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Publicada em 10 de Janeiro de 2025 às 16:36

Pé de Chulé promove resgate de equinos vítimas de maus-tratos

Organização atua na reabilitação de cavalos abandonados ou vítima de maus-tratos com ajuda de voluntários

Organização atua na reabilitação de cavalos abandonados ou vítima de maus-tratos com ajuda de voluntários

Pé de Chulé / Divulgação / JC
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Miguel Campana
Miguel Campana Repórter
Em 2013, um grupo de amigos de Porto Alegre se mobilizou para atuar em operações de resgate de cães e gatos. Quatro anos depois, surgiu um pedido de ajuda diferente. A solicitação de resgate era referente a um cavalo na cidade de Alvorada. Apesar da complexidade do caso, o grupo de amigos conseguiu atender ao pedido.
Em 2013, um grupo de amigos de Porto Alegre se mobilizou para atuar em operações de resgate de cães e gatos. Quatro anos depois, surgiu um pedido de ajuda diferente. A solicitação de resgate era referente a um cavalo na cidade de Alvorada. Apesar da complexidade do caso, o grupo de amigos conseguiu atender ao pedido.
O resgate de Pé de Pano, o cavalo supracitado, motivou o grupo de amigos a seguir atuando no cuidado a equinos vítimas de maus-tratos. Assim, foi criada a organização não governamental Pé de Chulé, cujo nome foi pensado como forma de trazer leveza e descontração em meio à difícil tarefa de resgate dos animais.
“Não encontramos muitas pessoas disponíveis para ajudar no primeiro resgate, nem percebemos qualquer mobilização de órgãos públicos nesse sentido. Os cavalos precisam de toda uma estrutura, que envolve transporte adequado e atendimento veterinário para animais de grande porte”, explica uma das fundadoras do Pé de Chulé, Jerusa Sena.
Em um primeiro momento, a ONG contava com o apoio de sitiantes para acomodar os equinos. Até que, no final de 2020, a organização alugou um espaço próprio para os animais, com o qual foi possível aumentar exponencialmente o número de resgates. Uma vez estabelecida na nova sede, a ONG também passou a contar com o atendimento diário de uma veterinária, a Cristina Dieckmann.
O antigo espaço do Pé de Chulé foi devastado pela enchente que assolou o Estado em maio do ano passado. Por causa disso, a ONG precisou se mudar para um novo local, no extremo sul de Porto Alegre.
Os pedidos de resgate são recebidos, em sua maioria, através das redes sociais da organização. Devido à falta de recursos, a ONG se vê obrigada a priorizar os casos mais graves. “As doações despencaram muito. Como não temos verbas públicas, nem uma empresa que aporte valores, infelizmente precisamos fazer uma seleção dos pedidos”, lamenta Jerusa.
Desde a sua chegada ao Santuário, os cavalos são tratados com respeito e cuidado pelos voluntários da ONG. “Todos os animais resgatados são encontrados com problemas físicos e emocionais, resultado das agressões que sofreram com seus antigos tutores. Há uma série de gatilhos nesses animais, por exemplo, quando a gente levanta a mão para fazer um carinho e eles se assustam”, explica Jerusa.
Após o período de cuidados, os equinos podem ser adotados. Para evitar qualquer recorrência de maus-tratos aos animais, a equipe de voluntários do Santuário faz uma entrevista com a pessoa interessada, seguida da assinatura de um termo de adoção.
Três equinos do Santuário foram adotados por Aline Prompt, organizadora de uma constelação familiar com cavalos. Esta atividade é uma espécie de terapia realizada a partir da interação humana com esses animais. De acordo com Aline, o participante da constelação pode, no momento do contato com um equino, entrar em um processo de coerência cardíaca com o animal. A harmonia entre as frequências cardíacas, por sua vez, traz tranquilidade e leveza para o participante.
Segundo Jerusa, o Pé de Chulé utiliza suas redes sociais para tentar conscientizar mais pessoas sobre a importância do cuidado com os cavalos. “Uma parte da sociedade ainda não possui esse olhar para os equinos. Eles não tocam o coração de todo mundo. Assim como tratamos bem os animais pequenos, precisamos tratar da mesma forma os grandes”, pondera. Ela conta que a ONG, através do Instagram, tem tentado mudar sua forma e estratégia de comunicar justamente para alcançar mais pessoas. 
Jerusa explica que, hoje em dia, o cavalo ainda é visto como uma moeda de troca. “A sociedade enxerga os equinos como um objeto de trabalho, que traz recursos e sustento, e que puxa a carroça ou o reciclado. Depois, são abandonados em um campo, pátio ou praça para morrer. Mas eles são animais que sentem tanto quanto qualquer outro”, lamenta.

Ação solidária arrecada fundos para aquisição de ração e alfafa

De acordo com Jerusa, uma das fundadoras do Pé de Chulé, os gastos mensais com ração e alfafa chegam a R$ 50 mil. "Entre janeiro e fevereiro, as doações geralmente despencam drasticamente, então nós buscamos outras maneiras de angariar fundos", explica. Neste contexto, a ONG está promovendo uma Ação Solidária com o objetivo de arrecadar recursos para garantir a alimentação dos equinos abrigados.
A venda das 100 rifas disponíveis desta ação está sendo feita através do perfil do Pé de Chulé no Instagram. Para participar, basta comprar um número por R$10. O sorteio, marcado para o próximo dia 25, irá premiar três pessoas. O primeiro prêmio é uma TV de 42 polegadas, enquanto o segundo é um forno elétrico 220V. A terceira recompensa, por sua vez, será uma cesta com produtos da própria ONG.
O Pé de Chulé está no Instagram como @santuariopedechule, e pode receber doações de qualquer valor por Pix com a chave de e-mail ([email protected]) e pelo CNPJ (35.030.574/0001-97).
 

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