Álvaro Guimarães, especial para o JC*
Se fosse preciso retratar Pelotas em uma única imagem, dificilmente a fotografia ou desenho escolhido não seria a fachada do Mercado Central. Instalado no coração do Centro Histórico, o prédio de 4.084 m2 em estilo neoclássico com seus torreões, portões de ferro e a torre do relógio inspirada na Torre Eiffel é o lugar mais visitado pelos turistas que passam pela terceira maior cidade do Rio Grande do Sul, enquanto o largo à sua volta é o endereço preferencial dos grandes eventos culturais, esportivos e políticos.
Porém, mais do que o cartão postal reconhecido, o Mercado é também um centro comercial no qual funcionam 42 empresas que, somadas, geram 250 empregos diretos e, também, um ambiente de oportunidades para empreendedores do setor de comércio e serviços.
Atualmente, das 83 bancas existentes, 15 estão desocupadas e devem ser ofertadas em leilão pela prefeitura ainda em novembro. Os espaços com metragens que variam entre 11 m2 até 152 m2, dependendo da localização, poderão receber empreendimentos de um mix com mais de 20 atividades e de nichos que vão desde gastronomia até artigos gauchescos e produtos artesanais.
De acordo com as informações da Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Inovação (Sdeti), responsável pela administração do Mercado, os aluguéis mensais variam entre R$ 850,00 e R$ 4.460,00, dependendo da metragem dos espaços e atividades a serem desenvolvidas. A ocupação é definida pelo maior lance dado para cada espaço.
Ao contrário de outros centros comerciais, no Mercado não há taxa de condomínio. O último edital para ocupação de lojas fechadas, publicado em dezembro de 2022, previa uma carência de seis meses para os novos inquilinos.
A ampliação do rol de atividades permitidas atende a uma demanda da Associação dos Permissionários, que reúne 24 empreendedores e vê na diversificação uma ferramenta para incrementar a movimentação de consumidores locais.
"O Mercado é o lugar mais visitado pelos turistas que passam por Pelotas. Todos os dias vêm pessoas de vários cantos do País e do mundo. Hoje, por exemplo, atendi a um grupo da República Tcheca. Mas o pelotense ainda se surpreende com o que encontra aqui, porque a cidade cresceu e as pessoas estão cada vez mais dentro de seus bairros e vindo cada vez menos ao Centro. Então, quanto mais diversificado for o comércio aqui dentro, mais gente iremos atrair", pondera Guilherme Fiss, que a partir de janeiro assumirá a presidência da associação.
Entre as 42 empresas em funcionamento estão lancherias, um restaurante especializado em frutos do mar, casas de embutidos, temperos, vinhos, cachaças artesanais, produtos naturais, artigos em couro e vime, artesanato, correaria, produtos eletrônicos, souvenires e brindes, além de peixarias, açougue e as barbearias, em sua versão mais autêntica.
"A partir das conversas que temos com a secretaria, estamos conseguindo uma mudança do mix. É um trabalho de construir tijolinho por tijolinho, mas, neste edital, incluíram em torno de 12 novas atividades que antes não estavam previstas. Isso é muito bom para o Mercado, pois o público de um estabelecimento vai passar na frente do outro e acaba descobrindo algo que pode interessar", diz Jordana de Lima, atual presidente da Associação dos Permissionários.
A lista de novos negócios que passam a ser permitidos inclui, por exemplo, lojas de pet shop e agropecuárias - sem venda de animais -, artigos de camping, artigos religiosos, livraria e papelaria, produtos de beleza e alimentos congelados.
Propaganda garantida, retorno rápido
Jordana, que vende produtos naturais, é a primeira empreendedora licenciada da nova fase do local
/Álvaro Guimarães/especial/JCSe por um lado algumas iniciativas são restringidas pelo fato de o prédio do Mercado ser tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), por outro manter um negócio dentro de um cartão postal tem suas vantagens. "Toda e qualquer propaganda de evento que acontece na cidade, seja artístico, político ou esportivo, o fundo usado sempre é o Mercado. Querendo ou não é uma propaganda gratuita do espaço onde estamos, além de ser o prédio histórico mais visitado da cidade", afirma Jordana de Lima, da Associação dos Permissionários.
Além da propaganda constante e custos livres, a liberação para trabalhar de domingo a domingo e inclusive nos feriados é apontada pelos comerciantes estabelecidos ali como um fator que contribuiu para o rápido retorno do investimento feito.
Após a última e mais radical reforma do Mercado, quando o mix de negócios foi radicalmente modernizado, Jordana decidiu deixar o emprego e investir em uma loja de produtos naturais, tornando-se a primeira permissionária licenciada da nova fase do local.
"Eu conheci o Mercado no modelo antigo, com a venda de animais, sapatos, pastelarias e aquelas coisas todas. Aí depois veio o fechamento e ele ressurge com outro mix. Eu estava há oito anos em uma empresa e pensei que investir aqui seria uma grande oportunidade, pois em todas os municípios que visitei, o primeiro lugar que a gente vai para sentir o coração da cidade é o mercado público. Ali tu conheces as pessoas, a cultura, tudo que acontece na cidade. E foi acreditando nesse potencial que eu vim para cá", conta.
Passados 12 anos, o feeling de Jordana se confirmou, pois o negócio que começou em uma loja, hoje ocupa três e ainda conta com uma filial localizada em uma galeria do Calçadão.
Outro case de sucesso é o de Fiss, que em 2019 decidiu comprar a banca 51, especializada em embutidos, queijos e vinhos. Na época contabiliza ter investido R$ 40 mil para modernizar as instalações, reposicionar o empreendimento e diversificar sua carteira de fornecedores para passar a oferecer outros produtos selecionados, como azeites, temperos e cafés. "Em seis meses havia recuperado tudo que investi e um ano atrás investimos em outra banca na qual montamos uma cafeteria e sorveteria", diz o proprietário Guilherme Fiss.
Amparado na experiência adquirida em mais de 30 anos trabalhando como gerente de algumas das maiores empresas da região Sul do Estado, Rudi Berwaldt não titubeia ao apontar a principal vantagem de se investir no Mercado Central. "Dá resultado. Claro que se o cara quiser investir aqui para comprar uma Ferrari, não vai conseguir, mas também não vai precisar comprar um carrinho de entrada, pode comprar um carro melhor, porque a banca dá esse resultado", afirma.
É ponto comum entre os três, todavia, que não basta ocupar o espaço e esperar os resultados caírem do céu. É preciso entender a dinâmica do lugar que, após a reforma de 2012, deixou de ser um mercado popular para se tornar um centro comercial para consumidores mais exigentes e que procuram produtos diferenciados ou característicos da cidade como, por exemplo, os doces artesanais.
Quem soube fazer essa leitura e hoje colhe ótimos resultados é Rogério Barreto de Paula, 59 anos, proprietário e chefe de cozinha do único restaurante especializado em frutos do mar do Centro da cidade. Em 2013, ele decidiu mudar seu negócio da praia do Laranjal para uma das lojas externas do Mercado Central e, mesmo depois de investir aproximadamente R$ 200 mil na adequação ao novo endereço, sofrer com a pandemia e as enchentes de 2023 e 2024, admite que faria tudo de novo. "Vir para o Mercado foi um salto quântico para o meu negócio. Sempre ouvi falar que mercados são os melhores lugares para se trabalhar, vim para cá acreditando nisso e deu certo", conta.
O restaurante, antes voltado para atender uma clientela local, agora tem como seus principais clientes os turistas e uma visibilidade inédita que o fez, inclusive, ser um dos locais favoritos de um dos mais ilustres moradores de Pelotas, o escritor Aldyr Schlee, um dos grandes nomes da literatura gaúcha. Desde sua morte em 2018, a mesa que costumava ocupar ganhou uma placa em sua homenagem.
Na porta ao lado, Maria Luisa Falkenberg, 23 anos, toca com o pai o restaurante da família há seis anos. Especializado em refeições rápidas e petiscos, o empreendimento é outro que tira proveito de uma nova característica concedida ao Mercado Central a partir da reforma de 2012: o de ponto de encontro para happy hours e as noites de boteco. Diariamente, a partir das 18h, o local se converte no mais popular e movimentado point do centro da cidade para quem quer tomar uma cerveja, jogar conversa fora ou comer algum lanche rápido.
"Trabalhamos desde a manhã até a hora de o Mercado fechar. Começamos com almoço e terminamos com cerveja. A gente consegue trabalhar bem, temos um bom público, especialmente quando acontecem os eventos maiores e nos finais de semana", diz.
Desde que o estabelecimento foi aberto, já aumentou de tamanho com a aquisição de uma banca vizinha e, conforme Maria Luísa, só não cresceu mais por causa das limitações físicas do prédio. "Aos sábados, por exemplo, o mercado lota e a gente quer acomodar todo mundo, mas não tem espaço", afirma.
O lado B do Mercado
Ao todo, cinco peixarias buscam uma clientela que se mantenha durante o ano todo, e não apenas em datas sazonais
/Michel Corvello/Divulgação/JCHá uma parte do Mercado Central que ainda busca se enquadrar na realidade da última década, enquanto luta para manter vivas tradições seculares que sempre foram a marca do local. É o caso das cinco peixarias instaladas pela ala da rua Andrade Neves que, para a maioria dos pelotenses, são pontos preferenciais de compra de pescado durante a Semana Santa e as safras do camarão e da tainha. No entanto, na maior parte do ano, têm lutado para manter uma freguesia que parece não se renovar na mesma medida das necessidades dos negócios.
"As mudanças de 2012 sofisticaram demais o mercado, que era mais para o povão e tinha mais movimento. Hoje os moradores dos bairros não vêm mais aqui e temos dias muito ruins nos quais a gente se desgosta, o que nos faz repensar em manter o negócio aqui dentro", comenta Clarice Teixeira Fonseca, 62 anos, que há 22 anos assumiu a responsabilidade de gerenciar a peixaria da família, instalada no Mercado desde 1971.
Nos últimos 12 meses, por conta da redução do movimento, a banca, que empregava sete pessoas com carteira assinada, agora tem apenas um funcionário. Mas o aluguel de R$ 2,9 mil e as despesas com energia elétrica seguem pressionando a contabilidade da empresa. A proibição de fazer a limpeza dos peixes e os filés na própria banca é apontada como um dos motivos da perda de parte do público mais tradicional, acostumado a buscar no mercado o pescado que acabava de chegar das embarcações.
As mudanças nos hábitos de consumo com o declínio da procura por espécies comuns na região como a tainha, a corvina, o bagre e o linguado e uma crescente preferência por peixes como o salmão e o atum, comuns na culinária oriental, são elementos apontados como responsáveis pelas incertezas sobre a continuidade da atividade.
"Hoje, o público quer comer o que é da moda, não é mais o produto tradicional que se vendia. Além disso, o Mercado deixou de ser uma referência para a venda de pescado porque em cada bairro há uma peixaria", afirma.
Tentar se adaptar aos hábitos dos novos frequentadores também tem sido um desafio para o casal Frank de Souza, 40 anos, e Denise Bezerra, 39 anos, proprietários de uma lanchonete em funcionamento desde 2000, no Mercado. A vida do estabelecimento se divide em duas fases distintas: antes de 2012 e depois. Na primeira época, sete empregados e três integrantes da família trabalhavam das 6h30min até o final da tarde, período em que o balcão com 17 lugares permanecia constantemente lotado.
"Naquele tempo, havia sete ou oito açougues que abriam às 7h, então antes de o Mercado abrir a gente estava vendendo e o público girava todo o dia. Só na cozinha eram seis pessoas ocupadas", lembra Souza. Nos últimos 12 anos, o casal viu a rotina e o movimento da lanchonete mudarem radicalmente. "Hoje em dia não se consegue trabalhar pela manhã. Começamos às 9h30min, mas até o meio dia não se vende nada. O movimento só acontece do início da tarde até a noite", relata.
Apesar de passar a contar com um espaço maior ao sair da parte interna para a externa e poder dispor de mesas ao ar livre e oferecer música ao vivo, a operação encolheu e, atualmente, gera apenas dois empregos e ocupa um total de quatro pessoas. O horário de funcionamento também foi alterado diante da necessidade de trabalhar mais dias para compensar a queda no movimento. "Antes não tínhamos necessidade de abrir nos finais de semana, agora abrimos todos os feriados e praticamente todos os domingos", diz Denise. Souza atribui a queda do movimento diretamente à mudança do mix geral do Mercado, que retirou atividades consideradas atrativas para parte da população como as lojas de calçados e os açougues. Hoje há apenas um em funcionamento.
Poucos metros adiante, o barbeiro Luciano Fagundes Damasceno, 45 anos, concorda com as argumentações sobre o impacto da mudança no movimento geral. Trabalhando por ali desde 2002, experimentou a época na qual o comércio popular atraía moradores dos bairros e da zona rural e gerava demanda para os demais estabelecimentos. Porém, reconhece o valor das melhorias estruturais e que trabalhar no ponto mais conhecido da cidade tem suas vantagens. "Tenho uma clientela que vem aqui por causa do ponto e que eu perderia se mudasse de local", diz.
Uma testemunha ocular da história
Vicente contabiliza 55 anos de Mercado e é o mais antigo dos permissionários
/Álvaro Guimarães/especial/JCUm dos modelos de negócio mais tradicionais do Mercado Central são as barbearias. Instaladas em lojas da parte externa pela rua Tiradentes, reúnem alguns dos permissionários que há mais tempo estão por ali e, entre eles, o mais antigo de todos: Vicente Gil, 79 anos de idade e 55 anos de mercado. "Cheguei aqui em 1969, antes do incêndio. Naquele dia, fui um dos que entrou para tentar salvar as coisas. Da minha barbearia só não salvei a porta", conta.
Ao longo das décadas, seu Vicente, como é conhecido por todos, testemunhou o fim de uma era e o início de novos tempos. "Antigamente, os ônibus paravam aqui e vinha gente de tudo que era lado. Se o senhor procurava uma carne, chegava em um dos 23 açougues e comprava. Havia 23 açougues aqui dentro e 118 bancas com muito mais coisas", diz.
Durante os anos nos quais viu o lugar ser reformado, restaurado e reinventado, também percebeu a mudança do perfil dos consumidores e do movimento. "Antes, um caminhão de uma granja parava aqui na frente e descia 50 homens para cortar o cabelo e fazer a barba. Claro que isso não acontece mais. Mas não me queixo porque segue tendo trabalho para todos", comenta.
No caso da sua barbearia, a clientela chega a incluir até quatro gerações de uma mesma família. A concorrência das novas barbearias gourmets, no entanto, não chega a preocupar quem já provou que sabe fidelizar os fregueses. "Toda concorrência é boa para os negócios. Tem que abrir mais, pois quanto mais abre, mais aprendiz de barbeiro entra. Eu trabalho no meu gênero e o senhor no seu e trabalham os dois" ensina.
Histórico e referência cultural
Em 1985, o prédio foi tombado como patrimônio do município e nos anos 2000 foi incluído no programa Monumenta
/Álvaro Guimarães/especial/jCO Mercado Central de Pelotas começou a ser construído em 1846 por ocasião da visita do Imperador Dom Pedro II à cidade, em fevereiro daquele ano, e foi inaugurado três anos depois. O projeto do prédio foi assinado pelo renomado arquiteto Roberto Offer, que deixou sua marca com projetos inovadores e influentes que buscavam integrar funcionalidade e estética, além de respeitar o ambiente natural e o contexto urbano local.
Em Pelotas, o Mercado foi executado em partes, sendo construídas primeiro as alas, hoje localizadas nas ruas 15 de Novembro e Tiradentes, depois a parte da frente pela rua Lobo da Costa e, finalmente, a ala da rua Andrade Neves.
A torre do relógio, construída em metal e importada da Alemanha, foi instalada em 1911 durante a primeira grande reforma do prédio, quando também foram feitas alterações significativas em sua estrutura pelo arquiteto Manoel Itaqui, que acrescentou características da Art-Nouveau que permanecem preservadas até hoje.
Em 1969, um curto circuito causou um incêndio de grandes proporções que destruiu boa parte do prédio e obrigou a realização de um restauro completo. Em 1985, o prédio foi tombado como patrimônio do município e nos anos 2000 foi incluído no programa Monumenta do governo federal, através do qual foi financiado o restauro completo do imóvel reinaugurado em 2012 com uma nova proposta de negócios.
Desde então, o local se consolidou como o principal ponto de cultura da cidade, sendo o preferido por produtores culturais para a realização de eventos públicos de todos os portes.
Conforme os dados da Secult (Secretaria da Cultura), somente as feiras de diferentes segmentos realizadas ali mobilizam mensalmente 215 expositores e um número não contabilizado de visitantes, enquanto o concerto de encerramento do Festival Internacional Sesc de Música, promovido anualmente, costuma reunir milhares de pessoas.
"O Mercado é, hoje, um ponto de encontro cultural. Temos aqui expressões de vários segmentos da cultura; há momentos que se tem o teatro, a dança, como daqui a pouco se tem um terreiro aqui, pois o Bará está assentado aqui. Isso é muito importante para a cidade", diz o secretário municipal de Cultura, Paulo Pedrozo.
A secretária de Desenvolvimento, Turismo e Inovação, Paula Cardoso, acrescenta que a prefeitura procura estar sempre em busca de alternativas para auxiliar no incremento da movimentação no Mercado como forma de contribuir para o desenvolvimento dos empreendimentos instalados ali.
"Além da promoção de atividades culturais, como a realização do Mercado das Pulgas, que incrementam bastante a movimentação de visitantes, eventos culturais e musicais promovidos nos espaços internos e externos também apoiam as iniciativas promovidas pelos permissionários", afirma.
Problemas que tiram o sono dos empreendedores
Entre as principais preocupações dos permissionários estão a falta de banheiros, goteiras e ausência de manutenção
/Álvaro Guimarães/especial/jCBanheiros insuficientes, goteiras, falta de manutenções periódicas e deficiência na segurança são as dores de cabeça que assolam os permissionários do Mercado Central de Pelotas e geram estremecimentos na relação com o poder público. "Há dois anos que chove dentro do banheiro, estamos brigando para resolver e somente agora estão fazendo alguma coisa. Quando alguém quebra um cadeado, por exemplo, não vamos esperar a prefeitura licitar um cadeado, então tentamos resolver os problemas cotidianos, mas por se tratar de um prédio histórico, qualquer manutenção precisa da aprovação do Iphan e isso causa uma demora na solução dos problemas", exemplifica Jordana de Lima, da Associação dos Permissionários.
A quantidade insuficiente de banheiros, especialmente nos dias de grandes eventos, é outro ponto de reclamação dos comerciantes. O prédio possui apenas quatro sanitários, sendo dois na parte interna e dois na parte externa pela rua Tiradentes, o que gera filas e transtornos aos clientes.
Os mesmos dias de movimento intenso que alegram o caixa de cada loja também trazem outra preocupação: a segurança. Quando foi reaberto, em 2012, o Mercado deveria receber um posto da Guarda Municipal em uma de suas lojas externas, mas até hoje essa medida não foi efetivada. Por isso, a segurança acaba sendo feita por agentes privados contratados pela prefeitura juntamente com as equipes de limpeza.
O secretário de Cultura explica que, para tentar amenizar o problema dos sanitários, a prefeitura tem exigido a contratação de banheiros químicos de acordo com a estimativa de público de cada evento promovido por produtores culturais interessados em usar o mercado para seus projetos. Pedrozo também aponta que a abertura de um escritório do Iphan em Pelotas, em março deste ano, tem auxiliado a agilizar a tomada de decisões com relação a intervenções e reformas necessárias, mas nem sempre há recursos disponíveis.
Para os permissionários, a criação de um fundo com os recursos gerados do Mercado Central, que se estima fiquem próximos de R$ 85 mil por mês, para que fossem aplicados no próprio estabelecimento, é a melhor alternativa para solucionar a demora na realização dos consertos e também para a promoção de eventos próprios capazes de atrair mais público.
* Álvaro Guimarães é natural de Rio Grande e jornalista formado pela Universidade Católica de Pelotas. Atualmente, trabalha como assessor de comunicação e repórter freelancer