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Publicada em 01 de Março de 2025 às 16:00

Prosperato inova e expande no mercado global

Rafael Marchetti, sócio-diretor da Tecnoplanta, produtora do azeite Prosperato - Crédito Lucia Porto Divulgação Prosperato

Rafael Marchetti, sócio-diretor da Tecnoplanta, produtora do azeite Prosperato - Crédito Lucia Porto Divulgação Prosperato

PROSPERATO/DIVULGAÇÃO/JC
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O que começou na infância com o interesse por máquinas, tecnologia e o preparo dos alimentos se transformou em empreendimento. Havia também o interesse que já estava em seu DNA. Em 1991, dois anos antes do nascimento de  Rafael Marchetti, seu pai, Eudes Marchetti, criou a Tecnoplanta - empresa líder na produção de mudas na América Latina.
O que começou na infância com o interesse por máquinas, tecnologia e o preparo dos alimentos se transformou em empreendimento. Havia também o interesse que já estava em seu DNA. Em 1991, dois anos antes do nascimento de  Rafael Marchetti, seu pai, Eudes Marchetti, criou a Tecnoplanta - empresa líder na produção de mudas na América Latina.
Aos 17 anos, Marchetti iniciou sua jornada na olivicultura e, com sua curiosidade aguçada, buscou conhecimento em instituições no Brasil e no exterior, como a UC Davis, nos Estados Unidos, e a Escuela Europea de Cata, na Espanha, onde fez cursos de análise sensorial e elaboração de azeites. Além da curiosidade inata, uma de suas principais características é o perfeccionismo, algo que se reflete na qualidade dos azeites da Prosperato, marca de azeites mais premiada do Brasil cuja criação, em 2013, e evolução, Rafael acompanhou desde o início.
Especialista em azeites, Marchetti também se tornou mestre de lagar - profissional especializado que gerencia o processo tradicional de extração de azeite. Ele opera e supervisiona o lagar, que é o local onde as azeitonas são processadas e o azeite é extraído, garantindo a qualidade e a eficiência do produto final.
Na direção da Prosperato, busca constante atualização. Há mais de uma década se dedica a viajar o mundo para conhecer diversas produções de azeite e as melhores práticas internacionais quando se trata de olivicultura. Um dos pioneiros no setor no Brasil. Hoje, aos 31 anos, Marchetti celebra uma década de sucesso da marca e de sua trajetória profissional. Ambas se entrelaçam com a paixão pela música — ele estudou violão clássico e, mais recentemente, piano — e com o xadrez, hobby que traduz sua busca contínua por novos desafios e aprendizados.
Empresas & Negócios - Como a Prosperato pretende utilizar a visibilidade conquistada com o quarto lugar no EVOO World Ranking para expandir sua presença em mercados internacionais?
Rafael Marchetti - Queremos mostrar que a qualidade do nosso azeite é reconhecida lá fora. Não só com a questão dos prêmios, mas justamente a apreciação do nosso produto, que é altíssima. Temos uma participação ainda pequena em mercados de fora, como os Estados Unidos, mas, com certeza, essa colocação inédita para uma marca brasileira chama a atenção de compradores de outros países.
E&N - Quais estratégias estão sendo planejadas para fortalecer ainda mais a marca Prosperato no mercado de azeites premium no Hemisfério Norte?
Marchetti - Entendemos que essas premiações já vêm dando resultados, com as exportações para o mercado norte-americano. As colocações nos rankings e as premiações nos ajudaram, e vão nos ajudar, com possíveis planos futuros de expansão para esses mercados. No momento, porém, estamos focados no mercado nacional, que ainda tem muito a crescer e aprender sobre azeites de alta qualidade.
As conquistas que tivemos ajudam a reforçar a imagem não apenas da Prosperato, mas do azeite brasileiro como um todo. Essa reputação leva muito tempo para ser construída e estamos no caminho.
E&N - O recorde de mais de 100 prêmios em 2024 consolida a Prosperato como uma líder no setor. Quais diferenciais de produção e inovação garantiram esse reconhecimento global?
Marchetti - Desde que começamos, em 2011, nossa empresa desenvolve um trabalho único no setor. Buscamos referências em todo o mundo e trouxemos o que havia de melhor, adaptado para o nosso clima e realidade. Primeiro, procuramos entregar a melhor muda de oliveira ao mercado brasileiro, mas olhamos também para a outra ponta, que é a produção de um azeite de altíssima qualidade, algo que até então era muito difícil de encontrar no Brasil. Hoje, atuamos em toda a cadeia produtiva, desde a produção das mudas até a venda do azeite, em varejo próprio. Com isso, alcançamos uma crescente de qualidade, ano após ano. E isso se traduz nas premiações: temos mais de 300, sendo 124 somente em 2024, um recorde.
E&N - A pontuação de 97 no Flos Olei 2025 é histórica para o Brasil. Como essa conquista impacta a percepção dos azeites brasileiros no mercado mundial?
Marchetti - O Guia é muito respeitado no mundo dos azeites e estamos nele há nove anos. A pontuação também é motivo de orgulho, porque mostra como evoluímos desde 2016 para chegar ao patamar de marcas muito conhecidas da Europa, que são referências para nós. Queremos que os consumidores daqui entendam o quanto esse reconhecimento é relevante, afinal estamos entre os melhores do mundo. Isso comprova a qualidade dos nossos azeites, mas também mostra para o resto do mundo o trabalho sério do Brasil.
E&N - O azeite condimentado com Pimenta Jalapeño foi eleito o melhor do mundo em sua categoria no Athena IOOC. Existem planos para ampliar a linha de azeites condimentados e explorar novos sabores?
Marchetti - Esse azeite é muito especial. Pessoalmente para mim, que há quase dez anos experimentei um azeite com esse mesmo sabor e fiquei encantado. Vi como um mundo novo a ser descoberto e explorado. Naquele momento tive a certeza de que algum dia eu faria um azeite daquela maneira. Então foi um sonho que construímos. E com o Jalapeño tivemos não só esse reconhecimento, mas também em anos passados, na Itália, como o melhor azeite condimentado do mundo. Também tivemos outras distinções com os rótulos de manjericão, limão siciliano e alho roxo. Esses reconhecimentos nos mostram que há um mundo gigantesco de opções a serem exploradas e que, com certeza, no futuro, vamos trazer novas ideias.
E&N - Quais são os próximos passos da Prosperato para aumentar sua competitividade em mercados tradicionalmente dominados por azeites europeus?
Marchetti - Sempre priorizamos dar um passo de cada vez, e a consolidação da nossa marca no Brasil é o foco. Temos conquistado nosso espaço e mostrado aos brasileiros a qualidade do nosso produto. Então para nós não se trata apenas de entrar em outros mercados, mas de estimular o consumo interno de azeite de maior qualidade. Realmente nos sentimos como porta-vozes da nova cultura do consumo de azeite de oliva extra virgem de alta qualidade no Brasil e ficamos felizes com esse aumento constante de interesse.
E&N - Como a Prosperato combina inovação e sustentabilidade para garantir um produto de alta qualidade enquanto mantém o compromisso com práticas sustentáveis?
Marchetti - A olivicultura é um cultivo que gera pouquíssimo impacto ambiental, porque, desde o plantio, conseguimos adotar práticas de manejo sustentáveis, inclusive conforme as oliveiras vão envelhecendo. Temos árvores produtivas que vão ficar no olival por décadas ou até séculos e usamos o conhecimento que temos no campo para fazer esse manejo. Fora isso, a extração de azeite de oliva extra virgem em si não requer nenhum produto químico. Ou seja, é uma produção totalmente natural, apenas por meios mecânicos, e com isso conseguimos entregar um produto com baixíssimo impacto ambiental.
E&N - A empresa menciona 12 anos de paixão e trabalho no setor. Quais investimentos em tecnologia ou infraestrutura foram essenciais para alcançar essa excelência?
Marchetti - Foram muitos investimentos desde o início. Conforme comentei, o fato de atuarmos em toda a cadeia produtiva - e naquela época ter sido o pioneiro -, nos exigiu (e exige até hoje) grandes investimentos para aprender como manejar as oliveiras e produzir os azeites com excelência.
Esses investimentos começaram com o viveiro, a produção das mudas, a escolha das melhores matrizes, multiplicação e plantio. Tudo isso nós tivemos que aprender, porque, apesar de aprendermos com outros excelentes produtores mundiais, a realidade do clima e do solo do Rio Grande do Sul é diferente de qualquer outro lugar do mundo. Sempre foi um grande desafio. Inclusive na colheita e depois no processamento das azeitonas, quais máquinas utilizar para extração, como guardar o azeite, como envasar, engarrafar, rotular etc. Buscamos as referências fora e adaptamos para a nossa realidade. Não existiam outras pessoas aqui que pudessem nos ensinar como fazer.
E&N - A Prosperato está ampliando sua produção ou buscando novas regiões no Brasil para o cultivo de oliveiras?
Marchetti - A nossa empresa se compromete muito a investir forte em pesquisa. No momento, esse é o nosso foco no quesito de investimentos no campo. Em paralelo, fazemos um trabalho forte na busca de novas variedades de oliveira em outros lugares do mundo, que possam ter uma origem e um clima ainda mais parecidos com o nosso, com características apropriadas para se adaptar ao Estado. Eu me envolvo em todas as frentes, do campo ao lagar, viajo o mundo, conheço plantios e azeites incríveis que servem de inspiração e nos dão repertório, tanto na pesquisa de novas variedades, quanto no manejo do campo e nos novos sabores de azeites que provamos.
E&N - Quais metas de mercado ou conquistas a Prosperato espera atingir até 2026 para celebrar 15 anos de história?
Marchetti - Até 2026 temos como meta aumentar ainda mais a nossa participação de vendas no mercado online. Nós já vendemos azeite para todos os estados do Brasil e isso nos dá muito orgulho. Saber que pessoas mesmo na outra ponta do país estão consumindo azeites da Prosperato é muito gratificante. Queremos aumentar ainda mais essa participação, melhorando a logística, a experiência de compra e o portfólio de produtos. Adianto que vamos lançar novos produtos ainda em 2025 e fortalecer ainda mais a nossa marca no mercado de azeites no Brasil.
 

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