Como antecipar tendências pode transformar o seu negócio de moda?

Você já parou para pensar por que algumas marcas conseguem vender o produto certo, no momento certo, enquanto outras ficam com peças encalhadas no estoque? A resposta está na capacidade de entender e se antecipar às tendências. E quando falo de tendências, não me refiro apenas a modismos passageiros, mas sim a reflexos de mudanças sociais, culturais e comportamentais.

No mundo da moda, quem sabe analisar essas transformações se destaca. Afinal, não dá para ser uma empresária ou lojista bem-sucedida sem prestar atenção ao que está acontecendo no seu mercado e ao comportamento do seu cliente. Minha missão, com a plataforma de tendências New & Now, é ajudar marcas e profissionais a navegarem pelas ondas de tendências de forma segura e estratégica, mas para isso, é preciso entender o que exatamente são as tendências e como elas impactam diferentes áreas do mercado e da sociedade. Vamos explorar esse conceito mais a fundo.

Tendência é a direção para onde uma mudança está apontando. Essas mudanças surgem a partir do contexto em que vivemos. Isso significa que muitas tendências influenciam diversos setores da sociedade, como a gastronomia, a beleza, a arquitetura e, claro, a moda.

Um exemplo recente foi o impacto da pandemia de Covid-19. Durante esse período, tendências que já existiam, como a busca por conforto, o home office e o "faça você mesmo", se aceleraram. O mercado precisou se adaptar rapidamente a essa nova realidade. A moda Comfy, focada em peças confortáveis, ganhou força porque as pessoas passaram a ficar mais tempo em casa, equilibrando trabalho, filhos e vida doméstica no mesmo ambiente.

Mas, e depois da pandemia? O conforto deixou de ser relevante? Claro que não! O que mudou foi o propósito. Hoje, o que chamamos de "aero look" - roupas confortáveis e funcionais para viagens - é uma evolução direta dessa tendência.

É importante entender que existem diferentes tipos de tendências. As macrotendências são grandes mudanças culturais e comportamentais, com duração de cinco a dez anos. Já as microtendências são mais passageiras, com impacto imediato e curto prazo.

Um exemplo de microtendência? As influências das séries de streaming, que têm moldado o mercado da moda. Séries como Bridgerton inspiraram um aumento na procura por vestidos de estilo Império, enquanto Euphoria trouxe de volta a estética Y2K e maquiagens marcantes.

Nenhuma tendência será útil se você não souber quem é o seu cliente. Parece básico, mas vejo muitos empresários cometendo o erro de criar coleções baseadas no próprio gosto pessoal. Esse é um dos erros mais comuns que eu observo: "Ah, eu não gosto de animal print, então não vou colocar na coleção." A questão é: se o seu cliente gosta, você precisa incluir o produto.

A melhor maneira de alinhar suas decisões às expectativas do consumidor é construir um mood board. Esse painel visual ajuda a mapear características de personalidade, estilo de vida e preferências do seu público-alvo. Conhecer o seu cliente em profundidade evita erros no desenvolvimento de produtos e na seleção de tendências.

Quando falo sobre planejamento de coleção, sempre menciono a pirâmide de produtos. Na base, estão as peças clássicas, perenes, que têm alta aceitação e sustentam o faturamento. No meio, entram as tendências comerciais, aquelas que agradam o cliente mas não permanecem por muitos anos. No topo, estão os produtos inovadores, de maior risco, que devem ser trabalhados em menor escala.

Investir no mix certo é fundamental. Se você tem apenas produtos seguros, sua marca perde força criativa. Por outro lado, investir demais em itens inovadores sem teste pode gerar grandes prejuízos.

Eu sempre digo que a pesquisa não é opcional. É um processo contínuo e vital. No meu trabalho na New & Now, viajo para capitais da moda como Londres, Paris e Milão para acompanhar tendências de perto. Avalio tudo: das passarelas aos pontos de venda, passando por vitrines, acabamentos de produtos e até como as peças estão sendo compostas no street style.

Por que isso é importante? Porque o timing no mercado de moda é essencial. Se você lança uma tendência muito cedo, o consumidor não vai entender. Se chega tarde, vai enfrentar concorrência acirrada e brigar por preço. Estar um passo à frente é o que garante a vantagem competitiva.

É importante lembrar que moda não é só sobre estética. É sobre conexão emocional. O seu cliente só vai prestar atenção no seu produto se ele fizer sentido na vida dele. Para isso, sua equipe precisa estar alinhada e motivada, sabendo que cada decisão - da pesquisa ao desenvolvimento da coleção - é parte de uma estratégia maior.

Estar antenado ao que acontece no mundo global é fundamental, mas não tente abraçar o mundo. Escolha bem as tendências que fazem sentido para o seu negócio. Não se trata de quantidade, mas de relevância.

Minha missão, com a plataforma New & Now, é ajudar marcas e profissionais a navegarem pelas ondas de tendências de forma segura e estratégica. E você? Já sabe qual será a próxima onda que vai surfar?