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Publicada em 28 de Junho de 2024 às 18:26

O resgate da imagem dos fundos previdenciários

Filipe Jeffman dos Santos
* Diretor de Investimentos da RS-Prev

Crédito da foto: Maicon Hinrichsen/Critério

Filipe Jeffman dos Santos * Diretor de Investimentos da RS-Prev Crédito da foto: Maicon Hinrichsen/Critério

Maicon Hinrichsen/Critério/JC
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Filipe Jeffman dos Santos
A desconfiança dos brasileiros em relação à previdência é um tema complexo e multifacetado. Historicamente, essa incerteza pode ser atribuída a uma série de fatores, como situações relacionadas à previdência pública (INSS) e suas reformas, e os baixos retornos dos fundos privados (PGBL/VGBL).
A desconfiança dos brasileiros em relação à previdência é um tema complexo e multifacetado. Historicamente, essa incerteza pode ser atribuída a uma série de fatores, como situações relacionadas à previdência pública (INSS) e suas reformas, e os baixos retornos dos fundos privados (PGBL/VGBL).
Gerida pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a previdência pública no Brasil enfrenta desafios significativos. O envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida criaram um cenário no qual poucos trabalhadores ativos sustentam muitos aposentados, gerando uma consequente pressão sobre o sistema previdenciário e sobre a viabilidade do modelo vigente. Atualmente, existem mais de 23 milhões de aposentados no Brasil - e quase 70% dos municípios dependem dos benefícios pagos pelo INSS.
Em 2019, a reforma previdenciária trouxe mudanças importantes, como a alteração da idade mínima de aposentadoria (62 anos para mulheres e 65 anos para homens) e do tempo mínimo de contribuição (15 anos para mulheres e 20 anos para homens). Essas modificações visavam equilibrar as contas públicas e garantir a solvência do sistema no longo prazo. Mesmo assim, apenas cinco anos depois, ao analisar a relação entre receitas e despesas do sistema previdenciário, percebe-se que novos ajustes são vitais para garantir a sustentabilidade do modelo.
No setor privado, as altas taxas administrativas e a baixa diversidade de produtos existentes podem ser apontados como alguns dos motivos que colaboraram para a percepção negativa dos produtos de previdência até pouco tempo atrás. No entanto, o recente crescimento das instituições e da concorrência no mercado financeiro trouxe benefícios para a população, como a diminuição dessas taxas e novos perfis de fundos previdenciários.
A introdução de tecnologias e a digitalização dos serviços financeiros têm facilitado o acesso e a gestão dos planos de previdência privada. As plataformas digitais permitem que os investidores acompanhem seus investimentos em tempo real, façam ajustes conforme necessário e tenham acesso a informações e ferramentas educacionais. Essa notável evolução do setor e a facilidade de acesso à informação por meio das redes sociais ajudaram a resgatar a imagem dos fundos previdenciários. Ainda assim, é claro, segue existindo espaço para maior difusão dessas informações.
Diante da incerteza que o modelo de previdência pública ainda representa para a população, é extremamente salutar a consolidação dos modelos de previdência privada, bem como a proliferação de conteúdo de educação financeira ao grande público. Dado o baixo nível histórico de poupança do país, é fundamental o incentivo ao investimento de caráter de longo prazo, como é o caso previdenciário.
A educação financeira é crucial para que os cidadãos possam tomar decisões informadas sobre seus investimentos. Só assim será possível ampliar a conscientização sobre a importância de poupar e de investir para o futuro, garantindo uma aposentadoria mais segura e confortável.

O potencial da IA Generativa para transformar o futuro de bancos e seguros

Por Tushar Parikh, Sub ISU Head BFSI-US SE & LATAM da TCS.

Por Tushar Parikh, Sub ISU Head BFSI-US SE & LATAM da TCS.

Tushar Parikh/arquivo pessoal/jc
O surgimento da GenAI expandiu as capacidades da IA com potencial para uma maior diferenciação nas cadeias de valor bancárias, de serviços financeiros e de seguros, gerando eficiências e experiências significativas para as empresas. Todas as decisões baseadas na IA devem ter um bom nível de validação e transparência, com requisitos regulamentares, de conformidade e de privacidade de dados considerados nas fases iniciais de desenvolvimento. Muitas organizações bancárias, de serviços financeiros e de seguros (BFSI) estão extraindo benefícios significativos a partir das experiências com as novas tecnologias de IA.
No estudo TCS 2023 Global Cloud, 82% dos entrevistados do BFSI disseram que aumentaram os investimentos em inteligência artificial e machine learning nos últimos dois anos e 87% afirmaram que planejavam investir em IA/ML nos próximos dois anos. As empresas têm tradicionalmente adotado a análise de dados enquanto são fortemente protegidas pela conformidade e pelos regulamentos, e o efeito é visível na forma como a IA tem sido utilizada até agora. Nos últimos cinco anos, a IA preditiva, com suas capacidades de modelação, tem sido aproveitada como uma alternativa aos modelos analíticos tradicionais.
Temos uma série de estudos sobre iniciativas GenAI em empresas desses segmentos para compreender a maturidade da adoção e o potencial de negócios. Os objetivos podem ser classificados em duas grandes categorias: melhorar a experiência do cliente e a eficiência operacional. Áreas como assistência virtual, simplificação de processos e atendimento personalizado registraram o maior número de iniciativas, seguidas por precisão de decisões, detecção de fraudes, consultoria financeira automatizada e conformidade. Um potencial comercial significativo é visto na simplificação de processos, atendimento personalizado, consultoria financeira automatizada e monitoramento de conformidade.
Para as empresas BFSI, as oportunidades são enormes, incluindo aumento da produtividade da força de trabalho e eficiência do local de trabalho por meio de ferramentas inteligentes de IA, que agem diretamente nos processos de negócios e nas operações de back-office. A experiência do cliente pode ser melhorada com personalização nas interações e na associação entre segmentos e canais. As vendas e serviços podem identificar dados personalizados que influenciam nas decisões do cliente.
Com a crescente adoção da GenAI, as instituições financeiras serão capazes de ir além das interações automatizadas e intercalar a IA nos maiores fluxos de valor bancário e nas jornadas dos clientes. Recursos como campanhas hiper personalizadas podem enriquecer a experiência e o envolvimento do cliente. Nos mercados de capitais, uma combinação de IA e GenAI trará novos benefícios, como gestão de conhecimento, geração de conteúdos e criação de dados assertivos.
A adoção da IA acelerará ainda mais o impacto também no setor de seguros. Os grandes modelos de linguagem (LLMs) têm o potencial de transformar a cadeia de valor do seguro, desde ajudar agentes e corretores até segurados e manipuladores de sinistros. A transformação de processos é um dos maiores benefícios para as transportadoras. É importante notar que, em todas as áreas, as tecnologias inteligentes irão ajudar os seres humanos e não os substituir. A IA irá capacitá-los a tomar decisões estrategicamente melhores e a inovar verdadeiramente.
Investimentos estratégicos em nuvem, infraestruturas avançadas de gerenciamento de dados e aplicativos especializados em IA na última década abriram o caminho para a próxima onda de transformação para as organizações BFSI. Mas, agora, elas devem ir além para transformar todo o potencial da IA preditiva e generativa em realidade a favor dos negócios e da jornada dos clientes.
 

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