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Publicada em 25 de Janeiro de 2025 às 16:00

Holy Studio apresenta uma nova forma de fazer design

Atendimento personalizado é uma das marcas da empresa, diz o executivo

Atendimento personalizado é uma das marcas da empresa, diz o executivo

/Holy Studio/Divulgação/JC
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Sofia Utz
Sofia Utz
Com uma visão inovadora em um mercado ainda pouco explorado no Brasil, a Holy Studio, empresa especializada em design de rótulos de bebidas alcoólicas, tem apostado em um atendimento sob medida e na transmissão de sensações por meio da arte. Com cinco anos de atuação, a empresa praticamente quadruplicou os seus projetos mensais e já está presente no mercado internacional, buscando expandir os seus clientes no exterior. Já tendo contribuído com artistas da Bielorússia, Geórgia, Estados Unidos, Irã, os criadores da empresa não enxergam barreiras quando começam um projeto.
Com uma visão inovadora em um mercado ainda pouco explorado no Brasil, a Holy Studio, empresa especializada em design de rótulos de bebidas alcoólicas, tem apostado em um atendimento sob medida e na transmissão de sensações por meio da arte. Com cinco anos de atuação, a empresa praticamente quadruplicou os seus projetos mensais e já está presente no mercado internacional, buscando expandir os seus clientes no exterior. Já tendo contribuído com artistas da Bielorússia, Geórgia, Estados Unidos, Irã, os criadores da empresa não enxergam barreiras quando começam um projeto.
Erik Marchetti, fundador e diretor criativo do estúdio, trabalha como designer há vinte anos e possui mais dois empreendimentos na área, o Blank Design Studio, voltado ao branding design, e o Stuart CG Studio, focado em design arquitetônico. Junto dele estão José De Lazzari, que trabalha na Itália, principalmente com captação de clientes, e Luiz Felipe Cavalcanti, também sócios do estúdio. Mesmo com uma proposta "tailor made", a grande demanda do mercado tem obrigado Marchetti e seus sócios a aumentarem a equipe, movimento que devem fazer ao longo deste ano.
Empresas & Negócios - Como nasceu a Holy Studio?
Erik Marchetti - Há cinco anos, tive a ideia de lançar um projeto focado em rótulos de bebidas alcoólicas. Queria um estúdio para pensar só nisso e ser mais livre para trabalhar dentro dessa temática, que, na minha opinião, é um perfil de negócio que demanda tanto conhecimento sobre a bebida, quanto sobre arte. Uma série de fatores culminou na fundação da Holy: a paixão pela bebida, a experiência e a vontade de fazer algo específico e focado em um mercado premium de bebidas.
E&N - Quais são os processos para a criação de um rótulo?
Marchetti - Acho que é um processo parecido com o de outros estúdios de design. Começa com a descoberta, quando se faz uma imersão no problema do cliente, se entende qual é a missão, qual ideia ele tem para o rótulo. Passamos então para a compreensão da bebida, o que demanda experiência, uma vez que vai se absorvendo conhecimentos e sensações que são importantes na hora de criar. Depois da etapa de imersão, chega o momento de conceituação. Tentamos sempre desenvolver uma narrativa para cada rótulo, então o nosso processo é muito simples. Procuramos ser um estúdio com uma visão simples de design, mas com uma execução profunda e complexa. Fazemos a pesquisa para entender o contexto histórico, porque colocamos muito peso nos significados de elementos e de estilos a serem usados nas criações. Nesse momento, também entramos em contato com artistas do mundo inteiro, que contribuem com a criação das artes para os rótulos e trazem habilidades que, muitas vezes, não possuímos em nossa equipe. Combinando estas etapas, nasce o produto e apresentamos uma narrativa, a ser aprovada pelo cliente. Uma vez aprovada, partimos para a criação visual, o que envolve processos diferentes para cada cliente. Às vezes, usamos o rascunho manual. Às vezes, é um processo mais gráfico vetorial, então essa etapa criativa é bem livre. Para a apresentação do resultado, nós trazemos um protótipo bem estruturado, com projetos em 3D e com uma qualidade muito próxima a da final, o que também é um diferencial. Depois de aprovado, vem a impressão do projeto, que é uma etapa mais técnica.
E&N - Como funciona a captação de clientes?
Marchetti - Eu diria que de 80% a 90% do que chega para nós é por indicação, por portfólios ou pela nossa presença digital em vários canais, como Behance, Canva e Pinterest. A nossa comunicação é um grande diferencial, porque ela é muito baseada em inglês desde o lançamento da marca, pensando em um funcionamento global.
E&N - Vocês sempre pensaram em estar no mercado internacional ou foi um processo de inserção?
Marchetti - Desde o início, pensávamos em estar no mercado internacional, porque o que chama muita atenção no mercado de bebidas são os rótulos de fora do Brasil. É inegável. O Brasil ainda engatinha muito em termos de criatividade e de produção gráfica, é muito limitado. Por exemplo, se tu vais pegar uma cartela de papéis disponíveis em uma gráfica brasileira para fazer um rótulo, ela vai te apresentar 10 ou 15 opções. Em uma gráfica do exterior, existem até cem tipos de papel para se explorar. A falta de acesso a uma garrafa ou a um acabamento diferente limita, e tudo isso impacta na criatividade. Então, a nossa visão é de que trabalhando para fora se tem muito mais liberdade criativa. Não é porque o do gringo é melhor, é porque a gente consegue estar mais livre em termos de criação.
E&N - Como tu percebes a trajetória da marca até agora?
Marchetti - Acho que ela teve uma ascensão meteórica. A gente começou em 2019 com um ou dois projetos por mês, e um ano depois já tínhamos cerca de dez projetos no mesmo período. Hoje, cinco anos depois, a gente tem quase 40 projetos em andamento ao mesmo tempo, em fases diferentes. Isso é muito para um estúdio com esse tamanho de equipe. Então, ela tem uma ascensão meteórica e o desafio agora é outro: como continuar mantendo a qualidade agregando outras pessoas na equipe, o que eu acho que é um grande desafio para qualquer estúdio de design. A ideia não é ser um estúdio grande, com 100 pessoas, mas ter um staff que possa dar conta de um volume maior de projetos com a mesma qualidade.
E&N - Quais são as maiores dificuldades que vocês encontram no negócio?
Marchetti - Um dos pontos é esse: como se garante a qualidade expandindo a equipe? Porque, quando se tem um estúdio mais sob medida, o cliente deseja um canal direto com quem vai criar, porque é um processo muito artístico. Eu vi uma entrevista com um designer italiano e ele definiu rótulos de bebidas como 50% design e 50% arte. Eu concordo muito com essa visão. Quando se tem um estúdio de design, que é a minha outra experiência na Blank Design Studio, se é mais estratégico, se anda em uma cadeia de posicionamentos diferentes. O rótulo demanda muito da arte, porque a bebida lida muito com sentimentos, emoções e sensações, o que às vezes é difícil de se estrategizar, tem que sentir. Por isso, se conecta muito com artistas. Então, como se tabela isso? Como se documenta um processo desses? Acho que esse é um desafio, ter um processo livre mas que, ao mesmo tempo, se possa calcular os custos e expandi-lo com uma equipe maior. A nível de mercado, acho que o desafio no Brasil é valorizar esse serviço, porque existem poucos estúdios que trabalham só com rótulos e eu vejo que eles ainda não sabem o poder que têm. Quando se olha o exterior, essa conversa já é mais direta, já se tem uma percepção de valor maior. É por isso também que a gente foca no mercado exterior, para o nosso trabalho ser levado mais a sério.
E&N - Quais são os principais clientes que vocês atendem hoje?
Marchetti - Um problema é que a gente não tem muitos clientes conhecidos. Aqui no Brasil, a gente fez rótulos para a Estância Paraizo, Guaíba, Panizzon Bebidas e Casa Flora. No exterior trabalhamos com a H.K Young Bourbon Co., John Chester Ross & Sons e Casa Octavio, em São Diego. Uma meta nossa é conquistar clientes com maior reconhecimento de mercado, marcas que todo mundo conheça.
E&N - Falando em metas, quais os passos futuros que vocês enxergam para o estúdio?
Marchetti - Captar mais clientes de peso é uma delas, já para este ano. A gente quer ter em nosso portfólio marcas que sejam top mundiais em bebidas alcoólicas e focar em marcas detentoras de muitas submarcas. Também gostaríamos de consolidar o número de projetos, podendo dobrar a possibilidade de atendimentos. Outra meta é solidificarmos o tamanho do estúdio, tendo mais dois designers e um gestor de projetos no time. Expansão para os Estados Unidos é uma meta também, queremos ter um estúdio aberto lá e um na Europa, que também já está em andamento. Ainda não temos a sede, por exemplo, mas queremos solidificar essas duas praças.

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