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Tributação

- Publicada em 18 de Outubro de 2023 às 23:05

'Aculturamento da população' é um dos principais desafios da reforma tributária para o varejo

TAX Experience trouxe sete horas de conteúdo sobre tributação

TAX Experience trouxe sete horas de conteúdo sobre tributação


FERNANDA FELTES/JC
A reforma tributária traz oportunidades e desafios para as empresas do varejo. O assunto foi tema de um dos painéis (Estratégias e oportunidades para empresas do varejo pós-reforma) da Tax Experience, evento que aconteceu nesta quarta-feira (18), no Centro de Eventos do Barra Shopping Sul, em Porto Alegre, com a participação da diretora financeira da Lebes, Dulce Gobbe, do diretor de controladoria da Renner, Luciano Agliardi, e do CEO da Tax Group, Luis Wulff. Entre os principais desafios estão o 'aculturamento da população' e o longo período de transição da reforma, que começa, se aprovada, em 2026 se estende até 2033.
A reforma tributária traz oportunidades e desafios para as empresas do varejo. O assunto foi tema de um dos painéis (Estratégias e oportunidades para empresas do varejo pós-reforma) da Tax Experience, evento que aconteceu nesta quarta-feira (18), no Centro de Eventos do Barra Shopping Sul, em Porto Alegre, com a participação da diretora financeira da Lebes, Dulce Gobbe, do diretor de controladoria da Renner, Luciano Agliardi, e do CEO da Tax Group, Luis Wulff. Entre os principais desafios estão o 'aculturamento da população' e o longo período de transição da reforma, que começa, se aprovada, em 2026 se estende até 2033.
"Embora fique mais transparente para a população, o varejo vai precisar enfrentar o aculturamento da população. Em locais onde o IVA (Imposto sobre Valor Agregado que tem como objetivo substituir impostos de consumo) já é estabelecido, o cidadão está acostumado com o tributo 'por fora'. Aqui no Brasil, não. Então, ele vai olhar na prateleira um produto que custa R$ 100 e no caixa vai pagar R$ 125, por exemplo", ponderou Luis, reforçando que, além disso, a discussão sobre aumentar a alíquota pode ser outro entrave para o sucesso da reforma e para a sustentabilidade das companhias. "Era 25%, hoje tem gente falando em 40%, seria uma catástrofe". Ele destacou, ainda, que o período longo de transição também pode trazer desafios às empresas, como confusões na hora das declarações. "É um custo alto para as companhias", disse.  
A diretora financeira da Lebes concordou. "A questão é como vamos divulgar nosso preço para o consumidor. Além disso, nossa equipe está se preparando para atender as demandas da tributação vigente e da reforma, não tem como ter equipes separadas, os colaboradores vão ter que caminhar juntos", afirmou Dulce. Como ponto positivo, ela destacou a possibilidade de reindustrialização do país. "Se a gente tem um sistema tributário menos oneroso, que traz oportunidades, a gente pode receber mais investimentos, a reforma traz desoneração para indústria de transformação, por exemplo, que já foi responsável 30% do PIB do país", refletiu.
Para o diretor de controladoria da Renner, com a reforma, as empresas vão precisar "pensar mais na eficiência da cadeia e em agregar valor. Tivemos uma complexidade de tributação que criaram dificuldades. As empresas que construíram seus negócios ancoradas nessas estratégias vão ter que se reinventar", recomendou Luciano. Ele contou que, quando a marca Renner resolveu apostar no mercado estrangeiro do Uruguai, se surpreendeu positivamente com um sistema simplificado. "O IVA lá é de 22%. Tudo que você compra gera crédito. No Brasil, o imposto é custo. Além disso, aqui temos muitas obrigações acessórias, no Uruguai, temos uma folha e a comprovação se dá através de razão contábil", disse Luciano. O CEO da Tax Group concordou que esse é um ponto positivo da futura reforma. "É uma das coisas que o contribuinte quer, reduzir a burocracia, um único documento que resuma a carga tributária", contextualizou Luis.
O evento, que contou com 7 horas de conteúdo sobre tributação, inovação no setor, habilidades corporativas e diversidade, foi promovido pela Tax Group. "Queremos discutir negócios tributários. Queremos educar e sensibilizar o mercado, porque tudo é impactado pela tributação. Nosso objetivo é trazer educação", concluiu o CEO da empresa.

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