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Publicada em 16 de Agosto de 2024 às 17:09

Ação que recupera residências auxilia servidores da segurança pública do RS

Mais de 500 famílias foram beneficiadas com módulos essenciais para estruturar uma moradia

Mais de 500 famílias foram beneficiadas com módulos essenciais para estruturar uma moradia

/Roberto Majola/Divulgação/JC
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Amanda Flora
No momento que o Estado viveu a maior crise ambiental da sua história, a população do Rio Grande do Sul pôde contar com o apoio dos profissionais da segurança pública, que saiam de suas casas para salvar vidas. Acontece que muitos desses servidores perderam suas casas pela força da água. E o que fazer quando quem tanto contribui também é vítima?
No momento que o Estado viveu a maior crise ambiental da sua história, a população do Rio Grande do Sul pôde contar com o apoio dos profissionais da segurança pública, que saiam de suas casas para salvar vidas. Acontece que muitos desses servidores perderam suas casas pela força da água. E o que fazer quando quem tanto contribui também é vítima?
A resposta para essa pergunta veio através da solidariedade. O Instituto Cultural Floresta (ICF), em parceria com o ArqExpress, a Unicasa e o Ciclo Empreendedor, criou a Operação Casa Segura, para levar conforto e estrutura aos servidores da segurança pública atingidos pelas cheias.
A iniciativa visa remobiliar as casas de quem perdeu seus eletrodomésticos e móveis para a enchente de maio. "Fizemos o mapeamento de que tipo de itens seriam mais necessários. Recebemos uma relação que veio da Secretaria de Segurança Pública, informando quais eram os servidores do Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Brigada Militar que tinham perdido tudo em suas casas. Foram cerca de 1.300 famílias de servidores da segurança da ativa atingidos de alguma forma", afirma Claudio Goldsztein, diretor do conselho do ICF.
A operação contou com apoio da fabricante de móveis Unicasa, através da sua marca Dell Anno, e os projetos arquitetônicos foram desenvolvidos coletivamente, com a colaboração do escritório ArqExpress. "Fomos procurados pelas arquitetas, que já estavam engajadas na causa, e de imediato, começamos os trabalhos para avaliação das necessidades e dos projetos do mobiliário, que foi criado especialmente para esta ação", afirma Edson Busin, Diretor de Marketing da Unicasa, companhia proprietária da Dell Anno.
Até o momento, mais de 500 famílias foram beneficiadas com módulos essenciais para estruturar uma casa, são kits para cozinha, sala, quartos e banheiro, além da reposição de eletrodomésticos. "São cadeiras, mesas de jantar, cuba de cozinha, luminárias. O que aconteceu é que o Instituto Floresta comprou dos fornecedores a preço baixíssimo de custo ou até um pouco menos do que o custo", detalha Mariana Simões, arquiteta e empresária que trabalhou no projeto-base para mobiliar as casas.
"A Dell Anno entrou doando todos os móveis sob medida, como bancada de cozinha, roupeiros, hack de televisão, armário de banheiro e despensa para cozinha. Foi sensacional, porque eles [a Dell Anno] pararam um dia de produção da fábrica para produzir os kits de mobiliário", finaliza a arquiteta. Entre as 1300 famílias atingidas, cerca de 542 perderam tudo.
O instituto explica que, enquanto muitas casas estavam submersas, a preocupação deles era em abrigar desalojados com dignidade e segurança. Após o nível dos rios voltar ao normal, foi preciso uma força-tarefa para entender a extensa lista de necessidades que as pessoas tinham para voltar para casa. "Se considerar uma média de quatro pessoas por família, são quase duas mil pessoas atingidas. Ainda é um número baixo perto de todo mundo que foi afetado, mas é um impacto que não teria acontecido se não fossem os voluntários se movimentarem, se mobilizarem e trabalharem em conjunto para uma causa maior", encerra Denis Osório, integrante do conselho do Ciclo Empreendedor.
 

Operação De Volta Para Casa auxiliou cerca de três mil famílias no Estado

A Operação De Volta Para Casa é outro exemplo de como o esforço coletivo de diversos setores da sociedade pode amortizar a dor de muitos gaúchos que perderam tudo para as inundações.
O projeto, pensado pelo Ciclo Empreendedor com o apoio do Instituto Cultural Floresta, consiste em disponibilizar um cartão com um crédito para auxiliar as famílias de todo o Estado atingidas pelas enchentes. "Nós ajudamos a planejar e desenvolver ação no início e garantimos a doação de um valor inicial que possibilitaria o time começar a funcionar. O Instituto Floresta destinou cerca de R$ 3 milhões para a Operação de Volta Para Casa", afirma Claudio Goldsztein, diretor do conselho do instituto.
A iniciativa busca cobrir despesas com mobiliário, eletrodomésticos e outros itens essenciais para a estrutura de uma casa, ao mesmo tempo que oferece a liberdade para que cada família escolha o que é essencial para si. O valor oferecido no cartão varia em torno de R$ 6.400, pago em parcela única.
A quantia é calculada com base no tamanho de cada família beneficiada. "A gente viabilizou a parte de tecnologia, de um cartão que pode ser usado em diversas lojas e redes diferentes. Fizemos a negociação com as lojas e fechamos o contrato de uma área jurídica de membros do ciclo", detalha Denis Osório, integrante do Ciclo Empreendedor.
Esse saldo pode ser gasto em lojas parceiras selecionadas pelos organizadores da Operação. As redes de lojas participantes são: TaQi, Lebes e Quero-Quero, foram pensadas justamente com a intenção de fazer a economia local voltar a girar. "Cada vez que eu via uma casa sendo reconstituída ou uma família recebendo apoio, sentia que todos os esforços estavam valendo a pena. Era a nossa forma de devolver a dignidade para aquelas pessoas", finaliza Goldsztein.
Quem estiver interessado em ajudar a Operação De Volta Para Casa pode acessar o site www.operacaodevoltaparacasa.com.br. Lá é possível comprar itens domésticos a preço de custo, os mesmos vendidos nas lojas parceiras. Cada item comprado por um doador é revertido em crédito para os beneficiados pelo projeto.
 

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