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Publicada em 05 de Julho de 2024 às 17:59

Os 10 mandamentos do tubarão das franquias

Jurado do Shark Tank Brasil, José Carlos Semenzato dá dicas para quem pretende ingressar no franchising

Jurado do Shark Tank Brasil, José Carlos Semenzato dá dicas para quem pretende ingressar no franchising

José Carlos Semenzato/arquivo pessoal/jc
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José Carlos Semenzato
José Carlos Semenzato
Empresário,jurado do Shark Tank Brasil
Um dos protagonistas do programa Shark Tank, do canal Sony, o empresário José Carlos Semenzato é um dos maiores nomes do franchising nacional. Fundador do Grupo SMZTO, que mantém investimentos em 15 redes de franquias - dentre elas OdontoCompany, Espaçolaser e Oakberry -, o tubarão defende o franchising como uma alternativa mais segura para os empreendedores de primeira viagem.
Afinal, ao investir em uma franquia, em vez de precisarem construir um empreendimento do zero, os novos empresários apostam em um negócio testado, aprovado e consolidado no mercado. Além disso, desde o momento da implantação da unidade contam com o suporte da franqueadora em todas as áreas relativas à operação - treinamento, gestão, finanças, marketing, logística etc.
Mesmo assim, adverte Semenzato, para ser bem-sucedido os empreendedores precisam ser determinados e disciplinados. A seguir, confira 10 dicas do tubarão para quem pretende investir em uma franquia:
1 - Tenha cautela antes de assinar contrato: Antes de assinar contrato com uma franqueadora, o foco total do investidor deve ser no seu plano de negócios e nas visitas a franqueados novos e maduros da rede. Será nesses contatos que ele irá obter informações relevantes para que se sinta seguro em prosseguir. Se os atuais franqueados não estão satisfeitos, talvez seja um sinal de alerta para que o potencial franqueado reveja sua intenção de investir naquela marca.
2 - Não dê um passo maior do que a perna: O candidato precisa necessariamente ter o capital exigido para executar o plano de negócios. Não pode haver improviso. Esse pode ser um erro fatal, que muitas vezes pode inviabilizar a implantação de forma plena do negócio.
3 - Invista em uma área com a qual tenha afinidade: Ao se escolher uma rede de franquias, o primeiro ponto a ser analisado é a afinidade do candidato com o ramo do negócio. Antes de mais nada, tenha certeza de que o segmento de negócio no qual pretende investir é algo com o qual você tenha algum nível de afinidade.
4 - Metade do seu sucesso depende de você: Quando um negócio se torna franquia, ele já está consolidado. Assim, ao adquirir uma franquia, o empreendedor compra 50% do sucesso. Os outros 50% dependerão de sua capacidade e do seu empenho na implantação do negócio.
5 - Seja dedicado e disciplinado: Parece simples, mas muitos candidatos não possuem a disciplina de abraçar fielmente o que o franqueador recomenda. Assim, tentam criar novos modelos de gestão, quebrando a cara na maioria das vezes para depois descobrirem que o segredo estava no know-how do franqueador que eles haviam negligenciado.
6 - Busque a excelência: O empreendedor deve ter a noção de que precisa perseguir a perfeição em tudo o que fizer. Em qualquer área - e não apenas no empreendedorismo -, quem sonha em vencer precisa, permanentemente, buscar a excelência.
7 - Divida para multiplicar: Quando fundou a rede de cursos profissionalizantes Microlins, mesmo sem conhecer o mundo do franchising, Semenzato se uniu a alguns sócios já no primeiro ano do negócio. "Ao oferecer 50% para esses sócios operadores nas unidades regionais, consegui capitalizar melhor o negócio com novas injeções de recursos", conta o tubarão.
8 - Forme equipes com pessoas melhores do que você: "O mundo seria bem melhor se todos os líderes empresariais exercitassem a formação de pessoas, preparando-as para tomarem o seu lugar em algum momento", diz Semenzato. "O problema está no fato de a maioria dos empresários bem-sucedidos não formar novos líderes, não transmitir conhecimentos e, desta forma, não aparelhar os promissores talentos para assumirem papéis de protagonismo na gestão de seus respectivos empreendimentos".
9 - Nunca se acomode: "A ânsia de buscar novas conquistas e a disposição de aprender sempre mais estão entre os principais segredos do sucesso no empreendedorismo", afirma Semenzato. "Não se acomode. À medida que os desafios e metas forem sendo atingidos, estabeleça novos alvos".
10 - Mantenha a mente aberta: Para Semenzato, ter a mente aberta para o novo faz parte do DNA do empreendedor de sucesso. "No empreendedorismo, a vontade de aprender é fundamental para que se consiga acompanhar as tendências de cada segmento. Aprimorar-se constantemente é adaptar-se em tempo real às novas exigências do mercado e, com isso, não apenas sobreviver, mas até mesmo antever movimentos e desta forma caminhar à frente dos concorrentes", argumenta.

Desafios sociais em tempos de crise e as necessidades interseccionais

Luciana Cattony e Susana Sefidvash Zaman
Fundadoras da Maternidade nas Empresas, consultoria especializada em equidade de gênero
A escritora e ativista política Simone de Beauvoir dizia que "basta uma crise política, econômica ou religiosa, para que os direitos das mulheres sejam questionados". Depois de muitos anos que essa célebre frase foi dita pela primeira vez, pouca coisa mudou, já que as vulnerabilidades em situações de crise seguem acontecendo e são resultado de uma complexa intersecção de desigualdades, desafios econômicos e barreiras culturais. A sociedade foi construída com políticas e práticas elaboradas predominantemente por homens brancos que priorizam o seu benefício imediato, e muitas vezes desconsideram as necessidades de outros grupos, o que fez com que mulheres e crianças vivessem sempre à margem.
A tragédia que está acontecendo no Rio Grande do Sul exemplifica como os desastres evidenciam e, inclusive, aumentam as desigualdades sociais, perpetuando um ciclo de pobreza e vulnerabilidade contínuo, especialmente em grupos marginalizados. Nos abrigos que visitamos, observamos que, enquanto algumas pessoas eram ouvidas e atendidas em suas necessidades e privilégios, outras — como mulheres negras e trans —, sofriam negligências, enfrentando dificuldades até para acessar itens básicos, como shampoo ou banheiro privativo. Essa falta de escuta ativa, atenta e empática por parte de quem está ajudando, seja governo ou voluntários, alerta para o despreparo com que lidamos com desafios sociais, principalmente em momentos de calamidade, quando se trata de gênero e classe.
Outro exemplo claro foi o que vivemos durante a pandemia de COVID-19, quando as mulheres foram as que mais deixaram seus empregos, de acordo com dados divulgados em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Elas frequentemente assumem a responsabilidade principal pelo cuidado da família e, após as enchentes no Sul do país, essa carga tende a aumentar devido à necessidade de cuidar de crianças, idosos e doentes, além de reconstruir e limpar suas casas.
Assim como a exclusão feminina do mercado de trabalho, com a justificativa de que elas engravidam, a crise climática que estamos vivendo reflete um pensamento imediatista e a busca pelo lucro a qualquer preço — o que faz com que, muitas vezes, as políticas sejam elaboradas sem considerar a sustentabilidade a longo prazo. Um exemplo é a licença paternidade, que oferece apenas cinco dias de abono pelo nascimento de um filho ou filha, fomentando e perpetuando a sobrecarga sobre mães, e ampliando as desigualdades de gênero.
A solidariedade do coletivo, tem se tornado um grande impulso para aqueles que vão precisar recomeçar. As nações precisam ver o futuro da humanidade como projeto social, sendo uma responsabilidade coletiva que inclui famílias, agentes privados e públicos, instituições e a comunidade, visando amparar as próximas gerações, além de formar melhores cidadãos, eleitores e profissionais.
Passou da hora de reconhecermos o novo momento mundial e entendermos que o cuidado, em todos os sentidos, é o melhor caminho para prosperar. Isso começa na valorização do ser humano em detrimento do lucro imediato, olhando principalmente para as necessidades de cada grupo. Diante deste cenário, temos a oportunidade de refletirmos sobre os nossos esforços e, dessa maneira, sairmos mais fortalecidos, com um olhar empático e cuidadoso. Para isso, é fundamental que as políticas públicas reconheçam as particularidades da sociedade, garantindo que ninguém seja deixado para trás.
 

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