Gabriel Eduardo Bortulini, especial para o JC
Nos últimos anos, Erechim experimentou um acelerado crescimento no número de projetos aprovados para a construção civil. Em 42 meses, 4.599 obras foram liberadas pela prefeitura, totalizando mais de 1,5 milhão de metros quadrados. Esse impulso está relacionado com o novo Plano Diretor da cidade, aprovado em 2019, que permitiu a construção de edifícios mais altos, além da expansão do perímetro urbano do município.
Cidade possui uma população de menos de 106 mil habitantes; não é raro que esse número surpreenda, uma vez que o município aparenta ter mais moradores
/PREFEITURA MUNICIPAL DE ERECHIM/DIVULGAÇÃO/JCErechim é a maior cidade da região do Alto Uruguai gaúcho, a segunda maior de toda a porção Norte do Estado, ficando atrás apenas de Passo Fundo. Segundo o censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade possui uma população de menos de 106 mil habitantes. Não é raro que esse número surpreenda, uma vez que o município demonstra comportar um número maior de moradores.
"Até é difícil de entender como só existe esse número de pouco mais de 100 mil habitantes na cidade, porque ela aparenta ter bem mais, as pessoas de fora que dizem isso, não é nem a gente", comenta Alessandro Emilio Valmorbida, engenheiro civil e professor do colegiado do curso de arquitetura da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI).
Muito dessa impressão é decorrente da estrutura física da cidade do Norte do Estado. Há alguns anos, Erechim experimenta um rápido crescimento no setor da construção civil. O último levantamento disponibilizado pela prefeitura indica mais de 1,5 milhão de metros quadrados liberados em 42 meses. Isso significa 4.599 projetos aprovados no período, uma média de mais de 100 aprovações por mês.
"Só neste ano, com as aprovações das obras novas, chegamos já em 219 mil metros quadrados", afirma Rafael Colet, Secretário Municipal de Obras, Habitação, Segurança e Proteção Social.
Nessa soma, estão inclusas algumas das construções em andamento ou finalizadas no chamado "Corredor do Desenvolvimento", às margens da RS-135, e também no novo Distrito Industrial Giácomo Madalozzo. O novo distrito receberá pelo menos 29 empresas, das quais 16 estão com obras em execução. A localidade fica na BR-153, no Bairro Industrial Davide Zorzi, no Norte da cidade.
Só a Brastelha, por exemplo, construiu um pavilhão de 20 mil metros quadrados na RS-135, totalizando um investimento de cerca de R$ 130 milhões. Segundo o diretor da empresa, Walmir Badalotti, a previsão é de que mais 10 mil metros quadrados sejam construídos no novo parque fabril até 2028.
Além das obras no setor industrial, em que algumas empresas erguem pavilhões que chegam a 60 mil metros quadrados de área construída, há outros projetos de grandes proporções na cidade do Alto Uruguai.
"São projetos de residências, prédios, condomínios, parcelamento de solo, retificação de medidas. Há prédios com 27 pavimentos, mais de 10 mil metros quadrados de área. E também um conglomerado habitacional de 55 mil metros quadrados de área construída no bairro Copas Verdes", exemplifica Rafael Colet.
O secretário se refere ao Residencial Imigrante, que abrigará 592 apartamentos em um total de 19 prédios. Assim como o novo Distrito Industrial, a área também está localizada na BR-153, na saída para Concórdia, em Santa Catarina.
Esses projetos proporcionam o crescimento em zonas afastadas do Centro erechinense. Conforme Colet, a expansão acelerou a partir da última alteração do plano diretor, em 2019.
"Foi aumentado o perímetro urbano, então ele está se espalhando, saíram novos loteamentos, tem a questão habitacional, principalmente de projetos financiados. Nesses casos, são obras mais deslocadas da área central", explica.
A revisão do plano diretor é celebrada por todo o setor da construção civil do município. Foi uma espera de mais de duas décadas. A atualização possibilitou um desenvolvimento ainda maior da cidade. Além do acréscimo no perímetro urbano, o novo plano diretor permitiu a construção de prédios mais altos.
"Antigamente, os prédios tinham um limite de 15 andares. Hoje, já são permitidas construções de até 30 pavimentos. Essa verticalização gerou um boom nas edificações, porque, antigamente, elas se restringiam. A partir de 2019, com o novo plano diretor, as empresas começaram a verticalizar mais", explica Colet.
Cidade aguarda seu edifício mais alto
O prédio mais alto da cidade está sendo erguido pela Construtora Fiebig
/Agência 722 LAB/Divulgação/JCHoje, a população erechinense já aguarda pela finalização do mais alto prédio do município, um edifício de 27 pavimentos. A previsão é de que a obra esteja pronta em agosto de 2025, segundo Gilmar Fiebig Filho, diretor da Construtora Fiebig, empresa responsável pela construção.
"Erechim era uma cidade muito travada, com muita reserva de mercado. Quando veio essa revisão do plano diretor, tudo isso foi alterado, porque passou a permitir muito mais para a cidade toda, tanto que vários prédios de mais de 20 pavimentos saíram já nesse primeiro momento após o novo plano", afirma.
Conforme Fiebig, o objetivo é de que as construções atinjam o limite máximo dos terrenos, principalmente em áreas centrais. Ali, segundo o diretor da empresa, "o ideal é ter prédios maiores, porque as pessoas querem ir a pé para os lugares. Como o centro já é consolidado, não tem muito por onde sair".
Para o empresário, os benefícios do novo plano diretor são notáveis: ele traz muita riqueza para o município. "Conseguiram criar uma metodologia de liberar para todo mundo fazer tudo dentro da lei com muito mais facilidade. É um marco da última gestão, que propôs e aprovou a reforma, e desta atual, que foi muito eficiente nas liberações. Não é por nada que teve tanta aprovação e tem tanta especulação. Você vê empresas de Chapecó vindo construir em Erechim. É sinal de que tem mercado", reitera Gilmar Fiebig Filho.
A Construtora Fiebig existe desde 1994 e, atualmente, concentra a sua atuação na cidade de Erechim, embora já tenha atuado em obras públicas de outras cidades do Estado. Segundo o diretor da empresa, a construtora conta com cerca de 150 funcionários e o foco é na construção de prédios, casas populares e execução de loteamentos.
"Erechim é uma cidade que está crescendo muito. A região está lotada de indústrias e elas são muito fortes. Além disso, tem pleno emprego na cidade e todas as indústrias sentem falta de mão de obra", de acordo com Fiebig.
Nesse contexto, Erechim abriu as portas para refugiados e imigrantes de diversas nacionalidades nos últimos anos. "Nós recebemos muitos venezuelanos, por exemplo. Essas pessoas precisam morar em algum lugar e isso aqueceu o mercado das locações, tanto que está complicado de encontrar imóveis para alugar. No centro não tem mais", declara o diretor da empresa.
Assim, a construtora se consolidou no mercado de loteamentos, principalmente aqueles que atendem a população trabalhadora, com incentivos do governo federal por meio de programas como o Minha Casa, Minha Vida.
"Nosso foco é nas construções que vão beneficiar famílias inseridas na Faixa 2, com renda de até R$ 4.400,00 mensais. É onde nós estamos inseridos", explica.
Crescimento do setor aqueceu no pós-pandemia e incentivou o empreendedorismo
Empresas & Negócios - especial construção civil Erechim - Vertho 1 (1)
/Vertho/Divulgação/JCO crescimento do setor nos últimos anos foi um incentivo aos novos empreendimentos, como a Vertho Arquitetura. Fundada em 2024, a empresa nasceu da fusão de dois escritórios, um de arquitetura e outro de engenharia, ambos com atuação no mercado do município há quase dez anos. Segundo o arquiteto Cleber Scanagatta, a empresa surgiu da necessidade de atender a todos os segmentos da construção civil.
"É difícil encontrar escritórios que entreguem um serviço completo, que una a arquitetura e engenharia, visto que, em boa parte do Brasil, os dois segmentos ainda disputam espaço no mercado como concorrentes. Nossa empresa enxergou na união uma oportunidade de oferecer um serviço exclusivo e completo, criando uma nova forma de pensar obras do início ao fim, em todas suas necessidades", relata.
A Vertho atua com projetos arquitetônicos e de engenharia para áreas comerciais, corporativas, residenciais, além de loteamentos, com foco em edificações de médio e alto padrão. Scanagatta percebe um importante aquecimento no mercado a partir de 2024, algo determinante para o início das atividades da Vertho. Conforme o arquiteto, ocorreu uma alta com relação a 2023, em que a construção civil ainda seguia em baixa após o período eleitoral e em decorrência dos altos preços do setor durante a pandemia.
"Em 2024, o mercado aqueceu. A rentabilidade do dinheiro aplicado em investimento passivo tem diminuído. Então, a população tem a necessidade de procurar por outras opções de investimento, optando muitas vezes pelos investimentos na construção civil, por ser um método seguro e com rentabilidade garantida", analisa Scanagatta.
Desde o início das operações, a Vertho já desenvolveu cerca de 25 projetos, com destaque para a ampliação e reestruturação de um edifício histórico da cidade, antiga sede da Fasolo Couros, atualmente com novo proprietário, além de um residencial de 3 mil metros quadrados de área comum, com vista para o Vale Dourado. Ainda vários projetos seguem em andamento. São obras residenciais, comerciais e industriais.
Hoje, a empresa atua em todo o País. Já foram desenvolvidos projetos em diversas cidades do Alto Uruguai, no Litoral e Oeste catarinense, bem como no Paraná e, recentemente, em São Paulo.
Para Cesar Augusto Carlotto, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Erechim (Sinduscon Erechim), o período pós-pandemia gerou um cenário positivo na cidade. "Erechim movimenta muito pelo seu potencial de indústria. Nós temos uma indústria forte, que está num momento muito bom, numa crescente", avalia.
Esse potencial é verificado no impacto do segundo setor na economia do município. No ano de 2021, a indústria foi responsável por mais de R$ 2,04 bilhões em Erechim. Isso equivale a quase um terço do PIB do município, que movimentou R$ 6,88 bilhões, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme Carlotto, esse momento econômico é refletido na construção civil do município. "Temos uma contribuição da indústria com empresas de nível nacional. Isso faz com que tenhamos uma boa competitividade, resulta no aumento de emprego e, consequentemente, na geração de novas habitações. Nós temos uma cidade em expansão de educação, de prestação de serviço e tudo isso gera a necessidade da construção civil de atuar".
O presidente do Sinduscon Erechim destaca também algumas construtoras renomadas, capazes de suprir as necessidades do município, como a própria Construtora Fiebig e a Fuzinatto Empreendimentos Imobiliários. Cita ainda empresas de atuação nacional, como a Traçado, grande empresa do setor de pavimentação, e a Construtora Viero, referência em construção industrial. "São várias empresas que estão no mercado há décadas, que conseguem atender essa demanda", avalia.
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Empresa de pavimentação tem crescimento acelerado desde 2019
Perímetro urbano foi aumentando e está se espalhando com o surgimento de novos loteamentos; nesses casos, as obras estão localizadas mais distantes do Centro da cidade
/Agência 722 LAB/Divulgação/JCA marca Traçado nasceu em Erechim em 1995, a partir do grupo Andretta. No início das atividades, atuava com pequenas obras de pavimentação. Hoje, a empresa opera em todo o País, com clientes públicos e privados. A Traçado presta serviços para mais de 20 concessionárias e 100 prefeituras.
Essa clientela engloba todos os quatro segmentos de atuação da empresa: distribuidora de asfalto, concreto e argamassa, obras e transporte. A sede administrativa está localizada no Distrito Industrial de Erechim. No entanto, a empresa conta com uma fábrica do segmento da distribuidora de asfalto em Passo Fundo, uma na cidade de Betim, em Minas Gerais, e outra em Pindamonhangaba, no estado de São Paulo. Nesses casos, trata-se do produto líquido, que será vendido para outros estados ou transformado em asfalto para a aplicação em estradas.
Para isso, a empresa conta com usinas em Erechim, Passo Fundo, Cachoeirinha, Soledade e Nova Prata. Ainda, a Traçado possui usinas de concreto em Tapejara e Erechim, onde também funciona a fábrica de pré-fabricados.
Para manter todo esse potencial e diversificação, a empresa conta com aproximadamente 800 funcionários. Além de trabalhar com produtos para pavimentação, a Traçado é responsável por grandes obras em todo o País. Já concretizou, por exemplo, pontes e viadutos em estados como no Paraná e Minas Gerais. Também, no setor de obras industriais, foi encarregada da construção da garagem em pré-moldado do estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Ainda teve atuação de importantes obras viárias nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Segundo Alessandro Emilio Valmorbida, gerente de operações da Distribuidora de Asfalto da Traçado, a empresa experimentou um grande crescimento a partir de 2019, justamente em virtude do início das operações da distribuidora. Hoje, entretanto, os principais projetos da Traçado estão fora da cidade de Erechim.
"No município e região, nós temos obras de estradas, principalmente. São inúmeras obras, atendemos vários municípios a nossa volta. Também vendemos o produto líquido para as cidades próximas. Para Erechim, em específico, nossa principal atuação é na parte de concreto e argamassa", esclarece Valmorbida.
Uma das principais obras do Norte do Estado está a cargo da empresa. Trata-se da ponte sobre a barragem do rio Passo Fundo, entre Campinas do Sul e Ronda Alta. A ponte é aguardada há mais de 50 anos pela população da região Norte. Hoje, a travessia entre as duas cidades é feita apenas através de balsa.
"É uma obra grande, muito importante, que vai atender a região. É uma passagem que as pessoas precisavam muito", afirma Valmorbida. A mais importante obra da Traçado, contudo, está localizada em Porto Alegre. Isso porque a empresa tem atuado na recuperação do Aeroporto Salgado Filho, comprometido pelas enchentes de maio.
"Essa é a grande obra. Já atuamos com alguns aeroportos, até mesmo em Porto Alegre. Mas essa, como está relacionada com o processo de retomada do aeroporto, porque é um terminal internacional, podemos dizer que é uma obra de importância global", reitera.
No Salgado Filho, a Traçado atua nas obras de drenagem e recuperação da pista de pouso e decolagens, além do pátio das aeronaves. Para isso, são necessários mais de 60 equipamentos e, pelo menos, 120 profissionais.
Segundo Valmorbida, "a obra está no início, dentro do planejado. Ela tem etapas de pistas testes, porque o tipo de obra exige, por questões de segurança. É algo muito sério, porque a forma como o veículo chega na base do asfalto é uma forma muito mais agressiva do que um carro andando na estrada, então ela requer condições especiais".
Para o gerente de operações, obras como essa mostram a força de empresas erechinenses. "O que eu sinto é que algumas empresas grandes do setor, como a Traçado, a Viero, a Erenge, por exemplo, são empresas que, via de regra, são fortes a nível nacional, não só no município. Elas estão sediadas em Erechim, mas muitas coisas que elas fazem têm o foco no Brasil".
Falta de mão de obra preocupa diferentes setores da economia
Basta andar pelas ruas de Erechim para perceber que há muitas obras em andamento e novos prédios tomando forma
/PREFEITURA MUNICIPAL DE ERECHIM/DIVULGAÇÃO/JCAlessandro Emilio Valmorbida, engenheiro civil e professor do colegiado do curso de arquitetura da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), percebe um grande crescimento no setor de construção civil no município do Alto Uruguai.
"Em termos de construção, basta andar na rua, na cidade. Dá para ver claramente como tem muitas obras em andamento e, de fato, muitos prédios. Na Traçado, nós vemos essa parte do aquecimento pela concreteira, que vende o concreto para essas obras. Nesse sentido, sem dúvidas, a construção civil está muito boa".
Além de engenheiro civil, gerente de operações da distribuidora de asfalto da Traçado, Valmorbida também é professor universitário das disciplinas nos cursos de Engenharia Civil e Agronomia. Para ele, o crescimento do setor é também oriundo dos profissionais formados pelas universidades da região.
"Têm se formado ótimos profissionais e o reflexo disso nós temos percebido na mudança arquitetônica da cidade. Hoje, nós vemos edificações muito mais bonitas. E eu falo como engenheiro, sabendo que a gente não tem o traço igual ao do arquiteto. Hoje, nós olhamos e vemos os edifícios com formas, com a parte interna, a iluminação, toda essa parte arquitetônica tem se destacado justamente porque têm se formado bons profissionais", considera o professor.
O grande desafio do setor, segundo Valmorbida, é a falta de mão de obra. "Tem emprego em Erechim, mas as pessoas precisam vir. Erechim é uma cidade muito bonita e bem estruturada".
A ausência de mão de obra parece ser um consenso. As vagas de emprego em aberto foram citadas pela maioria dos entrevistados para a produção desta reportagem.
A preocupação é justificada: em julho, segundo dados da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) e o Sistema Nacional de Emprego (Sine), Erechim somava 3,3 mil vagas de trabalho em aberto, o maior número de todo o Estado.
Essa dificuldade afeta diretamente os setores industriais e da construção civil, ambos responsáveis por um impacto significativo na economia da cidade.
"Nós mapeamos a questão da escassez da mão de obra. Muitos desses projetos aprovados ainda não foram executados. Conseguimos fazer o acompanhamento de quantos projetos entram por mês no município. Percebemos que, agora, talvez pelo período eleitoral ou por outros motivos, talvez pela própria escassez de mão de obra, há construtoras reservando obras para serem iniciadas para daqui a dois anos", assinala o secretário de Obras, Habitação, Segurança e Proteção Social de Erechim, Rafael Colet. O secretário reforça, ainda, a importância da construção civil para a economia municipal.
"Se fizermos um cálculo básico, por exemplo, esse total de 1,592 milhão de metros quadrados liberados em 42 meses, considerando o dado do CUB médio, que está R$ 2.857,44 por metro quadrado, isso dá cerca de R$ 4,5 bilhões impactando a economia do município. Sem falar em tudo o que impacta ao redor, como rede de móveis, a concreteira, a prestação de serviço. Então, o grande salto positivo é em função da aprovação dos projetos, porque é dinheiro entrando e girando a economia. Muito disso é demonstrado por esses números", destaca.
Crescimento registrado nos últimos anos atrai investidores de fora da cidade
Empresas & Negócios - especial construção civil Erechim - Loteamento Bela Colina Construtora Fiebig - Agência 722 LAB
/Agência 722 LAB/Divulgação/JCPara o secretário de Obras, Habitação, Segurança e Proteção Social de Erechim, Rafael Colet, o desenvolvimento no setor da construção civil é perceptível pelo interesse das empresas de fora da cidade. "Estão vindo mais investidores, mais empresas querendo entender e se instalar no município, então a cidade está se desenvolvendo muito bem nesses últimos anos", ressalta Colet.
Conforme o empresário Gilmar Fiebig Filho, Erechim limitou o seu desenvolvimento por conta de sua posição geográfica, entre Chapecó e Passo Fundo, duas grandes potências econômicas do Interior da região Sul. Além disso, aponta a falta de representantes federais como um empecilho para o desenvolvimento do município. Para ele, a alteração no plano diretor foi fundamental para a retomada dos investimentos, uma vez que a antiga legislação era limitante.
"O que começou a acontecer é que, como tem muito empresário forte aqui, se investia em Passo Fundo, Chapecó, Camboriú, Itapema. Esse pessoal começou a investir aqui, porque o plano diretor se tornou mais permissivo", aponta.
Entretanto, para o diretor da construtora Fiebig, Erechim ainda comporta menos pessoas do que sua estrutura permite, o que acaba limitando o crescimento e o desenvolvimento da cidade.
"Eu escuto muito que falta 20 mil pessoas em Erechim. É uma região muito rica. Falta um pouco de público para ter mais mercado, para conseguir vender mais coisas diferentes. Porque o mercado como um todo gira por si só. Tendo mais gente tem mais apartamento, tem mais emprego no bairro, mexe com a padaria, com a fruteira, com o cabeleireiro, com tudo", pontua.
No entanto, a perspectiva é de que a construção civil mantenha o bom ritmo. Só no novo Distrito Industrial, quase a metade das empresas autorizadas ainda não iniciaram as obras de instalação.
Além disso, para o próximo ano, há a previsão de um novo distrito para micro e pequenas empresas, a poucos metros do Distrito Industrial Giácomo Madalozzo. A área de 66 mil metros quadrados será capaz de comportar 32 lotes de até 1.500 metros quadrados.
*Gabriel Eduardo Bortulini é graduado em Jornalismo pela UFSM e tem mestrado e doutorado em Escrita Criativa pela PUCRS. É um dos fundadores da Oxibá Casa da Escrita, onde trabalha com leitura crítica e lapidação de textos. Tem textos publicados em jornais, livros e revistas. "Refúgio para bisões", seu romance de estreia, conquistou o terceiro lugar no prêmio Biblioteca Digital do Paraná e foi publicado pela Matria Editora, em 2024.