Um ponto levantado pelos prefeitos do Litoral é que os indicadores do IBGE não identificam as longas permanências - espontâneas ou forçadas, como no caso da enchente - nem a rapidez com que a região ameaça crescer a cada vez que serve de refúgio, durante um veraneio ou fora dele.
O Censo acontece a cada 10 anos. A pandemia de Covid-19 adiou o levantamento previsto para 2020 e, no ano seguinte, não houve pesquisa em virtude da contenção de gastos. Assim, os resultados mais recentes do censo demográfico são de 2022 e só começaram a ser divulgados em junho do ano passado. Os dados ajudam a qualificar a gestão no País, na medida que servem de parâmetro para a implantação de políticas públicas.
Conforme a pesquisa, a população do Litoral Norte cresceu significativamente desde 2010 (ano do levantamento anterior): aumento de 23,3%, considerando as 23 cidades que compõem a Associação de Municípios do Litoral Norte (Amlinorte). Enquanto isso, a população do Estado aumentou apenas 1,7%. Pelo censo mais recente, os moradores do Litoral Norte representam 3,8% do total de do Rio Grande do Sul.
Outra informação que chama a atenção é que o Litoral do Estado é campeão em "domicílios ocasionais". Seis entre os 10 municípios com maior percentual de domicílios de uso ocasional ficam na região, incluindo os quatro primeiros na lista: Arroio do Sal, Xangri-Lá, Cidreira e Palmares do Sul. Balneário Pinhal e Imbé aparecem em sexto e sétimo lugares, respectivamente. De acordo com o IBGE, o domicílio ocasional é o particular permanente que, na data de referência, servia ocasionalmente de moradia. Ou seja, são aqueles usados para descanso de fins de semana, férias ou outro fim, mesmo que, na data de referência, seus ocupantes ocasionais estivessem presentes.