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Publicada em 22 de Dezembro de 2024 às 20:12

Dia do Doar é celebrado com debates sobre filantropia comunitária

Debates do Dia do Doar ocorreram no salão da Biblioteca Pública do Rio Grande do Sul

Debates do Dia do Doar ocorreram no salão da Biblioteca Pública do Rio Grande do Sul

Studio Feijão & Lentilha/Divulgação/JC
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Sofia Utz
Sofia Utz
O Dia do Doar, organizado pela Fundação Gerações, teve sua primeira edição no dia 2 de dezembro. Composto por um ciclo de debates, o encontro foi uma forma de compartilhar depoimentos e discutir os próximos passos da atuação filantrópica no Estado. Ainda que sempre celebrada, especialmente por meio da promoção de campanhas de solidariedade, a data foi mais especial este ano, visto que a mobilização de recursos e de doações ganhou muito destaque no Rio Grande do Sul em 2024.
O Dia do Doar, organizado pela Fundação Gerações, teve sua primeira edição no dia 2 de dezembro. Composto por um ciclo de debates, o encontro foi uma forma de compartilhar depoimentos e discutir os próximos passos da atuação filantrópica no Estado. Ainda que sempre celebrada, especialmente por meio da promoção de campanhas de solidariedade, a data foi mais especial este ano, visto que a mobilização de recursos e de doações ganhou muito destaque no Rio Grande do Sul em 2024.
Para Karine Ruy, coordenadora executiva da fundação, é importante usar esta data para suscitar debates em relação à filantropia comunitária, uma vez que essa modalidade de atuação investe em instituições já existentes nas comunidades, como coletivos e movimentos, dando ouvidos às suas demandas. Assim, a Fundação Gerações, que Karine define como uma "organização de meio", forma parcerias com lideranças comunitárias, sempre pautadas na "cultura da confiança". "A filantropia comunitária faz com a comunidade, não chega com um projeto pronto, não impõem uma ideia", explica ela. A filantropia comunitária diferencia-se da tradicional neste quesito, uma vez que a última busca primariamente atender aos desejos do doador.
O evento trouxe painelistas de outros estados do Brasil, como Felipe Groba, gerente de projetos do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS). Para Groba, o encontro foi uma espécie de regeneração do trauma adquirido no período das enchentes. "O que foi mais impactante para mim é como parece ter se reforçado esse sentimento de solidariedade no Rio Grande do Sul", comenta. Segundo ele, a promoção de eventos para a discussão da filantropia geralmente é algo restrito à São Paulo, realidade que tem se buscado mudar, visto que trazer diferentes agentes da cadeia da filantropia para debater ações de solidariedade potencializa a atuação das organizações.
O IDIS, parceiro da Fundação Gerações desde 2022, atua nacionalmente com a promoção da cultura da doação. Uma de suas iniciativas, da qual a organização gaúcha participa, é o programa Transformando Territórios, que busca criar e desenvolver fundações comunitárias em todo o País. A partir deste projeto, a fundação formatou o Fundo Comunitário Porto de Todos, que atua como um instrumento para mobilização de recursos de diferentes setores e investimento destes em territórios vulnerabilizados de Porto Alegre e da Região Metropolitana. A iniciativa está ativa há um ano e já abriu três chamadas de apoio, uma com enfoque em negócios de impacto periférico e outras duas da linha emergencial, constituída durante o período das enchentes. Atualmente, 16 instituições são amparadas pelo projeto.
Além do desenvolvimento social, a fundação também se dedica a capacitar outras organizações da sociedade civil, que, geralmente, possuem estruturas frágeis e pouca sobra de recursos para reinvestimento em si mesmas. "Ao fortalecer as organizações, a gente está desenvolvendo estruturas capazes de atuar em situações de emergência, como a que nós vivemos, porque elas estão mais bem organizadas", coloca Karine.
Para a coordenadora executiva da fundação, o evento obteve saldo muito positivo. Segundo ela, debates sobre a filantropia comunitária colaboram para qualificar o letramento de diversos setores da sociedade em relação à temática e para chamar a atenção de organizações com capacidade de doação. Karine também destaca a importância de dar voz às lideranças comunitárias, estas que tiveram espaço no evento para se apresentar e contar sobre o trabalho que realizam, assim demonstrando como são investidos os recursos que recebem.
 

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