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Publicada em 14 de Setembro de 2024 às 16:00

MuleBule comemora 20 anos de história

 Foram feitas 10 mil ações de gastronomia em duas décadas, diz o executivo

Foram feitas 10 mil ações de gastronomia em duas décadas, diz o executivo

Vini Dalla Rosa/divulgação/JC
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Miguel Campana
Líder regional no setor de serviços de Alimentos e Bebidas (A&B), a empresa gaúcha MuleBule completou 20 anos de história em 2024. Em duas décadas de atuação, foram realizadas aproximadamente 10 mil ações de gastronomia, o que transformou a MuleBule em uma das maiores referências no âmbito nacional. A MuleBule já atendeu a inauguração de empreendimentos como a Fábrica da Philip Morris e a Arena do Grêmio, e também a realização de grandes eventos como a Copa do Mundo de 2014 e a Expointer. Atualmente, a empresa gaúcha oferece três linhas de serviço: Catering Empresarial, Store in store e Assessoria em desenvolvimento de projetos.
Líder regional no setor de serviços de Alimentos e Bebidas (A&B), a empresa gaúcha MuleBule completou 20 anos de história em 2024. Em duas décadas de atuação, foram realizadas aproximadamente 10 mil ações de gastronomia, o que transformou a MuleBule em uma das maiores referências no âmbito nacional. A MuleBule já atendeu a inauguração de empreendimentos como a Fábrica da Philip Morris e a Arena do Grêmio, e também a realização de grandes eventos como a Copa do Mundo de 2014 e a Expointer. Atualmente, a empresa gaúcha oferece três linhas de serviço: Catering Empresarial, Store in store e Assessoria em desenvolvimento de projetos.
Empresas & Negócios - Como foi criada a empresa?
Nelson Ramalho - Estou na gastronomia há 34 anos, desde 1990. Iniciei com uma pequena operação, chamada Estação Café, em Novo Hamburgo, onde eu tinha uma sociedade com a minha recém-casada esposa. Na época, com 24 anos de idade, eu também trabalhava na empresa Linck, vendendo máquinas e equipamentos rodoviários. Então, eu sempre fui vendedor na minha vida. Depois de abrirmos o café, fomos evoluindo e montando outras operações, como, por exemplo, dentro do Shopping de Novo Hamburgo. Éramos porto-alegrenses vivendo em Novo Hamburgo. Em 1994, desliguei-me das minhas funções relacionadas ao trabalho de vendas, e então passei a me dedicar integralmente ao mercado de restaurantes. Em 2004, abri a MuleBule também no Shopping de Novo Hamburgo, em forma de bistrô café. Quem pensou no nosso nome foi a Protarget, uma agência da Maria Helena Piaget, muito conhecida pelos cases que fez com a Ortopé. Trouxeram-me uma série de opções para eu escolher. Eu queria que o nome tivesse algo a ver com a cultura do sapato, uma vez que a gente já tinha convênio com o Museu Nacional do Calçado. Como a cidade de Novo Hamburgo é a Capital Nacional do Calçado, era um desejo meu que a empresa tivesse essa inspiração calçadista. A partir disso, surgiu o nome MuleBule. Nós gostamos porque tinha uma sonoridade boa e pelo seu significado. Mule refere-se ao tipo de sapato que não tem alça, nem calcanhar, enquanto o Bule faz alusão ao utensílio utilizado para servir chá e café.
E&N - No que consistem as três linhas de serviço da MuleBule?
Ramalho - Dentro da parte de assessoria, já desenvolvemos projetos para melhorar as operações gastronômicas do hotel Plaza São Rafael e da rede Swan Tower. O Generation, que é um dos hotéis da Swan, utiliza projetos e uma concepção gastronômica feitos pela MuleBule. Agora estamos fazendo um projeto de Assessoria e Desenvolvimento junto ao Country Club de Porto Alegre, onde também estamos promovendo a modificação de cardápio, que deve ser lançado no final de outubro. Já fizemos para o Santander a operação Work Café, em que desenvolvemos cafeterias dentro das agências do banco. Neste caso, chamamos o serviço de Store in store, porque trabalhamos dentro das lojas. Depois, temos a parte do Catering de eventos, que é onde temos nossa maior projeção e somos os líderes no Estado. O Catering hoteleiro é basicamente a parte de alimentos e bebidas que são ofertados dentro de um hotel, que inclui café da manhã e também a parte de eventos. Temos uma equipe preparada para fazer o serviço de alimentação de um evento. As cozinhas são montadas de forma remota, dentro de todas as exigências sanitárias e dentro da legislação vigente. Por exemplo, em um evento de lançamento de um prédio, existe um showroom e um espaço para a cozinha, mas as comidas não são preparadas ali. As cozinhas que estão nos eventos servem somente para podermos fazer a finalização dos preparos.
E&N - Em 2023, a MuleBule teve um crescimento de 22% em relação ao ano anterior. O que foi feito de diferente para a empresa ter alcançado esse resultado?
Ramalho - Durante o período da pandemia, estivemos muito presentes no mercado e mantivemos também a nossa mão de obra, que é muito qualificada na nossa parte dos recursos humanos. Como não tínhamos faturamento, essa mão de obra teve um custo bastante grande. Porém, no momento de recomeço dos eventos, que aconteceu no meio de 2022 até 2023, tínhamos toda a equipe pronta para poder trabalhar. Não só a equipe de atendimento, como também toda a estrutura nos nossos espaços. Então, quando as demandas surgiram, estávamos prontos para poder atendê-las. Essa foi a nossa grande aposta que deu certo. Nós mantivemos a empresa viva mesmo quando o mercado estava frio.
E&N - Falando em pandemia, como foi a gestão da MuleBule durante o período?
Ramalho - Tudo é um processo de como a empresa trabalha a sua parte financeira para poder fazer uma reserva de recursos para situações emergenciais. O processo de administração financeira é fazer com que a empresa tenha uma musculatura financeira. Quando nos vemos em uma situação como a pandemia, em que os eventos foram os primeiros a parar e os últimos a voltar, perdemos a nossa renda. No entanto, tínhamos reservas e utilizamos esses valores na hora em que foi preciso. No nosso entender, o bom uso do nosso dinheiro foi manter a equipe. Além de não fazer demissões, realizamos muitas doações e utilizamos outros sistemas de vendas, como o delivery. Quando uma empresa organizava a transmissão de uma live com uma certa quantidade de pessoas, nós íamos lá para poder fazer um coffee break e fornecer uma alimentação segura. Durante a pandemia, mesmo nos momentos mais difíceis, em que o nosso mercado caiu a zero, o nosso intuito foi manter todo o esquema funcionando. Quando começou a retomada, foi fácil a gente pegar o ritmo, porque já estávamos com a bicicleta andando.
E&N - E durante as enchentes no Rio Grande do Sul?
Ramalho - Durante as enchentes, tivemos várias das nossas operações alagadas. No primeiro momento, fizemos um esforço muito grande para poder proteger nossos funcionários e ajudá-los na recuperação de suas vidas, com mobiliário, geladeiras e fogões. Depois, focamos na reestruturação dos nossos negócios, que hoje estão recuperados quase na sua totalidade.
E&N - A MuleBule trabalhou em eventos como a inauguração da Arena do Grêmio e a Copa do Mundo de 2014. Em termos de projeção, qual foi a importância da realização dessas agendas?
Ramalho - Todos os eventos são importantes, mas claro que quando você começa a lidar com eventos de grande porte, como foi a inauguração da Arena do Grêmio e como são as feiras em outros estados, onde a gente atende de duas a três mil pessoas por dia, isso vai criando uma capacidade cada vez maior de oferecer estrutura, produto e atendimento. Porém, a grande prova que nós tivemos foi na Copa do Mundo. Fomos responsáveis pela parte hospitalar dos jogos da Copa aqui no Rio Grande do Sul e tivemos a oportunidade de aprender com um time muito forte que foi colocado à nossa disposição pela Fifa, a organizadora do torneio. Era um grupo de profissionais de extremo gabarito que esteve com a gente desde fevereiro daquele ano até o último jogo, nos orientando e ensinando a melhor maneira de atender com qualidade e em grandes volumes. Isso foi um fator que considero de extrema relevância para o amadurecimento e a consolidação da MuleBule como grande player neste segmento.
E&N - De que forma a MuleBule adota os princípios de responsabilidade social e sustentabilidade?
Ramalho - A preocupação social sempre esteve em voga desde que eu comecei a empreender em um negócio. Desde a sua fundação, a MuleBule participa como mantenedora dentro do Projeto Vencer, da Fundação Semear. Ajudamos a criar um projeto de inclusão social que já modificou a história de vida de centenas de jovens. Fazemos o Nhoque do Bem e outras iniciativas alimentares. Acreditamos que existe uma tríplice ancoragem para uma empresa. Existe a parte financeira, sem a qual as coisas não acontecem, a de recursos humanos e a social. Não existe empresa ou pessoa física que possa se sentir completa ou bem-sucedida sem fazer a sua participação no âmbito social. Em relação à atuação ambiental da MuleBule, não existe um evento nosso que produza lixo plástico. Todos os nossos descartáveis são biodegradáveis e oriundos de materiais recicláveis, como as colheres, que são de madeira reciclada. Fazemos um acompanhamento do ciclo do lixo, da separação do lixo orgânico, do metálico e do lixo reutilizável. Tudo isso está englobado dentro de um processo de preocupação bastante grande que temos junto aos nossos negócios.
E&N - Quais são os objetivos da empresa para o futuro?
Ramalho - Hoje, cada vez mais, estamos criando mais oportunidades de emprego. Está no planejamento da MuleBule a abertura da operação física de Catering, ou seja, atendimento de eventos, em São Paulo. Este ano, em vista da enchente, os nossos planos sofreram um atraso. Também queremos abrir novas frentes de atendimento a hotéis e manter o ritmo de investimento para fomentação de mais postos de emprego e de consolidação na nossa posição dentro deste mercado.
 

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