* Patrícia Comunello, de Nova York - Quais são os dilemas que mais povoam a mente dos varejistas quatro anos após a pandemia de Covid-19 e de uma intensificação do uso de tecnologias para venda e para conhecer mais os clientes - que já não estão mais em loja, estão muito menos ou vão estar mais? Como uma espécie de oráculo, a edição de 2024 da NRF Retail's Big Show, de 14 a 16 de janeiro, em Nova York , que atraiu mais de 40 mil visitantes - a delegação do Brasil foi a maior entre as estrangeiras -, ganhou uma relevância que hipnotiza quem atua no setor.
Foi, sim, um evento que deu respostas a perguntas dia a dia e, claro, trouxe mais indagações. Mas colocou no centro ferramentas, como Inteligência Artificial Generativa (IAG), que possibilita criar mais soluções e conexão personalizada de um jeito nunca visto. A reportagem especial desta edição faz um balanço dos principais achados da NRF, de exemplos de lojas que a comitiva gaúcha conferiu em Nova York e trazem boas ideias e ainda a percepção de brasileiros que estiveram no palco do Javits Center, em Manhattan.
O que o varejo precisa olhar em 2024
Potencial de uso de dados para aplicar recursos da Inteligência Artificial viralizou em meio aos painéis do evento
/PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCFoi uma edição de NRF Retail's Big Show melhor do que as anteriores? Mais pragmática, mais pé no chão? As duas percepções circulam na nuvem de achados pós-evento de 14 a 16 de janeiro de 2024 no Javits Center, em Nova York.
O que marcou, afinal, um dos mais relevantes eventos de inovação e tendência do varejo no mundo?
A coluna Minuto Varejo acompanhou os três dias de mais de 250 painéis e conferências, entre elas a do ídolo do basquete Earvin Magic Johnson, que mostrou quanto os aprendizados do esporte podem indicar boas táticas para empreendedores. Um resumo e destaque da cobertura estão nesta Reportagem Especial.
O lema da feira, que reuniu mais de 40 mil visitantes, um dos maiores públicos da história do evento - com o Brasil à frente em número entre as delegações estrangeiras -, fez uma provocação: "Make It Matter", no inglês, ou Faça valer a pena.
Até porque a conjuntura econômica, seja nos Estados Unidos ou no Brasil, combina ingredientes semelhantes, guardadas as proporções e diferenças de modelo e estágio de desenvolvimento: inflação que inspira cuidados e juros salgadinhos.
No dia a dia, entre os polos de quem quer vender e quem está disposto a comprar, as decisões são mais rápidas, tomadas em ambientes (leia-se, redes sociais) e os desejos devem ser atendidos de forma mais personalizada.
Além disso, quem disse que será fácil colocar em prática o que outros já testaram ignora que ficou mais complexo disputar e captar a atenção do consumidor. A seguir, seis dos principais insights que passaram pelo palco da NRF.
Inteligência Artificial: possibilidades só estão começando
Kate Ancketill: "Somente a tecnologia avançada pode resolver os desafios do varejo"
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCA inteligência artificial (IA) dominou a cena, mais ainda o uso da IA generativa, com possibilidade de criar personalização e solução um a um, outro assunto destaque em Nova York. Na área de exposições, quase todos os 1,1 mi expositores tinham IA de algum jeito. Ter dados, muitos dados, é o segredo, o ponto de partida.
Nos painéis, o tema podia não ser diretamente sobre o recurso, mas o conteúdo tocava na pauta. "Veio aplicável, para gerar resultado ao negócio. Este foi um dos melhores saldos desta edição da NRF", vibrou Fabiano Zortéa, do Sebrae-RS.
Carlos Siqueira, executivo da Thoughtworks (TW) no Brasil, provoca pequenos empreendedores a testarem ferramentas de IA que estão em nuvem e que conseguem ser integradas ao CRM, outro recurso que ganha relevância. "Não precisa grande investimento para começar a testar IA", recomendou.
Mas há preocupações, como a privacidade de dados e aval do cliente, que esperam regras no Brasil. O CEO da Sacks, Marc Metrick, fez alerta sobre cuidado no uso de dados e valorizou a curadoria das pessoas na mediação entre dados/IA e a abordagem dos consumidores.
Kate Ancketill, CEO e fundadora da GDR Creative Intelligence, disse que somente a tecnologia avançada pode resolver os desafios do varejo e reverter a estagnação da produtividade e listou três tendências para os próximos anos:
1. Consumidor guardião: mudança de mentalidade de consumo, saindo do um modelo de compra em massa para consumidores atuando como guardiões dos produtos, preocupados com a questão ambiental e seu papel na economia circular. Modelos de negócio focados em aluguel, assinatura e revenda ganham força.
2. IA empática: expansão do uso de assistentes pessoais, porém mais naturais e úteis, atuando em diferentes camadas da vida dos consumidores, seja no processo de compras até assistência emocional e aconselhamento.
3. Realidade na era 'pós-verdade': crescente preocupação em distinguir entre o que é real e o que é fake. A desconfiança com o conteúdo que circula digitalmente leva para a necessidade de experiências físicas autênticas.
A vibe nas lojas
Lee Peterson delineou quesitos que farão o ponto de venda ser o escolhido
/PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCUma palavrinha que muita gente usa para definir o estado de espírito virou a senha do que a loja física precisa ter para se manter relevante na jornada do consumidor: vibe (vibração). Falando de forma bem clara: ter vibe é tudo hoje para manter o fluxo de clientes.
Um dos palestrantes da NRF Retail's Big Show, que foi de 14 a 16 deste mês em Nova York, Lee Peterson, vice-presidente executivo da WD Partners, reforçou a senha e delineou quesitos que farão o ponto de venda entrar no caminho das pessoas. "Os consumidores querem explorar o local, ter inspiração e sentir o que é a marca", resume o vice-presidente da WD.
Peterson disse que as pessoas buscam uma atmosfera emocional com vibe e atendimento humanizado. O executivo disse que as operações têm de focar em ações para "despertar o interesse dos consumidores em frequentar a loja física". "O consumidor não 'tem' que ir ao ponto, tem que 'querer' ir", avisou à plateia lotada.
Os atrativos vão de design do ponto, visual merchandising, música ambiental e atendimento de qualidade, repetindo o peso do contato humano. "Qual é o valor de ter lojas físicas? Dada a atual infinidade de maneiras fáceis de levar mercadorias rapidamente à sua porta, ficar para trás é certamente compreensível, mas inquestionavelmente arriscado", afirmou ele, colocando em xeque a "concorrência" do canal digital".
Peterson observou que, desde a emergência do online, as empresas vêm buscando tornar as lojas mais parecidas com os sites, o que deve ser repensado. A WD ouviu mais de 2 mil consumidores para saber a relação com os pontos físicos.
A Geração Z no comando?
Consumidores mais novos desafiam operações e exigem comunicação usando seus próprios termos
/PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCConfiante e mutável, a Geração Z exige que as marcas se comuniquem com ela em seus próprios termos. As marcas que entendem como alcançar esse grupo valioso, porém desafiador, de clientes estão construindo estratégias digitais para permanecerem ágeis em um cenário dinâmico. As recomendações vieram de executivos de varejistas de fôlego.
Linda Lit, head de ativação de clientes e marketing da H&M, que deve entrar no Brasil em breve, Caleb Pearson, VP de engajamento do McDonald's, e Ann Piper, head de ad sales data Spotify na América do Norte, mostraram estratégias para impulsionar iniciativas digitais.
Para os executivos, a Geração Z passa por mudanças de forma muito rápida, sendo impossível fazer generalizações. Os membros deste grupo confiam em pessoas como eles, são ativos criadores de conteúdo, querem experiências tanto digitais quanto físicas, querem fazer parte de grupos, mas respeitando sua individualidade. Apesar de ser heavy user digital, a Geração Z prefere comprar no ambiente físico, porque entende que a loja física entrega uma jornada mais personalizada ao mesmo tempo em que é um espaço para socialização.
As marcas precisam conhecer a fundo seus consumidores para conseguir entregar experiências diferenciadas e ampliar o engajamento. Uma vantagem: os Zs não se importam em compartilhar dados, mas tem alta expectativa em relação ao que será entregue. Valorizam muito questões ambientais e aderem a propostas como resale (revenda) e preço justo.
Chama o Magic Johnson
Ex-jogador abraçou jovem e recomendou mais tolerância à Geração Z
/PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCEm meio à conferência que mais entusiasmou o público na feira, o ex-jogador de basquete e
ídolo do esporte nos Estados Unidos, o hoje homem de negócios Earvin Magic Johnson saiu do
palco, desceu à plateia e chamou uma jovem da geração Z.
ídolo do esporte nos Estados Unidos, o hoje homem de negócios Earvin Magic Johnson saiu do
palco, desceu à plateia e chamou uma jovem da geração Z.
O recado de Johnson para a menina, amplificado, a outros, foi claro: tenham mais tolerância e paciência, busquem mentores e analisem os números. De certa forma, a mensagem do ex-jogador também serviu a outras gerações e muito ao dia a dia dos negócios.
Johnson aconselhou que as empresas varejistas façam “planos de 3 anos” e não de 5 ou 10 anos, que ele considera distantes e podem não ser factíveis. “Magic” se declarou um devoto
dos números, ao indicar que está sempre de olho na evolução do que foi traçado e o que precisa
mudar em meio à execução.
dos números, ao indicar que está sempre de olho na evolução do que foi traçado e o que precisa
mudar em meio à execução.
Além disso, colocou o gerenciamento das equipes no topo, numa aproximação do mundo do esporte, ainda mais na modalidade coletiva como o basquete, ao do varejo que busca bons resultados.
“É preciso preparar as pessoas para vencer”, observou: “É muito difícil ser o número 1, mas é mais difícil se manter no topo”. Outra mega dica: “Busque mentores. Graças a Deus tive pessoas que me ajudaram a vencer os passos”.
Para apimentar o rol de estratégias, Johnson disse que ter rivais o ajudou a conquistar títulos
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O poder da marca: como é possível gerar mais relacionamento
Empresa busca ter outros itens que repitam a força da lendária calça 501
/PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCConsumidores gostam de bons produtos, especialmente de marcas que admiram. Este foi um dos recados que podem ser emoldurados como um mantra. Depois, é trabalhar duro. A feira teve muitos insights sobre como as marcas estão explorando o valor e a conexão com seus consumidores fãs. Grandes marcas estão fazendo este exercício.
O CEO da BJ, Bob Eddy, e o presidente da Mars Wrigley na América do Norte, Anton Vincent, recomendaram compreender os insights dos clientes, da experiência e fortalecimento de marcas de consumo robustas. Descubra a importância primordial das parcerias estratégicas no cultivo da fidelidade do cliente, no aumento da lucratividade e na garantia da sustentabilidade de longo prazo. Craque em longo prazo, a Levi's, com 171 anos, passa por transformações.
A CEO, Michelle Grass, que acaba de assumir o posto, disse que os desafios da companhia é como ser "saudável", indicou a digitalização que trouxe mudanças e falou que os princípios vêm antes do lucro. Faz parte do patrimônio que fazem marcas como Levi's, citou ela, serem icônicas, virarem bandeiras e influenciar gerações. O desafio da marca hoje, por exemplo, é como levar a fama e consagração da lendária calça 501 para mais linhas.
Sustentável: do resale aos devolvidos
Tema do resale, venda de itens de segunda mão, veio com mais força ao palco da feira
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCVenda de itens de segunda mão já tinha sido um hit na NRF em 2023 e voltou com tudo na edição de 2024. Mas com mais atributos e marcas conhecidas apostando em ter áreas voltadas a estes itens, captando muito da adesão de gerações mais jovens a este tipo de consumo, com impacto na área ambiental.
Michelle Evans, d a Euromonitor, chamou de Revenda 2.0, como a nova geração e estágio do segmento e ainda captado pela digitalização, aliado à crescente preocupação com sustentabilidade e pressões financeiras. As empresas devem considerar se ingressam no mercado de revenda de itens ou se ampliam o modelo.
Michelle recomendou mais simplificação do processo de revenda e comunicação efetiva das iniciativas, valoriza o engajamento. Devoluções de produtos prometem ser cada vez mais até negócio. Tudo porque o item remetido pelo cliente não pode ser recolocado como novo na prateleira.
Grandes redes, como Best Buy, nos Estados Unidos, criam lojas para revenda do devolvido. O segmento pode ser estratégico para fidelização de clientes. Ter formas de tornar a devolução e as trocas menos custosas sem punir o consumidor é outro desafio. Outro foco de preocupação crescente são as fraudes na devolução.
Lojas em Nova York que mostram tendências no varejo
Comitiva gaúcha visitou 10 operações de varejo, entre elas a unidade da Timberland
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCQuais são as lojas que podem indicar aplicações e dar ideias a quem está no Rio Grande do Sul ou em outro mercado brasileiro? A comitiva gaúcha, com entidades do varejo e de apoio a empreendedores que fez a imersão em Nova York, conheceu um grupo de operações com diferentes perfis para adicionar ferramentas aos comerciantes.
Prestar serviço, além de vender produtos, valorizar a marca e apresentar a relação com seus públicos, ser ponto de atração e referência nas comunidades onde estão inseridas, ousar para estar em pontos que servem de vitrine mundial, além de conversar com as novas gerações e aplicar, de forma clara e autêntica, valores como diversidade e engajamento em temas que estão na ordem global, como sustentabilidade.
A coluna selecionou sete pontos, entre grifes internacionais e outras com proximidade, como a gaúcha Florense que está há 10 anos em Manhattan. Além dela, conheça mais sobre atributos da Timberland, Converse, On, Swarovski, The Fantastic World de Sardine e Levi's.
Timberland: clube de clientes
Loja da marca de botas tem clube de fidelidade que oferece consertos de graça a clientes
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCServiço acima de tudo e para atrair e fidelizar os clientes. A Timberland da avenida Broadway, no Soro, desfila um cardápio de opções para trazer cada vez mais o consumidor para a loja.
Uma das estratégias é um clube de fidelidade, com milhares de assinantes e que tem um rol de facilidades, desde conserto e limpeza de uma bota (algo que não é tão acessível e barato nos Estados Unidos) à personalização e customização de peças, que pode ser da aplicação de adereços com estampas e símbolos de moda e atitude em uma bota e até cadarço de cor diferenciada.
Detalhe: tudo de graça. Ainda não se sabe se isso pode mudar, como cobrar, no futuro, mas estes atrativos são os maiores motivos para a loja estar sempre lotada. "Isso gera um fator que falta muito às lojas: que é tráfego. E é uma ideia simples que pode ser aplicada por qualquer lojista", acredita Vilson Noer, da CDL Porto Alegre e AGV. A ideia é que o cliente possa contratar até mesmo pelo aplicativo e vá no ponto para fazer o serviço.
A unidade da Timberland também explora a identificação com o entorno e com a cidade. Nova York está em todos os cantos. Também é exibido histórico do desenvolvimento dos produtos, reforçando a força e qualidade dos produtos. Para atrair mais a geração Z e alfa, a marca deve inserir nas opções de personalização a possibilidade de imprimir em casa os itens, usando 3D.
Converse: conectada na Geração Z
Converse montou unidade com área dedicada a fazer a customização de produtos
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCUm dos exemplos que mais atraiu a atenção é da Converse, marca bem conhecida dos brasileiros. A ordem na unidade da Broadway é hipersonalização, tema recorrente na edição de 2024 da NRF, e conversa com a Geração Z, engatando com a Alfa, até 12 anos, que muito chamam de geração Covid. O serviço é também outro elemento que marca as operações, com aposta em gerar mais adesão.
"O varejo faz pouco serviço associados a produto. Precisa exercitar mais e é a forma de atrair cliente, sim", reforça Zortéa. "Na Converse, eles exploram a experiência digital na qual o cliente monta o tênis de forma bastante intensa, trocando cor e cadarço ou colocando informação ou imagem. A relação se torna mais afetiva", completa.
A plataforma onde fica a operação da customização é baseada em gadgets, com tablets e computadores onde se visualiza o resultado e se envia ara produção. Posicionada na avenida Broadway, também no Soro, a Converse explora a experiência, com ponto cheio de atrativos, parceria com marcas do mundo da música e cinema.
Swarovski: luxo popular?
Flagship da marca de semijoias -aposta na popularização do acesso a itens de luxo
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCLuxo popular e acessível? As duas coisas podem estar em um mesmo lugar? Sim, é o que aposta a marca de semijoias de cristais Swarovski e com um toque de ousadia na proposta. A flagship da grife, que é ícone na faixa de consumidores de maior renda, foi montada em três andares na Quinta Avenida, a passarela das super operações de bandeiras de luxo em Nova York. É a maior loja da marca e estreou no fim de 2023.
A passada pela flagship é essencial para quem visitar Manhattan. Para varejistas, muitas percepções: ambiente que explora a geometria do cristal (aliás, um deles, gigante e um dos maiores já achados pela marca, está em exposição), cores vivas e quentes - do verde, passando pelo lilás, vermelho e azul, sofisticação e aplicações em personagens saídos de quadrinhos, como Homem Aranha e outros da família Marvel e posicionamento de marca.
"A Swarovski faz questão de dizer que não tem concorrente. Aqui, o consumidor tem a sensação de que pode usar um item de luxo", observa Fabiano Zortéa, do Sebrae-RS. Esta aproximação com mais camadas de consumidores está em detalhes, de uma bola de basquete cravejada de cristais a US$ 15 mil (R$ 75 mil) a peças a US$ 50,00, US$ 200,00 ou um pouco mais entre louças, itens de decoração até óculos, talheres e produtos de edição limitada.
O ponto também desfila parcerias e expõe produtos da classe de souvenires, como o boné do New York Yankee e I Heart NY (Eu amo Nova York). A diversidade entre funcionários, com raças e origens, faz parte dos valores que a marca quer levar à comunidade.
On: Mágica no tênis esportivo
On Store, de origem suíça, atrai atenção devido às prateleiras mágicas para acessar modelos
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCEsporte, tênis e roupas para atividades físicas são quase que um subproduto da pandemia. Claro que a receita já existia antes, mas ganhou mais força. No bairro de Williamsburg, no Brooklyn, a On, marca suíça de tênis de alta performance e mega desejada, apresenta sua operação com detalhes na configuração, como a prateleira mágica.
O recurso é acoplado à estante onde estão expostos os modelos e serve para facilitar o alcance de pares para quem está experimentando o design escolhido. Ao acionar um botão que fica "escondido", a pessoa consegue mover a coluna para frente e acessar o que precisa.
"É uma super solução, pois usa bem o espaço e deixa à mão as numerações" observou Idalice Manchini, vice-presidente da Fecomércio-RS. Estar em Williamsburg também não é também ocasional. A marca cria uma série de ações que envolvem a vizinhança, como corridas, sessões de ioga e outras opções aliada ao esporte.
A loja vira um ponto de movimentação e, claro, colhe os frutos: mais fluxo. Também no visual e instalações, o consumidor pode conhecer mais da tecnologia e evolução dos produtos e também sobre atletas de alta performance que usam o material.
O consultor da loja Michael Perez diz que a "prateleira mágica" é um dos recursos que mais chama a atenção e confessa que muitos varejos querem copiar. Perez comenta que muitos brasileiros compram no local e perguntam quando vai ter loja no Brasil. "A On tem planos, mas ainda não sabemos quando vai ser", diz ele. Hoje, são cinco unidades nos Estados Unidos, uma na Inglaterra e uma no Japão.
Google Store e usabilidade
William Abes diz que a ideia é oferecer soluções e experiência para a vizinhança
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCA Google Store em Williamsburg, no Brooklyn, reúne as maravilhas de tecnologias de uso pessoal, do headphone a tablet, relógio a itens como TV, com uma clara intenção de convidar a vizinhança a testar e conhecer como a marca desenvolve e interage com seus consumidores. Além disso, a geração Z está presente na equipe de vendas.
O consultor William Abes (foto), 26 anos, recebe o público sempre com um convite para experimentar equipamentos. "Olá, estou aqui para tirar dúvidas, responder perguntas. Temos produtos aqui para ajudar no dia a dia, com uso fácil", descreve Abes, que diz gostar do ambiente e movimentação da loja.
"Gosto de trabalhar aqui. Os dias são assim, muitas pessoas vindo, ajudo a tirar dúvidas", resume ele. A forma de conectar os jovens para trabalhar no ponto físico é um dos desafios das varejistas hoje, seja de tecnologia ou de itens mais convencionais.
Como a gaúcha Florense está seduzindo o mercado de Nova York
Naiane, que comanda a loja, explicou à comitiva do Estado como foi a adaptação ao mercado norte-americano
/PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCA arquiteta de Bento Gonçalves Naiane Farrell entendeu como se faz negócio em Nova York e leva o aprendizado para a estratégia de ampliar mercado para a conterrânea de Serra Gaúcha, a marca de mobiliário de alto padrão Florense, com sede em Flores da Cunha.
"A maior lição que tive aqui: as pessoas fazem business (negócios) com pessoas. É o serviço que vende mais que a marca", resume Naiane, em meio a uma conversa bem caseira com a comitiva gaúcha que esteve em Nova York para a imersão na NRF.
Além disso, a marca de mobiliário descobriu que alguns quitutes bem brasileiros ajudam a gerar mais proximidade com o público, entre arquitetos, designers e clientes finais. O bolo de milho e o pão de queijo estão sempre prontinhos e cheirosos para recepcionar quem chega na loja no terceiro andar do número 150, da Rua 58, no lado leste de Manhattan.
A Florense deve expandir a operação física nos Estados Unidos. Mas um olhar sobre como é feita a aproximação com o mercado em Nova York pode ensinar muito de como é para uma marca de fora concorrer em um ambiente com suas peculiaridades, a maior parte culturais e de estilos de fechar negócio.
Há mais de 10 anos que a marca de mobiliário de alto padrão, planejado e que tem origem na Serra Gaúcha chegou à cidade. Naiane, que mora na cidade desde 2009, assumiu a loja em 2023, como espécie de franqueada. Hoje são 14 pessoas, todas brasileiras, atuando na unidade, desde designers a montadores. Outras unidades da marca ficam em Miami, na Flórida, e Houston, no Texas, desde 2023.
Em Miami, foi a primeira operação, em 2008, e é da fábrica. Este ano uma nova loja deve ser aberta na cidade, no Design District, focado no segmento da gaúcha. A frente internacional norte-americana responde por 2,5% da receita da companhia.
Nova York é o segundo maior volume em vendas, atrás de Miami, e gera receita anual de
US$ 2 milhões a US$ 3 milhões ao ano.
US$ 2 milhões a US$ 3 milhões ao ano.
"Nosso volume de projetos dobrou em cinco anos e alcançamos, a partir daqui, diferentes estados, com foco em residencial de alto padrão e luxo", define Naiane.
As linhas de produtos são as mesmas do Brasil, mas há adequações para atender o mercado americano, como modulação e perfis de eletrodomésticos na cozinha, principalmente, que sempre foram o forte da marca.
A Florense concorre até mesmo com outras brasileiras que estão em Manhattan como a Ornare, mas o foco é buscar se posicionar em um nicho que os consumidores ainda veem e buscam marcas italianas.
"O móvel brasileiro tem qualidade no mesmo nível do italiano. Nosso maior desafio não é melhorar o produto, mas sim se estabelecer como uma marca que seja familiar, conhecida. Já temos a cultura da companhia, que é compatível com empresas com as quais concorremos, o que facilita o processo", comenta a lojista.
"A Florense só não é tão conhecida como as italianas aqui, pois está há 30 a 40 anos", observa ela. O movimento recente de desembarque de outros grupos de mobiliário, como Herval, com a Uultis, e a Dell Anno, que abriu loja de rua na ilha, é visto como positivo por Naiane.
"Quanto mais tiver presença de marcas brasileiras vai fortalecer mais a presença de produtos e vai ter mais credibilidade", avalia ela. "Podem achar que é concorrência, mas acho que tem mercado para todo mundo.
Sardinha portuguesa na Times Square
Atrativo da loja são as latas de sardinha com o ano que o consumidor nasceu a US$ 15,00
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCQue tal ter uma lata de sardinha com o ano que nasceu? E ainda comprar o souvenir em uma loja na Times Square, em Manhattan, com pescado que tem origem entre os melhores do mundo. É assim na minúscula unidade da The Fantastic World of Sardine Portuguese, ou O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa, que leva ao mundo norte-americano a diversidade e gosto do produto português.
A loja é um mundo de diversão, com alegorias e muita cor. A história do negócio desde 1916 gera um envolvimento incrível. Impossível não sair do lugar com a lata com o ano de nascimento que usta US$ 15,00, ou R$ 75,00. A loja abriu em 2023 e tem um mega fluxo diário, posicionada na esquina. A meta é ficar 10 anos no ponto. O que a marca faz é aliar história e tradição, explorando as características do produto que os brasileiros conhecem bem.
Olhar brasileiro sobre o futuro pós-NRF
Neto destaca o volume de informação, e Wolff, 23 feiras no currículo, aponta tendências
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCO Brasil teve a maior delegação estrangeira em Nova York. Segundo a Federação Nacional do Varejo (NRF), que comanda o evento, foram 2,5 mil inscritos em meio a40 mil visitantes que passaram pelo Javits Center, em Manhattan nos três dias. A visão dos brasileiros sobre a feira mostra que há muita sintonia entre o que desfilou pelos painéis e o que foi levado na bagagem para casa.
A coluna Minuto Varejo ouviu opiniões no último dia do evento, com fontes que vão de quem opera a linha de frente do varejo até empresas que estão ligadas a serviços e demandas do setor.
O presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, opina que foi a melhor edição dos últimos 10 anos. “Muito pé no chão e olhando resultados e não tanto para coisas futuristas”, conceituou Terra, para depois se render ao hit: “Foi quase um evento de inteligência artificial (IA). Dos mais de 1,1 mil expositores, quase mil tinham IA embarcada, com muitas aplicações”.
Além disso, o presidente do IBVC observou que quase todos os temas percorreram o que está no dia a dia do varejo: customização, eficiência, alocação melhor de gente, campanhas, abastecimento e precificação e com algo de IA pronto para usar.
“A robotização teve quatro vezes mais soluções para todas as áreas, comparado a 2023. O retail media veio com força, com lojas e e-commerce criando solução para usar audiência e se monetizar”, acrescentou Terra.
Ale Mauricio Arendt, de Pato Branco, no Paraná, e Leandro Xavier, de São Paulo, os dois com duas feiras no currículo, voltaram para casa com duas senhas da feira: autoatendimento e IA.
“Foi muito proveitoso, com temas que ajudam no dia a dia”, disse Arendt. “Inteligência artificial para facilitar a tomada de decisão, o que sai mais ou menos”, citou Xavier, engatando o hit da edição. Eles acham que o Brasil ainda engatinha em IA, mas que é possível já levar ao contexto do varejo nacional. “Principalmente, para análise de dados de clientes e tomada de decisão”, cita o paulistano.
Estreante em NRF, Marcelo Aragona, superintendente produtos e negócios SPC Brasil, disse que informações sobre reestruturação de lojas e uso de AI dominaram focos em sua primeira NRF. “Vim em busca de aplicações e uso de dados para ter insights para usar na volta. Acho que o varejo do Brasil está tateando no uso da inteligência, mas já vimos bastante solução aqui. A feira é muito rica. É muito estande e muita tecnologia. Três dias parecem muito, mas não deu para ver nem metade do evento”, concluiu Aragona.
“A feira é muto impactante”, resume Raul de Souza Neto, da DS3 Digital, também em sua primeira edição. “O importante é o direcionamento de tendências. Voltei com boas e novas ideias”, garantiu Neto. Já Marcelo Wolff, que atua em mercado de capitais e participou de sua 24ª NRF, avaliou que a cada edição ideias que surgem vão se firmando ou não.
“Aparece sempre uma nova tecnologia ou tendência que, no ano seguinte, consolida-se pela experiência. Vi muito grande varejista ainda aprendendo”, observou Wolff, que citou o domínio da IA no evento e mais: “A palavra chave foi personalização, que é conhecer mais o consumidor e como se adaptar às necessidades dele”.
Empreendedores gaúchos buscam novas referências
Entidades e pequenos empreendedores do Estado colheram inovações
/ALEXIA BUHATEN/DIVULGAÇÃO/JCA comitiva gaúcha este ano na NRF teve muitos estreantes que levaram de volta para casa um cardápio para orientar negócios e também públicos. Parte dos integrantes era de entidades, como Fecomércio-RS, Federação Varejista do RS, Associação Gaúcha do Varejo (AGV), CDL Porto Alegre e SindilojasPOA.
Entre os 10 pequenos empreendedores apoiados elo Sebrae-RS, Matheus Yoshimura, da Mezzo Porto, destacou que as palestras assinalaram insights e ainda permitiram colher visões diretamente com lideranças do setor. “Vimos a inteligência artificial mais descomplicada e acessível”, cita Yoshimura.
Liziane Froehlich, da F4 Acessórios, considera um dos pontos mais marcantes a valorização da loja física. “Ouvimos tanto tempo que a internet ia tomar conta. Saí da feira já pensando em ações para reter e fidelizar clientes”, apontou Liziane.
Josi Horn, da Decor House, acha que muitas indicações e modelos podem ser levados aos pequenos negócios sem grandes investimentos. “A gente vem para um lugar como o palco da NRF e acha que só serve para grandes empresas, mas é o contrário. Nós, pequenos varejistas do interior do Rio Grande, podemos fazer bastante coisas novas que vão dar muito certo”, motiva Josi.
Viviane Feltrin, da Ballare, diz que teve muitas inspirações após a edição e que ficou impactada pelas ações na área de sustentabilidade. “Devemos repensar nossas sacolas, nossos plásticos. Tentar adotar tudo o que pudermos de reciclável. O maior insight que tive é de trabalhar uma mentalidade mais engajada na minha loja”, assinala Viviane.
Já Augusto Bettio, de família com varejo de móveis, diz que o mais relevante que ele ouviu foi sobre foco na jornada do cliente. “Qualquer tecnologia nova, como IA e outras, precisa servir para tornar a jornada do consumidor mais fácil e reduzir a fricção”, pontua Bettio.
Insights para lojistas gaúchos no pós-NRF
Gabriella, Noer, Fabiane (centro), Cristiane e Lê participaram do painel
/CDL PORTO ALEGRE/DIVULGAÇÃO/JCO Pós-NRF 2024, primeiro do estilo liderado pela CDL Porto Alegre, ao lado de SindilojasPOA e Sebrae-RS, reuniu as principais estratégias, insights e inovações que passaram pelo palco em Nova York. O presidente da CDL-POA, Irio Piva, destacou a relevância na realização do “primeiro evento pós-NRF 2024 no Estado e possivelmente no Brasil, com a casa lotada”. Foram quase 500 pessoas no Teatro da Unisinos.
Fabiano Zortéa, coordenador de varejo do Sebrae-RS, mostrou as ‘Tendências Globais para o Varejo Local - Pós-NRF 2024’. Zortéa, que já acompanhou mais de 10 edições da feira, destacou os cinco pontos principais para a agenda do varejo no ano. Na lista, estão: Geração Z em foco (cliente e time), inteligência artificial (IA) na experiência do cliente, ampliação da demanda híbrida, resale (revenda), preloved (pré-amado) e circularidade, e lojas menores, mais eficientes e de comunidade.
Ao se aprofundar nos temas, o coordenador de varejo do Sebrae-RS enfatizou o poder da comunidade formada a partir na imersão em Nova York. Foram mais de 170 conteúdos produzidos durante a viagem. O especialista em varejo utilizou a citação do ex-jogador de basquete e hoje empresário Earvin Magic Johnson: “A forte concorrência me ajudou a chegar no topo”. Depois disso, Zortéa enfatizou o poder de alcance das ações em comunidade. O especialista em varejo também valorizou o acesso a ferramentas de IA. “Estão mais voltadas a gerar resultado”, pontuou ele.
Vilson Noer, presidente do Conselho Deliberativo da CDL-POA e da Associação Gaúcha do Varejo (AGV), comentou que sentiu falta de mais palestrantes da Geração Z, que foi tema central. “Podia ter mais palestrantes falando exatamente sobre o que envolve o comportamento dessa geração”, sugeriu Noer. O dirigente valorizou a maior presença feminina nos painéis e a busca de maior produtividade do varejo usando IA, integrada à operação. “Lojas físicas e híbridas fortalecidas pelos problemas de entrega na internet. Além disso, os vendedores são o grande diferencial desta nova era do varejo, pela cultura e identidade que devem ter e das marcas com história!”, arrematou Noer.
Zortéa, sobre soluções com uso da inteligência artificial: “Estão mais voltadas a gerar resultado”. Foto: João Alves/JC
Fabi Nunes, capitã da Nau25 Ex/cola de Empreendedores, comentou que entender o papel da loja física e do vendedor passa a ser fundamental. “É preciso reescrevê-lo. Definir novas atribuições, qualificar o time para ser parte da experiência do cliente. E não apenas, um vendedor transacional”, listou Fabi. “A NRF é um mergulho em um mar de boas práticas dos gigantes do varejo. Precisamos selecionar um, dois ou, no máximo, três pontos, fazer plano de ação e trabalhar dentro do ano”, sugeriu a capitã da Nau25. “Para que, de fato, vire resultado no pequeno negócio. Colocar energia e foco no vínculo com o cliente, em criar uma comunidade forte a partir de um propósito. Quanto mais qualificado for o atendimento e a experiência com a marca, maior será a probabilidade de venda e de relacionamento com esse cliente”, avisou ela.
Cristiane Boaretto, designer de moda e proprietária da Cris Boaretto Alfaiataria, transmitiu sua experiência após voltar à cena da NRF. A varejista, com operações em Porto Alegre, indicou seu amadurecimento que obteve ao participar pela terceira vez da missão à Nova York: “Na primeira vez, quis fazer tudo, na segunda, vi o que poderia aplicar no meu negócio e, nesta terceira participação, vejo que estou no caminho certo”. Segundo Cristiane, o seu negócio não é sobre fazer roupas, mas sobre o que ela quer comunicar com a roupa. O amadurecimento a fez colocar as pessoas no centro, e a ferramenta do WhatsApp é o foco da sua comunicação com clientes.
Lê Coconut, fundadora, diretora criativa e de franquias da CN Coconut, identificou em Nova York o que vai acontecer no varejo nos próximos 10 anos. A empresária destacou que a NRF focou muito nas temáticas das gerações Z e Alfa, mas que enxerga na “Economia Prata (acima de 50 anos)” um grande mercado em expansão. “Há um novo olhar para o vendedor que é da Geração Z, a experiência de loja também mudou”, pontuou Lê: “Temos de repensar o cliente como centro do nosso negócio, buscando fazer tudo que ele deseja para vivenciar o processo de compra”.
Guga Schifino, diretor de Inovação e Negócios na Linx Stone Co, reforçou o peso da inteligência artificial, destacando que ela já “faz parte da vida de todos e não há espaço para quem não se motive com as possibilidades infinitas da IA”. “A geração Alpha está mais preocupada com o fim do mundo do que com as contas do fim do mês. Para ela, interessa é a jornada e não o destino, que listou cinco pontos para colocar a atenção: prepare-se para uma sociedade intergeracional, guiada pelos Alphas, adapte-se à economia circular, trate cada loja como uma flagship, monetize a atenção que você já tem (retail media) e construa uma jornada unificada”, listou Schifino, indicando um tema que ganhará espaço.
Fecomércio faz evento no dia 6 de fevereiro
Seevald, Idalice, Miola, Maria Tereza e Sandri vão relatar aprendizados em evento
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JCTem mais eventos pautando a NRF no Rio Grande do Sul. A Fecomércio-RS promove, no dia 6 de fevereiro, na sede, na Zona Norte de Porto Alegre, a imersão nos temas a partir do que integrantes da entidade colheram em Nova York, entre a feira e visitas técnicas. São cinco vice-presidentes, além do coordenador de varejo do Sebrae-RS, Fabiano Zortéa. A colunista do Minuto Varejo, Patrícia Comunello, vai mediar o encontro.
Walter Seevald, do Sindilojas de São Leopoldo, vai destacar as abordagens de IA e o papel do ser humano na mediação com clientes e o recurso da tecnologia. "Isso é um alento. Vamos levar todas as informações ao Rio Grande do Sul", projetou Seevald. Idalice Manchini, da Serra Gaúcha, aponta o foco da feira em combinar serviços ligados ao varejo e soluções digitais. "Ainda temos um longo caminho a trilhar na IA."
O presidente do Sindilojas Alto Uruguai, José Gelso Miola, lembra que as melhores tecnologias na atualidade passaram pela NRF: "Um ensinamento é de que é preciso buscar a satisfação de toda a cadeia produtiva". Maria Tereza Menegotto, presidente do Sindicato das Lavanderias e Similares RS (Sindilav-RS), apontou como temas mais marcantes liderança e metas, sustentabilidade e economia circular.
"A pressão cria diamantes. Vimos mensagem para ter mais criatividade e desenvolver tudo que se tem guardado." Giraldo Sandri, presidente do Sindilojas Lajeado, cita a valorização dos recursos humanos no uso de tecnologias. "A IA está aí para processar números e dados, mas a base é o material humano, que precisa ser qualificado", avisou Sandri.