Roberta Mello, especial para o JC
A indústria da areia no Brasil, e particularmente no Rio Grande do Sul, desempenha um papel fundamental no segmento da construção civil, sendo um insumo essencial para a produção de concreto, argamassa e outros materiais usados em obras de infraestrutura e edificações. Essa presença vem de tempos remotos, servindo de base para as pirâmides egípcias, e se reflete até hoje em casas e edifícios. Com uma demanda crescente impulsionada pelo crescimento urbano, desenvolvimento econômico e obras de infraestrutura, a extração de areia é uma atividade fundamental, mas que também traz desafios ambientais e regulatórios.
Estima-se que o Brasil produza anualmente aproximadamente 340 milhões de toneladas de areia, sendo uma das maiores fontes de recursos minerais não metálicos, de acordo com dados da Agência Nacional de Mineração (ANM). O setor está bastante distribuído geograficamente, com extração ocorrendo em praticamente todas as regiões, devido à abundância de recursos e à demanda constante. Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os maiores consumidores e também os maiores produtores do bem.
No Rio Grande do Sul, a produção média de areia se mantém em cerca de 10 milhões de toneladas por ano, de acordo com o Sindicato da Indústria da Mineração de Brita, Areia e Saibro de Estado do RS (Sindibritas) e Associação Gaúcha dos Produtores de Brita, Areia e Saibro (Agabritas/RS). Em 2023, houve leve queda para 8,7 milhões de toneladas produzidas, mas a expectativa é que em 2024 a demanda volte a crescer, especialmente devido às obras de recuperação da infraestrutura após eventos climáticos severos e de reconstrução após enchentes de maio de 2024.
A areia pode ser extraída de diferentes fontes, como rios, dunas e leitos secos de antigos cursos de água. No Brasil como um todo, a maior parte da areia utilizada na construção vem da mineração de areia fluvial, extraída de leitos de rios e corpos d'água, com foco no uso na construção civil.
LEIA TAMBÉM: Empresários lançam Frente pelo Desenvolvimento da Região da Campanha
Estima-se que o Brasil produza anualmente aproximadamente 340 milhões de toneladas de areia, sendo uma das maiores fontes de recursos minerais não metálicos, de acordo com dados da Agência Nacional de Mineração (ANM). O setor está bastante distribuído geograficamente, com extração ocorrendo em praticamente todas as regiões, devido à abundância de recursos e à demanda constante. Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os maiores consumidores e também os maiores produtores do bem.
No Rio Grande do Sul, a produção média de areia se mantém em cerca de 10 milhões de toneladas por ano, de acordo com o Sindicato da Indústria da Mineração de Brita, Areia e Saibro de Estado do RS (Sindibritas) e Associação Gaúcha dos Produtores de Brita, Areia e Saibro (Agabritas/RS). Em 2023, houve leve queda para 8,7 milhões de toneladas produzidas, mas a expectativa é que em 2024 a demanda volte a crescer, especialmente devido às obras de recuperação da infraestrutura após eventos climáticos severos e de reconstrução após enchentes de maio de 2024.
A areia pode ser extraída de diferentes fontes, como rios, dunas e leitos secos de antigos cursos de água. No Brasil como um todo, a maior parte da areia utilizada na construção vem da mineração de areia fluvial, extraída de leitos de rios e corpos d'água, com foco no uso na construção civil.
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A mineração de agregados no Rio Grande do Sul é uma atividade disseminada por todo o Estado, com operações contínuas que atendem a uma demanda considerável, especialmente nas regiões de maior concentração demográfica, como a Região Metropolitana de Porto Alegre. Os grandes centros urbanos são os maiores consumidores deste produto, embora não sejam necessariamente os maiores produtores. É o caso de Porto Alegre, abastecida principalmente por materiais provenientes da região do Delta do Jacuí, já que atualmente a exploração no Guaíba não é permitida.
A extração envolve, em grande parte, a retirada de areia dos leitos dos rios com dragas e maquinário pesado. O processo começa com a retirada da areia do fundo do rio, que é transportada até as margens, onde passa por processos de lavagem e separação para retirar impurezas e garantir a qualidade do material. Tanto a extração quanto o transporte desse insumo são influenciados pelas características geográficas e pela proximidade dos recursos hídricos, como os rios, de onde grande parte da areia é retirada.
Por ser uma atividade de mineração, necessita de cuidado e regulação devido ao seu impacto ambiental. A retirada de grandes volumes de areia dos leitos dos rios pode causar erosão, alteração no fluxo dos cursos d'água, destruição de habitats aquáticos e até a salinização de lençóis freáticos em áreas costeiras.
No Brasil, a mineração de areia é regulamentada por órgãos ambientais estaduais e federais, como o Ibama e a Agência Nacional de Mineração (ANM), e é necessário que as empresas cumpram com regras rigorosas de licenciamento ambiental, manejo adequado das áreas de extração e recuperação ambiental após o uso. No Rio Grande do Sul é regulada pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).
As empresas que operam na mineração de areia devem obter licenças ambientais, que incluem um plano de manejo sustentável e medidas de mitigação para reduzir os impactos ambientais. E a profissionalização e modernização dos processos devem ser as principais aliadas do setor de mineração de agregados no Estado.
A extração envolve, em grande parte, a retirada de areia dos leitos dos rios com dragas e maquinário pesado. O processo começa com a retirada da areia do fundo do rio, que é transportada até as margens, onde passa por processos de lavagem e separação para retirar impurezas e garantir a qualidade do material. Tanto a extração quanto o transporte desse insumo são influenciados pelas características geográficas e pela proximidade dos recursos hídricos, como os rios, de onde grande parte da areia é retirada.
Por ser uma atividade de mineração, necessita de cuidado e regulação devido ao seu impacto ambiental. A retirada de grandes volumes de areia dos leitos dos rios pode causar erosão, alteração no fluxo dos cursos d'água, destruição de habitats aquáticos e até a salinização de lençóis freáticos em áreas costeiras.
No Brasil, a mineração de areia é regulamentada por órgãos ambientais estaduais e federais, como o Ibama e a Agência Nacional de Mineração (ANM), e é necessário que as empresas cumpram com regras rigorosas de licenciamento ambiental, manejo adequado das áreas de extração e recuperação ambiental após o uso. No Rio Grande do Sul é regulada pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).
As empresas que operam na mineração de areia devem obter licenças ambientais, que incluem um plano de manejo sustentável e medidas de mitigação para reduzir os impactos ambientais. E a profissionalização e modernização dos processos devem ser as principais aliadas do setor de mineração de agregados no Estado.
Curiosidade
*Os mais antigos dados relacionados ao uso da areia na construção civil aparecem no sítio arqueológico de Tell Mureybet (na atual Síria) onde foram localizadas casas construídas com areia comprimida.
*Tell Mureybet é o mais antigo povoamento conhecido (8.600 a 7.300 a.C.), demonstrando assim, que já nas primeiras aldeias, nos primórdios do neolítico, o homem utilizava areia para construir casas.
*Também remonta ao Neolítico as provas arqueológicas de uso da areia como agregado na confecção de argamassas. Por volta do ano de 6.500 a.C., o povo de Çayönü Tepesi (sítio arqueológico situado no sudoeste da atual Turquia), utilizava argamassa com cal para construir pavimentos do tipo Terrazzo. De forma mais generalizada, registros de emprego da argamassa começam a aparecer nas pirâmides do Egito.
*Argamassas manufaturadas com areia e aglomerante (inicialmente barro e posteriormente gipsita ou cal) foram utilizadas na edificação das pirâmides.
Fonte: Materioteca Sustentável da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Principais usos do material
Principal componente do concreto e na produção de vidro;
Largamente utilizada na fabricação de argamassas para piso e reboco;
Fábricas de tijolos utilizam areia como aditivo à mistura de argila para o fabrico de tijolos;
A areia é muitas vezes misturada com tinta para criar um acabamento texturizado para paredes e tetos ou uma superfície não escorregadia ao chão;
A areia fina é usada, junto com outras substâncias, como composto de filtros de água.
Projeção de crescimento em 2025 está alicerçado no desempenho da construção civil
Maior produção vem do Vale do Sinos, Rio Jacuí (foto) e Vale do Rio Caí
JO?O MATTOS/JCO Rio Grande do Sul tem grande importância no contexto da indústria da areia no Brasil. O Estado é um dos principais produtores de materiais minerais para a construção civil, e a areia tem um papel significativo nesse cenário. As principais regiões produtoras de areia no estado incluem o Vale dos Sinos, o Vale do Rio Caí e a região do Rio Jacuí. Essas áreas são conhecidas por serem ricas em depósitos de areia fluvial, uma das principais fontes de extração.
A atividade é essencial, mas precisa ser cuidadosamente monitorada para evitar danos ambientais, como a destruição de margens dos rios, o assoreamento de cursos d'água e a perda de biodiversidade. E a produção gaúcha é modelo para os demais estados do Brasil nesse quesito.
Principalmente a partir de 2013, quando a atividade chegou a ser suspensa após denúncias de práticas ilegais em alguns dos principais rios gaúchos, como o Jacuí, o setor se organizou, salienta Laercio Thadeu, presidente do Sindicato dos Depósitos, Distribuidores e Comerciantes de Areia no Estado (Sindareia/RS). "Naquela época não era tudo tão controlado quanto hoje. Tivemos o ônus de ficar parado, mas também o bônus de ampliar a organização, a busca por legalização", diz Thadeu.
Um processo que colocou o estado na vanguarda ao assimilar o uso de monitoramento via satélite a partir da instalação de sensores em cada draga em atividade, segundo representantes do setor. "Hoje, as dragas utilizadas na extração de areia são monitoradas em tempo real e as operações são realizadas estritamente dentro das áreas licenciadas. Esse nível de controle representa um avanço significativo em termos de transparência e sustentabilidade, colocando o estado como um modelo a ser seguido no Brasil", destaca o vice-presidente do Sindibritas/RS e do Agabritas/RS, Eduardo Machado.
Com isso, a mineração na região atingiu "outro patamar" em relação às práticas de gestão ambiental, diz Machado. "Todas as dragas têm dois tipos de sensores - um acoplado ao cano e outro no motor de extração. Caso seja verificada alguma irregularidade, como a saída da máquina da região onde a extração está permitida, o satélite corta em instantes o seu funcionamento. Este monitoramento é realizado por empresas homologadas pela Fepam", complementa Laercio Thadeu.
Segundo o presidente do Sindareia/RS, estamos acompanhando uma mudança na cultura tanto entre as mineradoras, que estão mais comprometidas com o meio ambiente quanto entre os órgãos fiscalizadores e licenciadores. A coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (Caoma) do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Ana Maria Moreira Marchesan, concorda que denúncias envolvendo irregularidades neste setor diminuíram consideravelmente nos últimos anos. "Antes de termos todo esse sistema de acompanhamento era constante os casos que chegavam até nós", rememora.
Ana Maria salienta, no entanto, que diferente do que ocorreu no Delta do Jacuí quando foi celebrado acordo para retomada da atividade, a mineração no Guaíba segue proibida por decisão da Justiça Federal em resposta a uma ação ajuizada por uma organização não-governamental. "Há a exigência de que seja feito e apresentado um estudo a respeito da atividade como um todo com avaliação ambiental estratégica do impacto de toda extração e uma sugestão de zoneamento - algo que ainda não foi realizado", destaca.
Monitoramento e tecnologias tornaram a extração gaúcha modelo
Produção gaúcha é modelo para os demais estados do Brasil nesse quesito
THAYNÁ WEISSBACH/JCO Rio Grande do Sul tem grande importância no contexto da indústria da areia no Brasil. O Estado é um dos principais produtores de materiais minerais para a construção civil, e a areia tem um papel significativo nesse cenário. As principais regiões produtoras de areia no estado incluem o Vale do Sinos, o Vale do Rio Caí e a região do Rio Jacuí. Essas áreas são conhecidas por serem ricas em depósitos de areia fluvial, uma das principais fontes de extração.
A atividade é essencial, mas precisa ser cuidadosamente monitorada para evitar danos ambientais, como a destruição de margens dos rios, o assoreamento de cursos d'água e a perda de biodiversidade. E a produção gaúcha é modelo para os demais estados do Brasil nesse quesito.
Principalmente a partir de 2013, quando a atividade chegou a ser suspensa após denúncias de práticas ilegais em alguns dos principais rios gaúchos, como o Jacuí, o setor se organizou, salienta Laercio Thadeu, presidente do Sindicato dos Depósitos, Distribuidores e Comerciantes de Areia no Estado (Sindareia/RS). "Naquela época não era tudo tão controlado quanto hoje. Tivemos o ônus de ficar parado, mas também o bônus de ampliar a organização, a busca por legalização", diz Thadeu.
Um processo que colocou o Estado na vanguarda ao assimilar o uso de monitoramento via satélite a partir da instalação de sensores em cada draga em atividade, segundo representantes do setor. "Hoje, as dragas utilizadas na extração de areia são monitoradas em tempo real e as operações são realizadas estritamente dentro das áreas licenciadas. Esse nível de controle representa um avanço significativo em termos de transparência e sustentabilidade, colocando o Estado como um modelo a ser seguido no Brasil", destaca o vice-presidente do Sindibritas/RS e do Agabritas/RS, Eduardo Machado.
Com isso, a mineração na região atingiu "outro patamar" em relação às práticas de gestão ambiental, diz Machado. "Todas as dragas têm dois tipos de sensores - um acoplado ao cano e outro no motor de extração. Caso seja verificada alguma irregularidade, como a saída da máquina da região onde a extração está permitida, o satélite corta em instantes o seu funcionamento. Este monitoramento é realizado por empresas homologadas pela Fepam", complementa Laercio Thadeu.
Segundo o presidente do Sindareia/RS, está ocorrendo uma mudança na cultura tanto entre as mineradoras, que estão mais comprometidas com o meio ambiente, como entre os órgãos fiscalizadores e licenciadores. A coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (Caoma) do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Ana Maria Moreira Marchesan, concorda que denúncias envolvendo irregularidades neste setor diminuíram consideravelmente nos últimos anos. "Antes de termos todo esse sistema de acompanhamento era constante os casos que chegavam até nós", rememora.
Ana Maria salienta, no entanto, que diferentemente do que ocorreu no Delta do Jacuí, quando foi celebrado acordo para retomada da atividade, a mineração no Guaíba segue proibida por decisão da Justiça Federal em resposta a uma ação ajuizada por uma organização não-governamental. "Há a exigência de que seja feito e apresentado um estudo a respeito da atividade como um todo com avaliação ambiental estratégica do impacto de toda extração e uma sugestão de zoneamento - algo que ainda não foi realizado", destaca.
Acúmulo de areia em pontos do Guaíba e Jacuí após enchentes gera divergências entre empresariado e pesquisadores
Indústria da areia é essencial para o desenvolvimento econômico e urbano, mas precisa evitar danos ambientais
Sindiareia/Divulgação/JCReflexo diretos das enchentes de maio de 2024 — a ampliação das ilhas já existentes no Delta do Jacuí e o acúmulo de areia junto à Ilha das Balseiras e na Ilha da Pintada, ambas no Guaíba —, trouxeram à tona a discussão sobre a necessidade da ação humana para a remoção desses sedimentos acumulados e a possibilidade de aproveitamento comercial da areia encontrada nesses locais. Mais uma vez, a sustentabilidade da mineração de areia se torna uma questão central nas discussões sobre o setor no Rio Grande do Sul.
O vice-presidente do Agabritas/RS e Sindibritas/RS, Eduardo Machado, sustenta que a revisão do plano de manejo do Delta do Jacuí, que impede a extração de areia em áreas que, após as enchentes, poderiam ser aproveitadas de forma sustentável, é urgente. Além disso, sustenta Machado, é preciso um olhar mais coerente sobre os efeitos das enchentes no Guaíba.
"Um dos casos mais notáveis foi observado na Ilha da Pintada, onde comunidades locais relataram acúmulo expressivo de areia. A qualidade desse material é reconhecida, mas a extração na região é restrita devido ao plano de manejo, que ainda não foi revisado para refletir as novas condições pós-enchente", diz.
Esse acúmulo de sedimentos, conforme Machado, tornou-se um problema para a navegação e as comunidades ribeirinhas. "A situação exige uma atenção especial, pois a legislação vigente foi pensada para situações normais, sem levar em conta cenários de calamidade como o ocorrido, em que ações mais ágeis e coerentes precisam ser implementadas visando o bem-estar das comunidades e o desenvolvimento do Estado", reflete.
No caso do Delta do Jacuí, onde a atividade de extração de areia é permitida de acordo com o zoneamento e licenciamento de cada empresa, Machado também defende que a atividade de exploração econômica fosse permitida para evitar o gasto por parte do Estado para dragagem. "Em vez de permitir uso comercial, o Estado vai ter que contratar empresas para jogar esse material para o outro lado enquanto poderíamos estar retirando material e transformando em arrecadação. Precisamos fazer o óbvio", sustenta
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No entanto, pesquisadores defendem que antes da flexibilização é preciso pesquisar e determinar o real impacto do enorme fluxo de sedimentos. O professor Elírio E. Toldo Jr., do Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica (Ceco) do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), salienta que o primeiro passo é estudar a mudança da morfologia do fundo do Guaíba e dos rios que formam o Delta do Jacuí para entender o impacto da mineração sobre as margens, o comportamento das ondas e das correntes.
Especificamente sobre a dinâmica no Guaíba, o professor adianta que estudos dos quais faz parte apontam para um aumento na profundidade em diversos pontos ao longo do canal da hidrovia, por onde passam as embarcações, após a enchente. Ao contrário do que muitos pensam, a navegabilidade no canal principal não piorou, diz Toldo Jr.
O que houve foi o assoreamento em alguns pontos bem específicos e o desassoreamento em muitos outros devido à força das águas. "Foi essa espécie de limpeza do canal que transportou a areia que estava dentro para o baixio, onde a profundidade naturalmente é menor, e região das ilhas", explica o pesquisador.
Todas essas descobertas vêm sendo objeto de estudo e debates no âmbito do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) e o Instituto de Geociências, e vão além. Recentemente, um seminário reuniu pesquisadores e representantes do governo estadual, federal e da Holanda a fim de entender estas novas dinâmicas, e como buscar alternativas para minimizar o impacto de futuras enchentes no Estado sem perder de vista o meio ambiente e o crescimento econômico.
Apesar das divergências, há o consenso de que a indústria da areia é essencial para o desenvolvimento econômico e urbano, mas precisa ser gerida de forma responsável para evitar danos ambientais significativos. Entre as alternativas propostas e já adotadas, estão a utilização de técnicas modernas de recuperação ambiental, como a revegetação de áreas degradadas e um sistema de rotação, em que áreas exploradas ficam adormecidas durante um tempo para recuperação.