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Publicada em 06 de Setembro de 2024 às 17:34

Fluência Casa Hip Hop completa cinco anos

Iniciativa busca levar transformação social para comunidades de Caxias do Sul

Iniciativa busca levar transformação social para comunidades de Caxias do Sul

Fluência Casa Hip Hop / Divulgação/ JC
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Amanda Flora
Transformação social utilizando os quatro elementos da cultura Hip Hop, esse foi o objetivo dos fundadores da Fluência Casa Hip Hop, que completou cinco anos no mês de agosto. Localizada no bairro Santa Fé, Zona Norte de Caxias do Sul, a Fluência foi reconhecida como Utilidade Pública Municipal da cidade serrana e já impactou a vida de mais de 20 mil pessoas.
Transformação social utilizando os quatro elementos da cultura Hip Hop, esse foi o objetivo dos fundadores da Fluência Casa Hip Hop, que completou cinco anos no mês de agosto. Localizada no bairro Santa Fé, Zona Norte de Caxias do Sul, a Fluência foi reconhecida como Utilidade Pública Municipal da cidade serrana e já impactou a vida de mais de 20 mil pessoas.
Fundada no dia 25 de agosto de 2019, a Fluência se dedica a usar os quatro elementos da cultura Hip Hop: o Rap, o Grafite, DJs e MCs, e o Street Dance, para cultivar respeito, e consciência crítica e social. A Casa divide celebração com a própria cultura Hip Hop, que completou 51 anos em 2024. "Hip Hop é coisa séria! É uma parada muito séria mesmo e eu tive a oportunidade de conhecer pessoas que tinham como investir nesse espaço que hoje é a Fluência", afirma Geovani de Gregori, um dos idealizadores do Projeto.
Geovani é dançarino de breakdance (break-boy) e conta que seu envolvimento com o Hip Hop começou cedo. Desde os seis anos, ele participa de projetos sociais, e aos 11 descobriu sua paixão pelo Hip Hop, o que o levou a se tornar arte educador e fundador da Casa Fluência. "A cultura Hip Hop tá comigo mais da metade do meu tempo de vida e foi fundamental para o meu desenvolvimento. Me estruturou na pré-adolescência e, mais tarde, me inspirou a compartilhar essa paixão com outros", relata.
A Casa Fluência oferece oficinas gratuitas para crianças, adolescentes e adultos, e prioriza a população de baixa renda da Zona Norte de Caxias do Sul, promovendo a inclusão social através da arte e educação. As oficinas incluem aulas de dança, grafite, música e outras atividades relacionadas à cultura Hip Hop, além de proporcionar espaço para debates e discussões sobre questões sociais.
Com cerca de 100 alunos permanentes, a Fluência também trabalha com capacitação profissional. "Temos alunos que querem ser professores, artistas ou arte educadores, e nosso objetivo é proporcionar uma base sólida para essas carreiras", destaca Geovani. A Casa também promove eventos e batalhas mensais, dando oportunidades para os alunos se destacarem e serem remunerados por seu trabalho artístico.
Geovani explica que o maior desafio atualmente é dar mais visibilidade ao trabalho feito pelo Projeto, principalmente para que marcas e empresas apoiem a iniciativa,"o que a gente precisa é de oportunidade. Me deram a chance de criar uma casa Hip Hop e estamos aí há 5 anos. Imagina se viesse mais incentivo?" Interessados em apoiar o trabalho da Casa Fluência podem entrar em contato com os organizadores através das redes sociais: @fluenciacasahiphop ou pelo e-mail: [email protected].
Além do reconhecimento como Utilidade Pública Municipal, a Fluência Casa Hip Hop recebeu o Prêmio Caxias pela Câmara de Vereadores e o certificado de Ponto de Cultura pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Com planos, Geovani pensa na expansão do Projeto e expressa seu entusiasmo pela jornada. "Me orgulha ver como a gente trabalha com os alunos e ver a transformação que acontece neles. Olhar o aluno que começou ano passado de um jeito e hoje é completamente diferente, dono da sua cultura, muito forte com os seus saberes, com a sua personalidade e presença dentro da comunidade" e conclui "Cinco anos de Fluência e, para mim, esse é o melhor presente".
 

Maior maquete de favela do Brasil está em Caxias do Sul

Obra está exposta no segundo andar do Centro de Cultura Ordovás

Obra está exposta no segundo andar do Centro de Cultura Ordovás

Renan Piccoli / Divulgação / JC
"Se cada universo é uma vida. Quando tu salva uma vida, tu salva o universo inteiro" é assim, parafraseando o rapper Djonga, que o artista Andrigo Martins define o trabalho do Projeto Favelar. A iniciativa visa criar patrimônios materiais e imateriais dentro das comunidades periféricas de Caxias do Sul.
Fundado em 2013, o Favelar começou com oficinas de grafite para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, e evoluiu ao longo dos anos, consolidando-se como um movimento de valorização cultural e social na cidade. Em 2022, com a retomada das atividades após a pandemia, o projeto ganhou um novo fôlego: "Surgiu a ideia de colocar o Favelar no Guinness Book brasileiro. Foi algo ousado, mas necessário", recorda Andrigo, idealizador do Projeto.
Foi então que a construção da maior maquete de favela do Brasil garantiu ao Favelar um lugar no RankBrasil. "Conseguimos entrar no Guinness Brasil como a maior maquete de favela feita de forma coletiva e sustentável do país, com a participação direta de 1.500 pessoas", explica o fundador.
A maquete é uma representação de algumas comunidades de Caxias do Sul, com miniaturas de espaços importantes para a cidade, como a própria Fluência Casa Hip Hop. "Resolvi trabalhar a questão das identidades das periferias de Caxias. A ideia foi fazer, em cada espaço, uma parte das favelas da cidade. E deu muito certo, porque a galera curtiu não só a parte estética, mas também se reconheceu como morador de periferia", explica Andrigo.
A miniatura está com instalação permanente no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho, localizado no bairro Panazzolo, em Caxias. A diretora do Centro, Maysa Stedile, lembra como foi a chegada da obra no Ordovás: "Eles começaram com a pintura das paredes para criar a atmosfera. Depois trouxeram as casinhas que já tinham sido feitas em oficinas". O espaço pode ser visitado de segunda a sexta, das 8h às 21h, e sábado e domingo, das 13h às 22h.
As oficinas são realizadas em espaços variados, já aconteceram em casas de idosos, centro de atendimento a crianças com câncer e cooperativa de recicladores. No Ordovás, por exemplo, existe um lugar específico para a produção de casinhas. "Nós criamos uma sala de arte dentro do Centro, para fazer oficinas, onde o Andrigo está organizando periodicamente com escolas da cidade", destaca Maysa.
Para Andrigo, a responsabilidade social do projeto é clara: "Tenho bastante renúncia na minha vida justamente porque vivo uma causa social há muito tempo. Não vejo isso só como uma função profissional, mas como uma ferramenta de construção humana, levando a arte de uma forma que crie movimentos, perspectivas, esperança e cor", finaliza.
 

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