nos grandes centros urbanos, os congestionamentos que atrapalham. Em alguns locais, há restrições para caminhões, sem contar que os endereços nem sempre são fáceis de achar, pois as sinalizações são péssimas".
Na busca de soluções, o governo federal aposta na intermodalidade como um dos principais focos do Planejamento Nacional de Logística para melhorar a estrutura das entregas no País. O assessor especial da presidência da Infra S.A., Marcelo Vinaud Prado, destaca especial preocupação com última milha dos processos logísticos, "percurso realizado de bicicleta, a pé, de carro, de caminhão". Entre as ações, em nível nacional, Prado ressalta o Projeto da Ferrovia de Integração Oeste Leste, cujas desapropriações estão em andamento e 360 km de obras já estão em curso. A previsão é que se leve cerca de cinco anos para ser finalizada.
Além disso, o diretor geral da ID Logistics, Gilberto Lima Jr., salienta mais uma questão: o aumento no nível de exigência dos consumidores nos últimos anos. "O nosso grande obstáculo é conseguir ser extremamente eficientes, dado que hoje o consumidor exige precisão e prazos cada vez mais curtos. Além disso, a entrega no mesmo dia está cada vez mais comum, tem até entrega com hora marcada", pontua o dirigente.
Diante disso, a digitalização dos armazéns se tornam ainda mais necessárias. O diretor de Operações da Solística, Rafael Abreu, aposta nos estoques verticalizados como um propulsor de agilidade e eficiência aos processos. Neste formato, "o drone talvez não seja a máquina que vai levar o produto na casa do cliente, mas ele pode ser usado na produção otimização de tempo, como na elaboração de inventários, e na melhora da segurança, visto que o operador não precisa mais subir em uma empilhadeira para fazer a contagem", afirma Wrobleski.
Na opinião do CEO da Localfrio, Rodrigo Casado, o início deste processo passa pelo aculturamento das equipes ás novas tecnologias: "No chão de fábrica, alguns acham que as máquinas podem ser uma ameaça para o seu trabalho. Precisamos mudar este conceito errado". Na mesma linha, o presidente da BBM, Antonio Wrobleski, adianta que a companhia desenvolve uma plataforma digital "que vai fazer com que o armazém fale com o motorista e o motorista fale com seus pares".