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Publicada em 28 de Dezembro de 2024 às 16:00

Smart aposta em arquitetura com identidade e inovação

Empresário gaúcho é sócio da incorporadora e de iniciativas como o Kempinski Laje de Pedra, em Canela

Empresário gaúcho é sócio da incorporadora e de iniciativas como o Kempinski Laje de Pedra, em Canela

Smart Arquitetura/Divulgação/JC
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Cristine Pires
Cristine Pires Editora-assistente de Economia
Com 15 anos de trajetória, a Smart Arquitetura tornou-se referência no mercado imobiliário, combinando inovação e um olhar profundamente conectado à identidade cultural e paisagística. Sócio da incorporadora, o arquiteto Márcio Carvalho traz um portfólio que vai além da arquitetura: ele também é sócio de iniciativas como o Kempinski Laje de Pedra, em Canela, e fundador de produtoras audiovisuais como Neorama e Miagui. Em entrevista exclusiva, Carvalho compartilha os desafios e as inspirações que moldaram sua trajetória, além de explorar os rumos da Smart e seu impacto no setor imobiliário.
Com 15 anos de trajetória, a Smart Arquitetura tornou-se referência no mercado imobiliário, combinando inovação e um olhar profundamente conectado à identidade cultural e paisagística. Sócio da incorporadora, o arquiteto Márcio Carvalho traz um portfólio que vai além da arquitetura: ele também é sócio de iniciativas como o Kempinski Laje de Pedra, em Canela, e fundador de produtoras audiovisuais como Neorama e Miagui. Em entrevista exclusiva, Carvalho compartilha os desafios e as inspirações que moldaram sua trajetória, além de explorar os rumos da Smart e seu impacto no setor imobiliário.
Empresas & Negócios - Como surgiu a ideia de fundar a Smart Arquitetura, e quais foram os principais desafios enfrentados ao longo desses 15 anos de trajetória?
Márcio Carvalho - A Smart nasceu do sonho de desenvolver arquiteturas inspiradas pela vida contemporânea. Edifícios conectados com a "natureza urbana contemporânea" de Porto Alegre, com o sotaque do nosso território. Arquiteturas que expressam as crenças e valores de nossa geração, para serem percebidas pelas próximas gerações. Acreditar na força da vivência de um "território", tanto físico quanto cultural, norteou as buscas por terrenos, decisões de arquitetura e em quais projetos apostar, desenvolvendo edifícios integrados à paisagem e que possuem na cidade a sua extensão.
E&N - A Smart Arquitetura é reconhecida por sua abordagem inovadora. Como você define o conceito de "arquitetura autoral" e de que forma ele transforma o mercado imobiliário?
Carvalho - Um edifício pode ser percebido como um manto, que protege e fornece conforto diante de intempéries, ou um espelho, que reflete a identidade e os valores de nossa geração. Acredito profundamente que arquitetura é identidade. Percebemos uma cidade por sua arquitetura. Ela nos fala de seus cidadãos, como o nosso sotaque ou uma impressão digital. Criamos edifícios residenciais que convidam os proprietários a se conectarem com essa identidade, como uma expressão da identidade pessoal. Esse conjunto harmônico, que soma identidades únicas convivendo em harmonia, é o que considero a essência da arquitetura autoral.
E&N - Quais são os elementos fundamentais que orientam os projetos da Smart, especialmente no que diz respeito à integração da arquitetura com a paisagem e a cultura local?
Carvalho - Em nossos projetos, buscamos ampliar o protagonismo do arquiteto, assumindo a responsabilidade por todas as etapas: conceituar, projetar, desenvolver, incorporar e construir. Isso nos permite aprofundar a reflexão para que o edifício assuma um papel cidadão, se relacione com outros edifícios e se conecte com o entorno. Essa interação diária entre edifício e cidade estimula uma cultura cidadã, transformando o edifício em um convite a viver e se integrar com o espaço urbano.
E&N - O projeto Porto 1820, em Porto Alegre, tem ganhado destaque. Quais foram as inspirações por trás desse empreendimento e como ele contribui para a reconexão da cidade com o Guaíba?
Carvalho - Porto Alegre sempre foi uma cidade de costas para o rio, como se fossem duas cidades: Porto Alegre e Zona Sul. A qualificação da Orla criou uma ponte entre esses mundos, transformando a relação da cidade com o Guaíba. O Porto 1820 foi idealizado nesse contexto. Mesmo antes dessa transformação ser evidente, acreditávamos no potencial do rio como objeto de desejo. Hoje, além de ser um sucesso comercial, temos orgulho da sinergia entre os valores pessoais dos moradores e a identidade cultural expressa na arquitetura do empreendimento.
E&N - Quais são as expectativas para o novo projeto em Enseada de Brito, Santa Catarina, e de que forma ele pretende replicar o sucesso da Smart no Rio Grande do Sul?
Carvalho - Enseada de Brito é um lugar único, com quase 275 anos de colonização açoriana, onde tradição e cultura convivem com paisagens deslumbrantes. A proposta do projeto é unir lazer e serviços em um conceito de "hotelaria residencial", ampliando a experiência com serviços de manutenção, gestão de locação e mimos hoteleiros. Além disso, a arte e a cultura desempenham um papel central, com um projeto artístico desenvolvido em parceria com o curador André Severo, criando algo sem precedentes.
E&N - A Smart está expandindo sua atuação para residências de lazer com serviços e gestão em locais de grande valor paisagístico. Como você enxerga essa nova etapa de crescimento?
Carvalho - A hotelaria sempre foi uma inspiração. No Porto 1820, implementamos o conceito de Hotelaria Residencial, enquanto no Kempinski Laje de Pedra estamos ampliando esse repertório, unindo propriedade e serviços em projetos que celebram a identidade do território.
E&N - Você também é sócio do Kempinski Laje de Pedra, em Canela. Como o projeto de retrofit desse icônico hotel se conecta com a proposta de arquitetura sustentável e inovadora da Smart?
Carvalho - O Laje de Pedra é um patrimônio cultural do Rio Grande do Sul. Revitalizá-lo para os próximos 50 anos, mantendo sua relevância social e cultural, é uma honra. O projeto, desenvolvido pela Perkins & Will e Anastassiadis, é um híbrido de hotelaria e residências de lazer que reflete a identidade local.
 
E&N - Além da Smart, você fundou as produtoras audiovisuais Neorama e Miagui. Como sua experiência com essas empresas influencia sua visão sobre o mercado imobiliário e a arquitetura?
Carvalho - A Neorama me proporcionou interagir com líderes visionários e explorar práticas internacionais, como as observadas em São Francisco e Nova Iorque. Essa experiência contribuiu para que a Smart trouxesse a arquitetura para o centro do negócio imobiliário, ampliando o protagonismo dos arquitetos e integrando inovação e identidade em nossos projetos.
E&N - Recentemente, a Smart investiu em um projeto artístico para documentar a cheia no Rio Grande do Sul. Qual a importância de iniciativas como essa para valorizar o olhar artístico sobre a cidade e suas transformações?
Carvalho - A cheia de 2024 revelou nossa fragilidade diante da força da natureza, mas também despertou uma reação de solidariedade única. O projeto Cidade de Águas registrou poeticamente esse momento, convidando à reflexão e provocando novas perspectivas sobre nossa relação com o território.
 

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