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Responsabilidade Social

- Publicada em 15 de Julho de 2023 às 11:00

Mães Pela Diversidade busca apoiar a luta pelos direitos LGBT

Mães e pais do grupo participam de eventos e mobilizam a sociedade no Rio Grande do Sul; na foto, registro durante celebração do Orgulho LGBT

Mães e pais do grupo participam de eventos e mobilizam a sociedade no Rio Grande do Sul; na foto, registro durante celebração do Orgulho LGBT


/Mães Pela Diversidade/Divulgação/JC
A ONG Mães Pela Diversidade é uma rede de afeto e acolhimento para mães e pais em situação de entendimento a respeito da sexualidade e identidade de gênero de seus filhos. A organização surgiu em São Paulo, no ano de 2014, a partir da preocupação das mães com a violência e preconceito que seus filhos gays, lésbicas, bissexuais, transexuais etc. poderiam sofrer. Institucionalizada em 2017, está presente em 24 estados brasileiros e é parceira do Ministério Público, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e Defensoria Pública.
A ONG Mães Pela Diversidade é uma rede de afeto e acolhimento para mães e pais em situação de entendimento a respeito da sexualidade e identidade de gênero de seus filhos. A organização surgiu em São Paulo, no ano de 2014, a partir da preocupação das mães com a violência e preconceito que seus filhos gays, lésbicas, bissexuais, transexuais etc. poderiam sofrer. Institucionalizada em 2017, está presente em 24 estados brasileiros e é parceira do Ministério Público, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e Defensoria Pública.
No Rio Grande do Sul, é representada pela mãe Renata dos Anjos, que começou a organizar o grupo em 2015. Ela destaca que o Rio Grande do Sul tem o privilégio de ter um movimento LGBTQIA muito organizado com várias entidades desde os anos 1990, como a Nuances, Somos e Igualdade, entre outras.
"Então, em 2015 nos somamos a essas organizações e passamos a fazer parte da organização da Parada Livre de Porto Alegre que acontece uma vez por ano. Lá em São Paulo, as mães já faziam parte da organização, também começando em 2015, e continuamos até hoje, tanto lá quanto aqui." A Parada do Orgulho é um dos momentos mais importantes do ano, pois é quando a ONG consegue apresentar o seu trabalho: ir as ruas e conversar com outras mães e pais no intuito de aumentar a rede de afeto e conscientizar através da informação.
As iniciativas realizadas pela ONG incluem reuniões presenciais e virtuais, uma vez por mês, nas quais debatem ações de combate ao preconceito. O grupo possui uma frente para fazer palestras em escolas pois, segundo Renata, os relatos de pais e alunos indicam inúmeras situações de violência neste local. "Temos uma frente bem grande para fazer palestras em escolas e universidades, porque estamos em 2023 e não é mais possível que profissionais das mais diversas áreas se formem sem ter um pouquinho de noção do que são as pessoas LGBTs, o quanto o preconceito interfere na vida dessas pessoas. Então, a nossa ideia é conversar, dialogar com a sociedade", revela. 
O coletivo é laico, suprapartidário e busca dialogar com todos e todas as instituições. "Nós não somos o movimento LGBT, somos parceiros. O nosso foco é sempre o que, empresas privadas, para captar recursos para projetos, a gente vende palestras, faz algum evento nesse sentido onde a ONG possa receber alguma doação. Somos parceiros na luta por políticas públicas e direitos", conta a líder estadual. 
Renata destaca a atuação dos Ambulatórios T no acompanhamento de saúde de trans, presentes no Centro de Saúde Santa Marta (rua Capitão Montanha, 27, 1º andar, Centro Histórico), na Clínica da Família Álvaro Difini (rua Álvaro Difini, 520, Restinga) e no Hospital de Clínicas. Em 2022, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, foram atendidas 1.643 pessoas.
Outra conquista de direitos LGBT que a ONG comemora é a ação  que equiparou a homofobia ao crime de racismo no STF, além da aprovação no judiciário do casamento homoafetivo que, apesar de ainda não ser garantido por lei, até abril deste ano, já foram contabilizadas 76.430 uniões civis entre pessoas do mesmo sexo segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais.
 

Expansão da rede de acolhimento e afeto para o interior do Estado

O Mães Pela Diversidade começou focada em atuar em Porto Alegre e na região metropolitana, mas durante a pandemia, expandiram sua rede de afeto para outras localidades do estado, como Charqueadas, Pelotas, Rio Grande, Bagé, Caxias do Sul, Venâncio Aires e Uruguaiana.
A maioria dos pais que buscam a ONG não compreendem o que está acontecendo, mas sabem que o filho está sofrendo e se sente diferente. "Temos parceiros psicólogos e psiquiatras para dar todo o apoio para eles, grupos de apoio e psicoterapia em grupo para apoiar essa família, para que ela possa acolher seus filhos", conta Renata dos Anjos.
A ONG está no Instagram @maespeladiversidade. "Não é uma piada a partir do momento que desrespeita alguém, a família inteira sofre, não é só a mãe, os irmãos sofrem, o pai sempre vai ser o pai do viado, o pai da sapatão, o pai da travesti. Então, a família inteira acaba numa situação de sofrimento e a gente quer que isso acabe. Não faz mais sentido as pessoas continuarem repetindo padrões por falta de informação e causando sofrimento nas pessoas", expressa. 
"No interior as pessoas não querem ser vistas e identificadas como ativistas e a gente entende isso. Pode fazer parte do grupo. Você não precisa ir lá levantar cartazes e gritar, mas que esteja ali no grupo para acompanhar, para se informar, para seguir estudando, para se apropriar do tema", conta. Dessa maneira, formam um pequeno grupo de apoio, com pais de pessoas LGBTs, para fortificar os laços de amizade e relacionamentos familiares.