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Responsabilidade Social

- Publicada em 22 de Setembro de 2023 às 16:48

Viver de Rir leva alegria a quem mais precisa

Voluntários realizam diversas ações por ano, mas três demandam mais atenção dos colaboradores, que são as promovidas no Dia das Crianças, Páscoa e Natal

Voluntários realizam diversas ações por ano, mas três demandam mais atenção dos colaboradores, que são as promovidas no Dia das Crianças, Páscoa e Natal


Viver de Rir/Divulgação/JC
Da frustração de uma funcionária da área da saúde que via muitos atendimentos sendo realizados de uma forma pouco carinhosa, surgiu a ideia para a ONG Viver de Rir. Seguindo a linha do trabalho voluntário, Renata Tavares tinha como referência outra ONG, a Doutores da Alegria, o médico norte-americano Patch Adams e por achar interessante o seu método de atuação, que conheceu durante uma semana de treinamento com ele na Costa Rica.
Da frustração de uma funcionária da área da saúde que via muitos atendimentos sendo realizados de uma forma pouco carinhosa, surgiu a ideia para a ONG Viver de Rir. Seguindo a linha do trabalho voluntário, Renata Tavares tinha como referência outra ONG, a Doutores da Alegria, o médico norte-americano Patch Adams e por achar interessante o seu método de atuação, que conheceu durante uma semana de treinamento com ele na Costa Rica.
De volta ao Brasil, falou com um conhecido sobre os aprendizados obtidos e que gostaria de fazer uma ação que envolvesse a palhaçaria. Foi assim que ocorreu o primeiro encontro que reuniu 12 pessoas. A partir daí a ideia ganhou novos adeptos e ficou conhecida nas redes sociais. "Assim, começamos a levar carinho e dignidade com a figura do palhaço", recorda Renata, ao comentar que a figura é inusitada e proporciona uma abordagem diferente do que "chegar de cara limpa" e tentar iniciar um diálogo.
O objetivo, diz a fundadora da Viver de Rir, é que os voluntários percebam os indivíduos em sua essência. "Não estamos indo visitar doentes ou pessoas vulneráveis, mas apenas 'pessoas'", afirma Renata, destacando que a vulnerabilidade se dá nos mais variados cenários. "O palhaço não deve enxergar que o paciente tem uma bomba de infusão ou está fazendo uso de alguma medicação, mas como alguém que quer conversar ou se divertir", diz. "Precisamos levar uma sensação de acolhimento para essas pessoas", completa.
A ONG surgiu em setembro de 2010, e as atividades iniciaram com a primeira visita ao Hospital Conceição (ala de adultos) e, em seguida, na Pediatria. Depois, ao longo desses mais de 13 anos, as ações não pararam mais. "Criamos uma parceria muito boa com a ala pediátrica do Hospital Conceição e, a partir daí, ampliamos os locais de atuação", relata. Ao mesmo tempo, conta Renata, algumas parcerias se acabavam dando lugar a novas ações, graças ao constante interesse de instituições e voluntários em participação das atividades. "A ideia é essa: não parar", afirma Renata.
Atualmente, também são atendidos o Hospital de Alvorada, Hospital de Cachoeirinha, a Clínica de Hemodiálise do Hospital de Cachoeirinha, Hospital Cristo Redentor, Hospital Fêmina e o Hospital Dom João Becker de Gravataí. Além das instituições da área da saúde, outros ambientes recebem a visita dos palhaços, como os asilos - o primeiro a ser atendido foi o Padre Cacique e depois foi a Spaan.
"Foram sendo abertas essas portinhas e se descobriu o valor dessas ações porque às vezes a equipe da Viver de Rir é a única visita que eles recebem", comenta ela. No asilo, por exemplo, os idosos querem ser ouvidos. Renata diz que o pessoal "está louco para fazer e acontecer" e ela diz para ter calma e escutar. "Muitas vezes, os internos precisam dessa atenção, afinal são anos de experiência, de histórias de vida e eles não têm com quem compartilhar", pontua, ao recordar de uma visita na qual uma senhora que foi cantora da época do auge do rádio deu um show de canto na sala de recreação. Muitos idosos chamam para contar as suas histórias, "vira uma festa", segundo Renata.
Outra instituição atendida pela ONG é a Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), que já tem visitas programadas - a próxima prevista para o Dia das Crianças, em 12 de outubro. Quando se encontram com os palhaços, muitos adolescentes se emocionam porque sentem falta de ter com quem conversar. "Somos muitas vezes a única visita que eles recebem e preenchemos uma lacuna importante na vida desses jovens", diz Renata.
 

Ações pontuais precisam de todo tipo de ajuda para continuarem acontecendo

Regularmente, a Viver de Rir realiza três campanhas sociais: a do agasalho, que ocorre não só no inverno, mas sim o ano todo, a de Páscoa e a de Natal. No caso do agasalho, as peças são recebidas e distribuídas para quem necessita. Recentemente foram arrecadadas mais de 100 itens de inverno para a Ksa Rosa, que dá apoio aos catadores de Porto Alegre.
Na Páscoa, são atendidas crianças de algumas comunidades em vulnerabilidade social, sempre vinculadas às escolas, onde são feitas geralmente as doações de ovos de chocolate.
a campanha de Natal é a maior, e contempla mais de mil crianças. São feitas cartinhas, nos mesmos moldes da dos Correios, nas quais a pessoa tem a chance de apadrinhar uma criança que está sempre vinculada a uma instituição de ensino, pois o objetivo é dar um futuro educativo para as crianças. O caminhão leva os presentes até a instituição de ensino e são distribuídos pelos voluntários da Viver de Rir.
A ONG também realiza periodicamente seleções de voluntários para integrarem a equipe. Há diversas formas de fazer parte: atuando como palhaço ou em outras áreas como marketing, RH, eventos, sustentabilidade no terceiro setor, psicologia e fotografia. Também é possível entrar em contato pelas redes sociais @ongviverderir ou pelo e-mail [email protected]. Para ser voluntário, é necessário ter no mínimo 16 anos, estar disposto a aprender, pois, segundo Renata, "o palhaço tem que ser aprendido, estar aberto ao improviso e a espontaneidade", e ter disponibilidade após o treinamento de fazer no mínimo duas visitas ao mês.