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Publicada em 07 de Dezembro de 2024 às 16:00

CVB prevê um 2025 próspero para a Região das Hortênsias

Executivo acredita que o turismo de negócios terá papel fundamental na retomada

Executivo acredita que o turismo de negócios terá papel fundamental na retomada

Rafael Cavalli/CVB Divulgação/JC
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Maria Amélia Vargas
Maria Amélia Vargas Repórter
Dos 25 anos de existência do Gramado, Canela Convention & Visitors Bureau (CVB) da Região das Hortênsias, em 20 deles o gestor ambiental Luciano Gonçalves passou dentro das suas instalações. Natural da Região das Missões, ele se mudou para a Serra e trouxe a família junto. Hoje, aos 50 anos, ele, a mulher e o filho estão completamente adaptados à cidade. O atual gerente-executivo da entidade comemora os resultados de um ano cheio de desafios para o turismo no Rio Grande do Sul - castigado pelas chuvas intensas e enchentes sem precedentes. Até a metade de novembro, as duas cidades da Serra movimentaram R$ 39 milhões em recursos.
Dos 25 anos de existência do Gramado, Canela Convention & Visitors Bureau (CVB) da Região das Hortênsias, em 20 deles o gestor ambiental Luciano Gonçalves passou dentro das suas instalações. Natural da Região das Missões, ele se mudou para a Serra e trouxe a família junto. Hoje, aos 50 anos, ele, a mulher e o filho estão completamente adaptados à cidade. O atual gerente-executivo da entidade comemora os resultados de um ano cheio de desafios para o turismo no Rio Grande do Sul - castigado pelas chuvas intensas e enchentes sem precedentes. Até a metade de novembro, as duas cidades da Serra movimentaram R$ 39 milhões em recursos.
Empresas & Negócios - Como começou a sua trajetória no segmento de turismo?
Luciano Gonçalves - Eu comecei a minha vida profissional trabalhando na área comercial, fui vendedor de loja, vendedor de seguros. Em determinado momento, fiquei desempregado e me mudei para Gramado em busca de recolocação. E comecei em uma pousada pequena, com 20 unidades, onde fiquei até abril de 2004, quando o negócio mudou de proprietário e eu acabei sendo demitido.
E&N - E no CVB, como iniciou o percurso que se estende até os dias de hoje?
Gonçalves - Ingressei no Convention em um projeto que se chamava Central de Reservas. A ideia era promover reservas, visando gerar negócio para os associados. E funcionou muito bem. E em dado momento, em 2006, a diretoria do Convention decidiu mudar e exercitar a captação de congressos e eventos para ter essa finalidade e a central ela foi extinta, sendo repassada para o Sindicato da Hotelaria. Então, e eu fui incorporado à essa equipe.
A estratégia da diretoria foi acertada, porque a entidade nunca tinha superado o número de dois eventos por ano. O primeiro ano foi dedicado exclusivamente a isso, e nós captamos nove eventos. Um grande crescimento comparado ao que era. E depois nós fomos performando quase que ano a ano dobrando os números.
E&N - E o que mudou de lá para cá?
Gonçalves - Hoje, com 25 anos completados em 5 de novembro, somos filhos de uma outra entidade, que se chama Visão Agência de Desenvolvimento e atuamos como o braço executivo dela. Nossa missão é viabilizar a vinda de mais negócios para cá, porque a Visão tem projetos a curto, médio e longo prazo. Por exemplo, a linha do Bustour, que hoje existe em Gramado e Canela, é um projeto da Visão. A conclusão dessa avenida aqui, a duplicação dela é um projeto da Visão. O aeroporto de Canela, que agora passou para as mãos da Infraero, também é.
E&N - De que forma essa parceria funciona?
Gonçalves - Fomos criados dentro da visão para ser um braço executivo para gerar negócios mais a curto prazo, prospectar congressos e eventos dos mais vários tipos, fazer movimentação econômica através desse público.
E&N - Qual é o tamanho da CVB da Região das Hortênsias hoje?
Gonçalves - Hoje temos 150 associados, em 48 segmentos diferentes. A sua grande maioria são de associados de Gramado e de Canela, mas eu tenho de São Paulo, Porto Alegre e Bento Gonçalves. A nossa entidade tem por característica promover essa geração de negócios através dos eventos, e eu posso ter qualquer tipo de fornecedor atrelado a mim. Eu sou um facilitador, na medida que eu acesso de uma forma muito simples os associados ou fornecedores diferentes de vários segmentos: hotelaria, gastronomia, turismo. É um portfólio bem amplo que eu tenho.
E&N - Quais foram os maiores desafios desse período?
Gonçalves - A captação também foi comprometida com a inoperância do aeroporto. Porque se era um evento que precisava movimentar 3 mil ou 5 mil pessoas, e grande parte delas precisando vir de avião, não se tinha uma garantias. Como algumas entidades precisam ter isso certo, alguns clientes acabaram declinando de fazer o evento aqui ou não levando a candidatura adiante por causa disso. É algo que talvez nem no sentido faça, o que pode acontecer daqui a dois, três anos não se sabe.
E&N - Que balanço você faz de 2024?
Gonçalves - Muitos dos eventos captados este ano foram projetos lançados há dois, três ou até quatro anos. É muito comum isso ocorrer na captação de congressos e eventos. À exceção do corporativo, que é mais imediatista. Um evento corporativo pode ser prospectado agora para ser usado daqui a 15 dias, 20 dias ou 30 dias. Mas um evento técnico-científico, que é a maioria dos que trabalhamos, precisa de mais tempo para ser trabalhado. Então o que colhemos agora foi captado é reflexo de prospecções de anos anteriores.
E&N - Como o mercado de turismo vê a região após a tragédia climática?
Gonçalves - Temos utilizado o argumento e a sensibilização junto ao promotor de eventos que o Estado passa por um momento crítico. Embora a chuva já tenha terminado, os acessos estejam liberados, tem muita coisa ainda a ser recuperada. O governo do Estado fala em 10 anos em algumas coisas, 30 anos na agricultura, por exemplo. Mas nós temos muita convicção de que o turismo de negócios e o turismo de modo geral, mas o de negócios especificamente, pode ajudar muito na recuperação. Assim, vamos com esse argumento também para fechar os eventos e, felizmente, tivemos esse acolhimento dos pleitos. Vamos ficar num número inferior ao ano passado, e, obviamente, terá também um decréscimo de público, porque esses eventos, na sua grande maioria, eram eventos que precisavam do suporte aeroportuário. Se a pessoa não consegue chegar, ela cancela a vinda no evento. Se vai passar trabalho para vir, ou se eventualmente a passagem que estava à disposição naquele momento era muito mais cara, por Caxias do Sul e Canoas, ou se há escassez de voos, ela cancela a vinda. Então, teve um decréscimo no público.
E&N - Na comparação com a expectativa inicial, como você classifica o ano?
Gonçalves - No ano, houve uma movimentação de R$ 39 milhões em recursos, mas a expectativa era de, no mínimo, R$ 70 milhões. De público, esperava-se quase o dobro. Mas a gente monitora mensalmente os espaços para saber o que está acontecendo. Gramado e Canela juntas sediaram 714 congressos nesse ano. Somente em Gramado foram 530 do ano passado.
E&N - Quais são as perspectivas para 2025?
Gonçalves - Para 2025, nós já temos eventos no calendário e em captação. E também acreditamos que essa solidariedade dos outros Estados com o RS vai seguir ainda. As pessoas virão para cá para fazer seus congressos e eventos. Temos algumas ações estratégicas em desenvolvimento com promotores e organizadores de eventos para que sensibilizem os seus pares a virem para cá. A gente estima que vai ser um grande ano. Nós possivelmente entraremos também na parte de promoção turística do município, que é algo que fazíamos até 2004 e hoje não faz mais. Mas com a centralização das nossas ações na captação e como hoje ela está perene e tem se mantido, podemos hoje avançar na parte de promoção turística. Estamos conversando com Gramado para em um primeiro momento assumir uma parte da promoção turística do município, então executando a parte do visitors.

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