Estado tem faturamento anual na ordem de R$ 1 bilhão, representando algo como 4% do total nacional, que superou a casa dos R$ 26 bilhões em 2023 e projeta alta de 7% para este ano. Empresas vislumbram mercado gaúcho com relevante potencial de crescimento.
"É um estado com potencial de expansão na atividade", diz Ambra
Abióptica/divulgação/jcEstimativas de organizações empresariais são de que a indústria de cuidados oftalmológicos e de óculos teve faturamento superior a US$ 182 bilhões em 2023, com expectativa de crescimento nos próximos anos. A expansão é atribuída ao envelhecimento da população, aumento da incidência de doenças, como miopia e presbiopia, e a necessidade crescente de correção ocular em razão de consumidores de todas as idades gastarem mais tempo na frente de dispositivos digitais. De acordo com estas mesmas estimativas, o Brasil é o sétimo mercado no ranking dos 10 maiores do mundo, que tem a liderança dos Estados Unidos.
De acordo com a Abióptica (Associação Brasileira da Indústria Óptica), o setor consolidou, no ano passado, R$ 26 bilhões de faturamento, com expectativa de crescimento de 7% em 2024. O Rio Grande do Sul é o sexto maior mercado entre os estados, com faturamento na casa de R$ 1 bilhão. O segmento é formado, essencialmente, por óticas, com cerca de 2,8 mil empresas, responsáveis por 7 mil empregos. "É um estado com potencial de expansão na atividade", projeta Ambra Nobre Sinkoc, diretora executiva da entidade.
A executiva recorda que a atividade é um setor de bens duráveis, que sofreu muito com a pandemia da covid-19. A receita mensal, entre janeiro e abril de 2020, caiu de R$ 2,2 bilhões para R$ 430 milhões. "A impressão era de que todos fechariam. A solução foi fazer os governos entenderem que éramos atividade essencial, porque as pessoas precisavam manter a saúde visual, o que garantiu a abertura das lojas", recorda.
Ao longo dos demais meses, o setor iniciou a retomada das vendas e a curva ascendente se manteve nos anos seguintes, o que permitiu recuperar o faturamento pré-pandemia. Até 2014, a atividade evoluiu dois dígitos anuais. Desde então, com exceção dos anos críticos da pandemia, mantém alta na faixa de 7% a 8%.
De acordo com Ambra, o setor é diferenciado porque atua com duas vertentes importantes, que são a saúde visual e a moda tendência. Também contribuiu na recuperação o fato de as pessoas terem se conectado mais na pandemia, o que levou à percepção de que não enxergavam tão bem assim. "As pessoas optaram por trocar seus óculos por lentes melhores, colocar filtros e aproveitar as tecnologias oferecidas, o que fez o varejo iniciar uma transformação e a oferecer experiências ao consumidor. O setor se diferenciou e há uma mudança de cultura em andamento. Não se trata de uma bolha", afirma. Ela define a pandemia como um ponto de referência do que está acontecendo com o setor, que é um dos que mais está mudando.
Outro investimento foi na capacitação do quadro de colaboradores para vender as novas tecnologias ao consumidor mais conectado. Para Ambra, o varejo também precisa levar a experiência do virtual para dentro da loja. Da mesma forma preocupar-se com o perfil do público a ser atendido, com ênfase naquele formado por mais de 156 milhões de brasileiros com rendimentos de até três salários mínimos. "O atendimento de qualidade não pode se restringir ao cliente da parte de cima da pirâmide, onde está o ticket de valor mais elevado. Precisa oferecer o serviço de visagismo, fundamental na escolha dos óculos. Quando bem escolhidos, os óculos também ressaltam a beleza natural da pessoa", salienta.
A avaliação da executiva é de que o setor tem potencial grande de crescimento. Fundamenta a afirmação em dado da Organização Mundial da Saúde, que aponta para a necessidade de alguma correção visual por 50% da população. No Brasil, em números absolutos, seriam em torno de 102 milhões de pessoas.
Outro dado que reforça a expectativa é que 12% da população infantil do mundo necessita usar óculos. Esta condição está diretamente relacionada à pandemia, quando as crianças tiveram pouco tempo ao ar livre e não exercitaram a visão para longe, que se desenvolve do zero aos sete anos. "Se a criança não brinca em algum lugar que ela enxerga de longe, ela não desenvolve a visão para longe. Então, vamos ver agora uma pandemia de crianças míopes. Felizmente, com tratamento, dá para diminuir a doença", estima.
Ambra cita que, a pedido da entidade, o IBGE inseriu em pesquisa uma pergunta sobre quantas pessoas na família tinham algum problema de visão. O número chegou a 81 milhões. A segunda pergunta era se desses que relatam doença quantos usam óculos: apenas a metade.
Para ela, esta situação exige mudanças na forma de encaminhar o tratamento por meio da receita oftalmológica. "Atualmente, o consumidor precisa ir à loja até três vezes para receber os óculos. É preciso investir em tecnologias, que facilitem a vida do consumidor, e reduzam esta jornada longa", argumenta.
Ambra também adverte para problema intrínseco à segunda questão, quando a pessoa não percebe a doença visual. Segundo ela, em outras patologias há sinais mais evidentes, que levam o paciente a procurar um médico. "No caso da visão, isto é pouco comum. O trabalho preventivo poderia ser iniciado nas escolas por meio de observações", sugere. Também comentou que a maior causa de cegueira no mundo é o erro refrativo, ou seja, o uso de óculos com grau errado, adquirido em farmácias ou de ambulante. Outro alerta é sobre a utilização de óculos de sol sem filtro, que leva a queimaduras na retina, que pode ser determinante para uma cegueira.
Feira gerou mais deR$ 1 bilhão em negócios
Expo Óptica recebeu perto de 20 mil visitantes durante quatro dias e promoveu jornadas de capacitação
Expo Óptica/divulgação/jcA Abióptica, que tem 26 anos de atividades, representa a cadeia da indústria óptica, incluindo fornecedores, distribuidores e importadores, sem agregar o varejo. Tem a representatividade de mais de 95% de todas as marcas comercializadas no Brasil, que são mais de 5 mil, divididas entre armações, lentes, óculos de sol, equipamentos, acessórios e fornecedores, incluindo softwares e seguros.
Para aproximar a cadeia do varejo, a entidade realiza anualmente a Expo Óptica, exclusiva para exposição de produtos e serviços dos associados. Na edição deste ano, realizada em abril, em São Paulo, os negócios somaram R$ 1 bilhão, alta de 15% sobre a realizada em 2023. O evento recebeu mais de 19 mil visitantes, 11% superior a 2023. "A expectativa foi superada, o que mostra o crescimento constante do setor óptico e consolida a exposição como gerador de negócios", comemora Ambra Nobre Sinkoc.
A jornada de capacitações oferecida em 2024 foi maior que na feira anterior. Em 2023, o evento teve 23 palestras, oficinas e workshops em um auditório com 90 lugares. Na Expo Óptica 2024 foram realizadas 32 capacitações em um espaço com capacidade para 140 pessoas. Ao final, o espaço teve a presença de cerca de 2.608 participantes, mais de 10% do público total presente ao evento. "Essa quantidade mostra o quanto os lojistas se interessam por adquirir conhecimento, pois a cada ano, quanto mais informação disponibilizarmos, mais interessados temos", explica.
Martinato soma mais de um século no mercado
Empresa caxiense atua em toda a cadeia por meio máquinas e acessórios para manufatura de lentes e armações
Martinato Máquinas/divulgação/jcPróxima de completar 113 anos de existência, a Martinato é pioneira no segmento óptico no Brasil, com atuação em toda a cadeia por meio de máquinas e acessórios para manufatura de lentes e armações, além de equipamentos para exames de refração que visam identificar possíveis doenças de visão. Esta linha, introduzida em 2009, é testada e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e certificada pelo Instituto Nacional de Metrologia. A empresa tem o Brasil como seu principal mercado, oferecendo produtos desenvolvidos internamente e parcela significativa de importados, que são montados na estrutura de 4 mil m² localizada em Caxias do Sul.
Júlia Martinato, diretora de marketing e produto, argumenta que a importação é mais representativa em função das poucas alternativas no mercado nacional e pelo custo de produção interna. Exemplificou que estudo feito junto a parceiros europeus para viabilizar a produção localmente revelou que importar seria mais barato. "A gente traz componentes, ajusta o que é preciso aos padrões nacionais e monta", explica. Além de sua gama de produtos, também representa marcas de diferentes nacionalidades.
O desenvolvimento próprio tem como principal referência a participação em feiras para entender as tendências de mercado e prospectar possibilidades. Júlia define como complexo o mercado na industrialização, que exige avaliação constante e compra de equipamentos de fornecedor confiável. "Temos valores alocados para manutenção de desenvolvimentos permanentes", observa. Sem planos de expansão da fábrica no momento, o principal investimento da Martinato tem sido na atualização de equipamentos e no treinamento de funcionários de forma a reter um quadro qualificado e técnico.
A empresa também tem atuação externa, atendendo clientes no Uruguai, Argentina, Paraguai e Estados Unidos. De acordo com a executiva, não há planos de expansão das exportações, ainda não relevantes na receita da companhia, em razão do mercado nacional apresentar muitas oportunidades de crescimento. Adiciona o fato de as vendas externas serem complexas em função de legislação e de custos. "Com as taxas aplicadas sobre as exportações, o produto nacional perde competitividade diante de outros potenciais concorrentes, como a China", explica.
A integrante da quarta geração da empresa familiar salienta que o mercado nacional é acirrado e exige atenção especial. Explica que um dos problemas mais críticos está no comportamento do cliente, que raramente frequenta uma ótica com assiduidade. "Normalmente é uma só compra anual. E boa parte do varejo tem dificuldade de administrar este ciclo de venda longo, o que leva ao fechamento de muitas lojas. De outro lado, também é grande a chegada de novas operações", avalia. O mercado de refração passa por situação semelhante, com a chegada de novos profissionais e abertura de consultórios.
De acordo com a executiva, mesmo não tendo fechamento completo durante a pandemia da covid-19, o setor óptico sofreu muito com queda significativa de receita para toda a cadeia. A Martinato só conseguiu recuperar os valores de 2019 no ano passado. Segundo ela, é difícil fazer estimativas para o mercado. Primeiro, o varejo sofre com a baixa frequência anual do cliente. Já o mercado de máquinas e equipamentos, que tem menor expressão no faturamento do setor, enfrenta o desafio da vida longa do produto.
A pandemia também trouxe o aumento exorbitante dos custos com insumos, o que afetou o preço final de venda, ao qual o mercado reagiu e não aceitou repasses. "Foi preciso tornar o processo mais enxuto, sem perder qualidade, e trabalhar com margens menores", explica a diretora. Acrescenta que a Martinato atua junto a uma parcela de mercado que não busca preço, mas produtos com qualidade para melhor atender o cliente e agregar valor. Mercado este também disputado por marcas internacionais, boa parte com estruturas próprias no Brasil.
Protus avalia instalação de escritório em Porto Alegre
Rui Lima Jr. espera dobrar vendas da empresa no Estado
Protus Group/divulgação/jcPlataforma criada em 2019 para o desenvolvimento e a distribuição de marcas de óculos nacionais e internacionais, a Protus Group tem análise já avançada para a implantação, em Porto Alegre, de um escritório comercial. Rui Lima Jr., CEO da companhia, estima que a estrutura inicie as operações no próximo ano.
De acordo com o executivo, até o ano passado, a participação do Rio Grande do Sul na receita da companhia era pequena, na casa dos 5%, pois até então o produto oferecido era o de luxo, para um público bem definido dentro do estado e com foco maior em Porto Alegre. Com a recente agregação da marca Kering Eyewear ao portfólio, a meta é duplicar, elevando para 10% a 12% a participação gaúcha nos negócios. "Passamos a ser o novo distribuidor exclusivo da marca no Brasil", informa.
O CEO assinala que a Kering introduz um produto fashion ao portfólio, com preço mais interessante ao consumidor brasileiro, na faixa de R$ 2 mil a R$ 4 mil. "A intenção é atender uma parcela bem maior de mercado. Até então, as nossas linhas estavam muito concentradas na parte de cima da pirâmide. Era preciso descer um pouco essa ponta para atender mais consumidores", enfatiza.
O executivo explica que a organização trabalhou inicialmente com 10 marcas, boa parte considerada ultra luxo. No final de 2023, iniciou tratativas com a Kering e adicionou 14 marcas com o fechamento de acordo no início deste ano. Com o portfólio anterior, a empresa trabalhava com cerca de 100 clientes, representando entre 300 e 400 pontos de venda. Com a nova parceria, a expectativa é de elevar para, pelo menos, 2 mil pontos.
Sobre o mercado nacional, Rui Lima Jr. observa que a pandemia é um divisor para a análise. Após a crise sanitária, os preços de itens importados sofreram aumento médio de 30%, impactando as vendas e abrindo um mercado que acomodou marcas brasileiras e internacionais que conseguiram se encaixar em uma faixa de preço de interesse do consumidor. O resultado foi aumento no ticket médio, com elevação do faturamento, mas redução no volume de peças vendidas. A expectativa do gestor é que em 2024 o mercado melhore, com faturamento crescendo na faixa de 5% a 10%, mas ainda com menor volume de unidades vendidas na comparação com o período pré-pandemia.
A comercialização da Protus é feita diretamente junto ao varejo por meio de representantes comerciais, além de um showroom em São Paulo. Com sede em Miami, a Protus Group tem operações diretas no Brasil e opera com parceiros estratégicos no Paraguai, Uruguai, Chile e Argentina. No Brasil está sediada em Joinville (SC) e faz parte do Ascensus Group, fundado em 2001 como resposta às crescentes demandas do comércio exterior global. O Ascensus opera em escala global e possui escritórios também na Europa e nos Estados Unidos. O executivo assegura que o objetivo é usar o conhecimento em logística internacional para oferecer uma solução ainda melhor para os lojistas, com a venda ao mesmo tempo dos produtos que estão nas vitrines do exterior.
CooperVision apresenta tecnologia inédita
Empresa levou o lançamento para a feira do setor
CooperVision/divulgação/jcUma das líderes globais no setor de lentes de contato, a CooperVision apresentou a Biofinity® Toric Multifocal, única lente de contato tórica multifocal do mercado brasileiro para atender usuários com astigmatismo e presbiopia (vista cansada), simultaneamente. Também visão excepcional para todas as distâncias: perto, intermediária e longe, algo até então inexistente no país. "É uma solução inovadora para uma parcela da população que enfrentava desafios no uso de lentes de contato", comenta Gerson Cespi, diretor-geral da CooperVision para o Brasil e de Controle de Miopia para a América Latina.
EssilorLuxottica avalia novas lojas no RS
Rede Carol é considerada a mais democrática das marcas do grupo
EssiloLuxottica/Divulgação/JCCom duas fábricas e atuação no atacado e varejo no Brasil, o grupo multinacional EssilorLuxottica é resultado da fusão, em 2018, das companhias Essilor e Luxottica, que somaram os pontos fortes individuais para explorar o potencial dos cuidados com a visão e os óculos em todo o mundo. Atualmente, é considerado líder mundial no design, fabricação e distribuição de lentes oftálmicas, armações e óculos de sol.
O grupo consolidou, em 2023, receita de 25,4 bilhões de euros, alta de 7%. Na América Latina registou 1,5 bilhão de euros, aumento de 9,9% na comparação com o ano anterior. De acordo com o balanço anual, o resultado foi impulsionado pela forte recuperação no negócio óptico no Brasil e no México.
No Brasil, as fábricas estão localizadas em Campinas (SP) para produção de armações e, em Manaus (AM), para lentes, além de um centro de distribuição, em São Paulo. "Produzimos localmente muito do que vendemos no Brasil. Temos o centro de distribuição para garantir velocidade na entrega dos produtos, algo que consideramos fundamental para o negócio", afirma Silvina Mirabella, gerente geral de varejo no Brasil da EssilorLuxottica.
O grupo tem duas divisões no Brasil: uma de atacado, que serve mais de 25 mil lojas, e outra de varejo, com cinco bandeiras: Ray-Ban, Oakley, Sunglass Hut, Grand Vision e Óticas Carol. De acordo com a executiva, o grupo tem vários projetos de expansão em andamento, decorrentes da perspectiva de que as necessidades de cuidado visuais têm aumentado muito no Brasil. "Para a Região Sul, especificamente, temos um plano arrojado de expansão de todas as bandeiras", anuncia. Segundo ela, o momento é de análise das possíveis cidades contempladas, tendo por base aspectos como número de habitantes e renda per capita, além da consulta aos franqueados atuais no interesse de ampliar as suas redes.
A rede Carol é considerada a mais democrática das marcas e, consequentemente, a mais capilar, abraçando todos os públicos. São em torno de 1,4 mil lojas, das quais 175 no Rio Grande do Sul. "O grupo tem produtos para diferentes públicos. Por isso, são permanentes os investimentos em melhorias nas fábricas e nas lojas para atender demandas e necessidades", acrescenta.
Afirma que o grupo tem muita atenção com a América Latina e com o Brasil. Ciente do potencial do mercado e da necessidade de produtos, traz coleções lançadas globalmente. "É exatamente o mesmo modelo", assegura. Tem também produtos complementares, desenhados localmente, para atender especificidades do mercado.
Silvina observa que a necessidade de saúde visual sempre esteve presente, mesmo durante a crise da covid-19. Revela preocupação com o aumento da miopia, que atribui ao uso exagerado de computador e celulares, bem como com as doenças decorrentes do envelhecimento da população. Ainda adverte para o baixo uso de óculos com proteção contra os raios UV, quando comparado com o elevado nível de sol existente no Brasil. Acrescenta que estes óculos devem ser usados diariamente e não apenas no verão. "É um mercado que vai crescer muito e para todos os modelos de óculos", projeta.
Diniz confirma expansão de franquias no Estado
Atualmente são 43 lojas no Estado e a meta da empresa é chegar próximo de 50, com alta entre 10% e 15%
diniz/divulgação/jcFundada há 32 anos em São Luís do Maranhão, a rede de óticas Diniz tem planos de aumentar no decorrer deste ano o número de franquias no Rio Grande do Sul. Atualmente são 43 lojas no estado e a meta é chegar próximo de 50, com alta entre 10% e 15%. "Estamos mapeando oportunidades para definição dos municípios que serão contemplados. Temos expectativa muito grande com estas novas operações e com as demais já existentes no estado", assinala Claudia Valerio, diretora de operações e expansão. O plano também contempla outros estados. Atualmente, a rede tem 1,2 mil lojas franqueadas, a maioria em operação no Nordeste.
A executiva entende que ainda existe espaço para crescer em Porto Alegre, mas o interior é ponto de atenção no plano. Adianta como um dos problemas para definição dos locais a dificuldade em conseguir pontos comerciais em sintonia com a política da empresa e de custos compatíveis. "Não é fácil achar ponto bom. Trabalhamos a expansão de forma muito responsável, a gente não abre hoje para fechar amanhã. Este é um dos nossos pontos de atenção", explica.
Na avaliação da executiva, o Rio Grande do Sul tem suas particularidades, as quais precisam ser respeitadas para assegurar bons resultados. "Respeitamos muito esta cultura, bem como os concorrentes e os clientes", acrescenta. Afirma que consolidar a marca no estado foi um desafio, superado a partir do entendimento do que o consumidor deseja.
Para Cláudia, não adianta crescer numa velocidade muito grande e depois fazer com que os nomes desapareçam. "Os franqueados são sempre procurados para saber do interesse em mais pontos, porque respeitamos muito quem já está na rede. A gente não fica nessa busca super incessante. Queremos abrir com coesão e responsabilidade. Mas somos arrojados nas negociações em busca de novas localizações", observa.
Ainda que confiante, a diretora comenta que também é preciso administrar o cenário econômico nacional, que ainda não é favorável. Destaca que o faturamento vem crescendo gradualmente desde o fim da pandemia, que impactou fortemente o desempenho da empresa. "A gente vem melhorando um pouquinho a cada ano para voltar ao que éramos antes da pandemia", ressalta.
Para ela, a pandemia foi um baque para toda a sociedade e deu uma mexida no mercado. A projeção é que 2024 seja melhor que o ano passado, com expectativa de crescer dois dígitos. "Estamos trabalhando bastante para isso, investindo em marketing, em campanhas e nesse plano de expansão", acrescenta.
Destaca que 70% dos franqueados possuem mais de uma unidade. Atualmente, em torno de 6 mil pessoas trabalham nas franquias e no grupo. Fundada por Arione Diniz, é a maior rede brasileira do varejo óptico com capital 100% nacional.
Uma das novidades da Óticas Ortiz para o mercado é a primeira linha de produtos sustentáveis, com edição limitada e batizada de "Sustainability Collection". Uma das principais características da coleção é o uso de níquel reciclado e de resina sustentável, obtida a partir de garrafas PET pós-consumo, ou seja, 100% recicladas.
Esse processo reduz o consumo de água em 90% e as emissões de CO2 em 70% em comparação com a produção de plástico convencional. Ambos os materiais utilizados na fabricação das armações atendem aos padrões de qualidade, garantindo durabilidade e resistência. O diferencial da linha se estende às flanelas, produzidas com poliéster reciclado, utilizando garrafas PET, e aos estojos, confeccionados com cortiça natural.
De acordo com Renata Martins, gerente de produtos armação, a inspiração para a coleção eco-friendly surgiu da busca por ações sustentáveis que minimizem danos ao meio ambiente. De acordo com a executiva, a empresa procurou fornecedores de qualidade para garantir matérias-primas diferenciadas e certificadas.
O público visado é, principalmente, o jovem que valoriza produtos que tenham um propósito. "É um produto que só a Diniz tem, é exclusivo", reitera. A coleção é composta por 22 modelos entre receituários e solares. De cada cinco garrafas é produzido um par de óculos.
Do Maranhão vem a primeira marca de óculos indigenista
Cattu desenvolve coleções com matéria-prima orgânica
Roberto Hunoff/especial/jcNo encontro do Rio Corda e Mearim, no Maranhão, nasceu a marca Cattu, que tem na cultura indígena a inspiração das suas coleções. No primeiro ano de existência, em 2019, a empresa lançou sete coleções, duas delas como piloto. A comercialização efetiva, no entanto, teve início em 2020, em plena pandemia, por meio do e-commerce. A família de Wesley Negreiros, diretor executivo da Cattu, trabalha há 30 anos no segmento, com laboratório e clínica. "Agora temos marca e produção própria, com design autoral. Os óculos são feitos artesanalmente a partir de materiais orgânicos, como acetato italiano de celulose e lentes mineralizadas", afirma.
O diretor destaca que Barra de Corda, cidade onde a empresa tem sede, é rodeada por comunidades Guajajaras, com as quais houve o vínculo para dar início à primeira marca de óculos indigenista do Brasil. "A convivência foi esclarecedora para que a gente pudesse montar um negócio com base na cultura indígena", relata.
Passada a pandemia, a empresa evoluiu para a abertura de um gate shop na capital São Luís, o que repercutiu no mercado, com a demonstração de interesse de vários lojistas pelo produto. O meio virtual, onde a marca desenvolve forte trabalho de marketing, responde pela maior parte dos negócios. Além de atuar em todo o país, tem clientes nos Estados Unidos. "Temos um trabalho de divulgação da marca junto a alguns consumidores. A facilidade logística também favorece", explica.
Negreiros explica que a empresa não fabrica a lente, que é feita em parceria com a marca Zeiss. A armação tem desenvolvimento e produção própria. Segundo ele, a diferença não está somente no produto, mas na forma de trabalho. "Feito manualmente, os óculos têm encaixe e acabamento interessantes, além de ser confortável, o que é básico para quem faz o uso diário", relata.
O diretor destaca ainda o fato de o cliente adquirir um produto feito com base na cultura dos povos originais. Também permite a personalização, o que tem atraído o interesse de vários lojistas, que propõem cores e design de suas preferências, além de coleções de datas específicas, como o aniversário da loja. "O lojista tem a oportunidade de colocar à venda um produto diferenciado", assegura.
O desenvolvimento parte das tendências captadas junto a públicos-alvo para coleções primavera-verão e outono-inverno. Negreiros destaca que são trabalhadas, principalmente, as diferenças de visagismo do rosto brasileiro, resultando em uma curadoria de design e de cores. "Sempre temos um olhar para elementos da natureza, para a cultura maranhense e para conexões com os povos originários do Brasil", observa.
A produção dos óculos é feita no Rio de Janeiro, com empresa parceira, a partir do desenvolvimento das coleções em São Luís. De acordo com Negreiros, este formato decorre, principalmente, pela condição de o Nordeste não ter a cultura de produção de óculos e ser carente de mão de obra qualificada.
A Expo Óptica foi a estreia da empresa em feiras, ação que integra o plano de expansão da marca. Também estão em formatação investimentos no B2B, inclusive para ampliar as vendas fora do Brasil, e a busca de novas parcerias com lojistas. "A ideia de começar a participar de feiras é para que possamos conhecer parceiros internacionais e distribuidores, que nos ajudem a levar a marca para o exterior com mais força", projeta.
Empresa de software terá filial na Região das Hortênsias
Pereira projeta início das operações na tardar em 2025
PWI/divulgação/jcNo mercado de desenvolvimento de softwares há 37 anos, a PWI Sistemas, com sede em São Paulo, prepara a instalação de uma filial na Região das Hortênsias, com prioridade para a localização entre as cidades de Gramado e Canela. O objetivo é que a unidade inicie operações ainda neste ano ou no tardar, em 2025, para atender a forte expansão de parques temáticos na região.
O diretor Tássio Pereira estima investimento na casa de R$ 1,5 milhão e acréscimo de 20 vagas ao quadro, hoje formado por 150 pessoas empregadas na matriz, em São Paulo, número 25% superior ao da pré-pandemia. "Acreditamos ser suficiente para o primeiro momento", projeta.
Além do atendimento aos parques, hoje responsáveis por cerca de 30% do faturamento, a empresa acredita na evolução dos negócios no segmento ótico, atualmente seu principal negócio, com cerca de 60%. "Com uma filial na Região das Hortênsias, acreditamos ser possível elevar a carteira de clientes óticos no Rio Grande do Sul e Santa Catarina", explica.
O diretor pondera que no setor ótico os dois estados ainda têm pouca representatividade no faturamento da empresa. "Temos uma boa carteira de clientes, atendendo, basicamente, via remota. Por isso, a presença física deverá trazer incremento interessante", estima.
De acordo com Pereira, a empresa desenvolve produtos padrões, mas no caso dos parques são sistemas customizados. Segundo ele, a PWI virou especialista nesta modalidade em função do conhecimento técnico e de mercado adquirido ao longo do tempo. Assinala que a nova política pública de conceder parques à iniciativa privada aumentou a demanda por sistemas.
Atualmente, são atendidos em torno de 140 parques em todo o país, dos quais a metade está localizada no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os principais produtos da empresa são voltados à venda de ingressos e controle de acesso. Dependendo do porte da operação, há também sistemas para a gestão do espaço, incluindo toda a parte financeira.
Pereira recorda que a pandemia sanitária provocou queda de 30% na receita da empresa, basicamente pelo fechamento dos parques temáticos. "Foi assustador, mas conseguimos resistir em função da administração sólida e boa relação com os clientes", observou. Para ele, as adequações e os incentivos dos governos foram determinantes para salvar o segmento.
O executivo lembra que, no passado, o maior cliente da empresa foi o parque Beto Carreiro, de Penha (SC). Com a evolução do parque, a PWI expandiu sua atuação para o Rio Grande do Sul, especialmente Gramado, e Santa Catarina. "Começou a surgir uma variedade muito grande de aplicações nessas atrações", recorda.
*Roberto Hunoff é jornalista e correspondente do Jornal do Comércio em Caxias do Sul (RS)