Liège Alves, especial para o JC*
Na semana em que comemora seu aniversário de 251 anos, Porto Alegre ganha destaque mundial na área de inovação e tecnologia por ser a sede do South Summit Brazil. Nesta segunda edição, são 47 finalistas, 31 brasileiras e 16 internacionais. O evento acontecerá entre os dias 29 a 31 de março, e o Cais Mauá será o cenário para o compartilhamento de novas soluções desenvolvidas para diversos setores da economia. Muitas conexões e negócios devem surgir a partir deste encontro.
Espaço reúne poder público, investidores, academia e iniciativa privada, além de palestrantes nacionais e internacionais
/Ricardo Rimoli/divulgação/jc
A segunda edição do South Summit Brazil fortalece o perfil de Porto Alegre como referência na área de tecnologia e inovação. Os números do evento deste ano demonstram o impacto positivo gerado em 2022. As inscrições duplicaram e, ao todo, foram mais de duas mil startups inscritas e entre as 47 finalistas, 31 são brasileiras e 16 internacionais.
<div><strong><span style="color: #000000;">LEIA TAMBÉM: </span><a style="color: #3366ff;" href="https://www.jornaldocomercio.com/especiais/south-summit" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Confira a cobertura completa do South Summit</a></strong></div>
O número de palestrantes também cresceu, passando de 500 para 700. Ao final do evento, que acontecerá de 29 a 31 de março - contemplando o aniversário da Capital, que comemora 251 anos em 26 de março - cinco startups serão vencedoras nas categorias: Destaque, Mais Sustentável, Mais Escalável, Mais Inovadora e Melhor Time.
O prefeito Sebastião Melo ressalta que esse ecossistema começou há tempos e se aperfeiçoou muito nos últimos anos. "Aqui temos grandes parques tecnológicos da América Latina, que são o Tecnopuc, o Tecnosinos, o da Universidade Federal e outros. É uma cidade com dezenas de startups e onde nasceu o Pacto Alegre. Então, uma cidade, para ser inovadora, precisa ter esse acúmulo, ter talentos e vontade política. E Porto Alegre tem essas três coisas", frisa.
A estimativa da organização é de que mais de 20 mil pessoas circulem pelos 22 mil metros quadrados do Cais Mauá. A área terá oito palcos e oito tracks de conteúdo para acolher os visitantes. A proposta deste ano é ultrapassar os muros da Mauá e as ruas do Centro da Capital e que a feira se espalhe para outras áreas da cidade.
Para isso, existe uma programação de atividades culturais e gastronômicas nos bairros Cidade Baixa, Bom Fim, Moinhos de Vento e 4º Distrito. "A cidade tem que ser contaminada com esse evento. Estamos muito bem preparados para esta segunda edição. Aprendemos com a primeira e vamos aperfeiçoar para receber melhor o segundo evento", garante o prefeito.
O presidente do South Summit Brazil, José Renato Hopf, confirma a presença de mais de 100 fundos de investimento, incluindo nomes conhecidos dos empreendedores brasileiros. Este ambiente que estimula o compartilhamento de novas ferramentas e soluções abrigará poder público, iniciativa privada, fundos e investidores, startups e stakeholders de todo o ecossistema de inovação.
Além de geração de negócios, o prefeito Melo destaca a importância deste projeto para incentivo ao empreendedorismo local. "A inovação só tem sentido se fizer transformação social. A cidade dá um pulo gigantesco ao consolidar essa feira de inovação que a gente espera que continue em Porto Alegre".
Realizada com a coparticipação do governo do Rio Grande do Sul, a meta deste ano é superar os resultados da primeira edição na qual foram realizados 40 mil contatos por meio do aplicativo oficial e mais de 2.500 reuniões de negócios, entre as cerca de 8.500 empresas e 3.300 startups presentes em 2022.
Conforme Hopf, ano passado foram mais de 500 investidores presentes, incluindo mais de 90 fundos (20 internacionais), com uma carteira total de investimentos que somam mais de US$ 65 bilhões disponíveis para investimentos em negócios na América Latina.
Crescem as expectativas na reta final
/
As expectativas para o South Summit Brazil 2023 crescem nesta reta final para o evento. Os números da segunda edição proporcionam uma ideia da importância da feira que tem entre as finalistas startups de 16 países, palestrantes de renome nacional e internacional e mais de 100 fundos de investimento, sendo 34 deles internacionais.
Rapidez na composição dos preços otimiza tempo e dinheiro
Base de clientes da Aprix mudou depois do prêmio recebido na edição passada, e a procura por vagas para trabalhar na empresa também cresceu
/Laura Broilo/DIVULGAÇÃO/JC
Se o problema é calcular preço, a Aprix resolve. Seja na área de produto ou de serviço e independentemente do tamanho da empresa e do número de SKUs (sigla em inglês para Unidade de Manutenção de Estoque) que existem. Mudaram o valor de alguma matéria-prima, a tabela de fornecedores, lançaram algo ou entraram em um ciclo novo, logo a tabela de vendas estará atualizada.
É uma questão de horas para o que antes poderia durar um mês e envolver um departamento inteiro. "Grandes corporações e indústrias têm que definir, às vezes, mais de 200 mil preços em cada ciclo, em diversos canais de vendas. É aí que entra o sistema da Aprix", diz o fundador e CEO, Guilherme Baggio Zuanazzi.
A ferramenta automatiza o processo dos clientes para que as atualizações sejam mais rápidas. Os algoritmos olham para uma série histórica de custos, vendas e preços que impactam o produto e calculam os preços, considerando os objetivos estratégicos da marca.
O software trabalha unindo dados de pesquisa de preço da Aprix e as informações do contratante. A partir disso, integra-se com o sistema de gestão que o cliente possui para monitorar vendas e custos. O resultado é uma resposta rápida na atualização. "Isso vale tanto para aumentos ou quedas de preço e traz eficiência para a cadeia produtiva", detalha Zuanazzi.
A base de clientes mudou depois do prêmio de Melhor Time no South Summit de 2022. Na época, segundo Zuanazzi, os postos de combustíveis eram os principais contratos. Depois da participação no evento houve uma expansão para outros segmentos como fertilizantes, indústria de alimentos e de bebidas, logística e até seguros. O CEO atribui essa diversificação a um processo de amadurecimento interno.
Outro ganho que impactou a startup foi a conquista de um grande cliente pós evento. "Tivemos um impacto no time. Antes, recebíamos 20 currículos por vaga aberta. Logo depois passou para 200 currículos. Foi algo expressivo isso de atrair e reter talentos", salienta.
De março a dezembro de 2022, o crescimento da receita foi da ordem de 80%, sendo que a maioria dos contratos é de corporações de São Paulo e do Rio de Janeiro. Em terceiro vem Porto Alegre e depois o Nordeste.
Já o time não cresceu na mesma ordem, atualmente está em torno de 40 pessoas. Nos planos da startup consta a ideia de continuar expandindo para segmentos que tenham muitos produtos e SKUs para contabilizar. "Estamos criando uma funcionalidade para extrair mais valor de dados que já possuem. Queremos trabalhar para construir esta funcionalidade e atender vários segmentos", antecipa Zuanazzi.
Match entre caminhoneiros e empresas
Gautier explica que os algoritmos selecionam as opções de serviços conforme perfil do cliente
/FRETO/DIVULGAÇÃO/JC
Uma plataforma que simplifica a logística rodoviária. Com essa promessa, o Freto já conquistou 170 mil caminhoneiros e caminhoneiras que baixaram o app e passaram a acessar a ferramenta que funciona como um "Netflix" do frete. Conforme as escolhas do motorista e sua pontuação, vão surgindo oportunidades de fretes tanto para a ida como para a volta. Na prática, funciona como uma plataforma de relacionamento voltada para o modal rodoviário.
Não há custo para o motorista acessar esse "cardápio de cargas", que os algoritmos colocam à disposição de acordo com o seu perfil de cada usuário, pois as empresas contratantes é que remuneram a plataforma. A startup garante também que as cargas que estão no app estão disponíveis e o preço de frete é efetivamente o preço que o profissional visualiza, sem descontos adicionais.
"Providenciamos vários movimentos. Um deles é o ir e vir do caminhoneiro para estar sempre carregado, pois se ele andar 150 km vazio para conseguir um frete já terá prejuízo", detalha Thomas Gautier, CEO da Freto. Ano passado, o empresário francês participou da primeira edição do South Summit de Porto Alegre como palestrante. Neste ano, a startup concorreu com mais de duas mil empresas e está entre as 50 finalistas da segunda edição.
"É uma honra e um privilégio ser um dos selecionados. Minha expectativa nesta edição é me relacionar com pessoas do setor, fazer bons encontros. Essa premiação vem depois de outras duas que tivemos em 2022. Sempre é bom o reconhecimento de um trabalho árduo do dia a dia", acredita Gautier.
Tecnologia para ter processos mais seguros
Moura explica que a ferramenta transforma imagens captadas por câmeras, drones e satélites em informações e dados
/Jefferson Bernardes/DIVULGAÇÃO/JC
Tecnologia utilizada para substituir o olho humano em lugares que oferecem perigo ou em trabalhos repetitivos desgastantes. Essa combinação de visão computacional, inteligência artificial e reconhecimento de padrões pode ser usada em carros autônomos, em diagnósticos médicos, em controle de qualidade nas fábricas e contagem de itens, entre outras funções.
Para mostrar a funcionalidade da ferramenta, o CEO da Pix Force, Daniel Moura, dá o exemplo do trabalho de inspeção de uma plataforma petrolífera. O que normalmente é feito com rapel, o que demanda risco por ser em alto-mar e demora cerca de 10 dias, pode ser realizado em apenas cinco minutos.
Essa eficiência acontece porque a ferramenta transforma imagens captadas por câmeras, drones e satélites em informações e dados. "A nossa visão é de o que estamos fazendo é potencializar o trabalho humano. Todos os trabalhos que são repetitivos, cansativos e tediosos, a máquina pode fazer. Nossa missão é colocar as pessoas em lugares mais seguros, confortáveis e em posições intelectuais", garante o CEO.
Neste ano, a Pix Force terá um estande e o CEO Daniel Moura será um dos palestrantes da segunda edição do South Summit. A empresa, que começou a operar em 2016, mudou-se para o Instituto Caldeira em 2021, foi a vencedora na categoria Startup mais inovadora no ano passado.
De lá para cá, duplicou em faturamento e tamanho e atualmente conta com mais de 100 colaboradores. "O evento foi importante para nos conectarmos com investidores e clientes. Ainda não fechamos nenhum investimento, mas temos vários interessados", frisa. Para ele, o mais importante foi a reputação da marca, atraindo, assim, talentos em um mercado no qual bons profissionais são muito disputados.
O próximo passo será a internacionalização da empresa. O foco principal são os mercados da Finlândia e dos Estados Unidos, país em que a startup já participa de várias missões internacionais. "Neste ano, estaremos com o governo brasileiro na maior feira do mundo do setor de petróleo e gás, que é nosso foco, com o governo brasileiro", orgulha-se Moura.
Conforme ele, por se tratar de um mercado novo, a Pix Force tem totais condições de competir internacionalmente. "Queremos ficar em Porto Alegre, que é chave para nós, mas as soluções que oferecemos são úteis em qualquer indústria do mundo. Sempre tem alguma adaptação, conforme o sistema de cada empresa, mas no fim são as mesmas necessidades que atendemos", diz otimista.
Conta bancária e educação financeira ao alcance de crianças e adolescentes
Diesel e Santos destacam que o diferencial é ensinar o público a usar dinheiro de forma responsável
/Yours Bank/divulgação/jc
A ideia surgiu a partir da experiência no mundo da Educação. Foi observando as dificuldades de pais e filhos que Felipe Diesel criou o Yours Bank, que oferece contas bancárias para menores de 18 anos. O lançamento aconteceu durante a pandemia, em março de 2021, em Santa Rosa e, junto com os sócios Willian Leandro dos Santos e Raphael Nascimento Neves, a fintech vem ganhando clientes no Brasil afora. O Rio Grande do Sul está entre os dez estados que mais aderiram à solução.
Os serviços disponibilizados são os financeiros básicos como a conta bancária, cartão de crédito, físico ou virtual, e habilitação de chaves Pix. A movimentação pode ser gerenciada pelo responsável. Para abrir a conta basta baixar o app e dar alguns cliques. Segundo Diesel, em três minutos o cadastro está concluído.
O diferencial da proposta está em oferecer educação financeira para ensinar o jovem a usar o dinheiro de forma responsável. O cartão usado tem bandeira Visa, o que facilita a aceitação nos estabelecimentos comerciais. "A criança pode ter menos de um ano, mas tendo CPF, já pode ter conta. Os serviços são gratuitos e nos remuneramos com o comissionamento da Visa pelos negócios gerados e em compras pelo app", explica Diesel.
No ano passado, a Yours Bank foi a grande vencedora da primeira edição do South Summit. O principal resultado da premiação foi atrair como parceiro estratégico nada mais e nada menos do que o Banco do Brasil. "Isso abriu muitas possibilidades e nos deu acesso a outros players importantes", lembra o CEO. Além de expertise e de aporte de tecnologia, o BB, por meio do fundo Corporate Venture Capital (CVC), investiu R$ 5 milhões na fintech.
Atualmente, a Yours Bank tem mais de 120 mil usuários ativos e pretende oferecer investimentos financeiros na plataforma. A meta para este ano não é crescer o número de usuários, mas sim aumentar as taxas de engajamento no app.
A empresa busca atingir padrões de app como Spotify e Netflix. Por isso, a startup vai participar do South Summit deste ano com um estande. A equipe cresceu, mas manteve o atendimento ao cliente em Santa Rosa. As áreas de marketing e de planejamento passaram a fazer parte do ecossistema do Instituto Caldeira, em Porto Alegre e a área tecnológica está em sistema de home office distribuída pelo País.
Estado aposta na inovação como ferramenta de qualidade de vida
Souza participou desde o início das negociações para trazer o South Summit para o Rio Grande do Sul
/JOEL VARGAS/DIVULGAÇÃO/JC
O vice-governador Gabriel Souza participou desde o início da iniciativa de trazer o South Summit Brazil para o Rio Grande do Sul. Em 2021, como presidente da Assembleia Legislativa do Estado, fez parte da comitiva que assinou o contrato em Madri para finalizar o acordo que daria a Porto Alegre a oportunidade de ser a primeira cidade fora da Espanha a ser sede do evento que faz da Capital o ponto de encontro físico entre poder público, startups, investidores, iniciativa privada, instituições de ensino e de pesquisa.
Empresas & Negócios - Que iniciativas o governo do Estado está fazendo para consolidar o Rio Grande do Sul como um polo de inovação e de tecnologia?
Gabriel Souza - De 2019 a 2022, investimos R$ 191 milhões em inovação. Estamos fazendo isso por meio de muitas iniciativas, que incluem a realização de eventos importantes para o Estado, como é o caso do South Summit Brazil, maior evento de inovação da América Latina. Neste ano, vai acontecer apenas em Porto Alegre e em Madrid, sede original do evento, e em Miami, pela primeira vez. Então, antes dos Estados Unidos, o Brasil, através do Rio Grande do Sul, sediou este evento que é fundamental para o nosso desenvolvimento do ecossistema de startups. Mas também temos uma série de parcerias e de editais que fazem com que haja fomento na área de inovação no Rio Grande do Sul. Estamos investindo, inclusive, em inovação no governo do Estado uma série de produtos de inovação que nos têm dado patamares elevados nos rankings nacionais de governo digital. Temos programas nossos, como é o caso do Sistema GESeg, da segurança pública, com premiações internacionais, sendo verdadeiras referências de cases de sucesso quando o tema é inovação no poder público.
E&N - Quais esforços o governo está fazendo para atrair mais investimentos e startups para o Estado?
Souza - Temos como principal programa para atração e desenvolvimento de startups a Rede RS Startup, que é coordenada pela secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia e está buscando alçar o Rio Grande do Sul como líder nacional na criação, no desenvolvimento e na atração de startups. Para isso, estamos elaborando uma plataforma tecnológica que está sendo desenvolvida pela Procergs em parceria com atores internacionais. Queremos criar um ambiente de negócios e cultura empreendedora cada vez maior, criar melhores condições para transformação de conhecimento e riqueza e desenvolvimento. E, através dessa articulação, vamos implementar mais políticas públicas para facilitar o desenvolvimento de novos negócios. Além de promover a criação, retenção e atração de talentos na área de inovação. Há uma vontade do governo de nos conectarmos com o novo Ensino Médio, através das escolas públicas, gerar mais acesso ao capital de risco aos empreendedores com os bancos públicos de fomento, facilitando acesso aos mercados e a internacionalização das startups e também propor políticas afirmativas de inclusão digital. O governador criou uma Secretaria Extraordinária de Inclusão Digital e Apoio às Políticas de Equidade, que é chefiada pela secretária Lisiane Lemos, que veio de uma bigtech que é a Google. Portanto, veio do ramo da inovação. Além disso, a gente tem o Inova RS 4.0, programa cujo o objetivo é consolidar ainda mais o adensamento tecnológico das regiões, conforme suas vocações. Então, incentivando a interiorização das políticas públicas de inovação, ciência e tecnologia e em especial às incubadoras das universidades do interior do Estado, em especial as universidades comunitárias do Rio Grande do Sul.
E&N - Além de atrair empresas e investidores, como o Rio Grande do Sul se prepara para desenvolver mão-de-obra qualificada para a área de tecnologia e inovação?
Souza - O capital humano é a nossa grande riqueza. É a riqueza do século 21. Nós estamos com o Estado cada vez mais com uma pirâmide demográfica mais diversificada em relação à pirâmide que tínhamos no século 20, com menos pessoas economicamente ativas. A gente tem trabalhado com uma série de programas de fomento à educação, cuidado e atenção à primeira infância porque os nossos jovens têm que se preparar desde cedo para chegar à idade adulta com cérebro bem desenvolvido, com capacidade cognitiva para aprender novas habilidades e quanto a isso a primeira infância é fundamental e, claro, na área da educação básica precisamos formar nossos jovens com excelência, com pouca evasão escolar, com muita inovação e tecnologia na escola, com professores bem informados neste sentido. Fui incumbido pelo governador de coordenar o Gabinete de Projetos Especiais (GPE) que contempla seis programas: Operação RS Verão Total, South Summit, e quatro que são focados na área do capital humano, cujos nomes são: Todo Jovem na Escola, de combate à evasão escolar; Professor do Amanhã, formação de novos professores para aumentar a nossa mão-de-obra em licenciaturas, mas também com grade curricular voltada ao século 21; Primeira Infância, para monitorar os índices desta fase; e o Jovem Aprendiz, que terá como público-alvo os jovens gaúchos de baixa renda, em áreas conflagradas pelo crime, com condições ao mercado de trabalho. Isso faz com que o nosso capital humano melhore e a gente tenha condições de atrair cada vez mais empresas. Porque as empresas procuram lugares que tenham, além de incentivo, fiscais e infraestrutura, competitividade logística, que é um assunto importante, também a questão do capital, que é fundamental. Estamos investindo em escolas de tempo integral. O governador elencou como prioridade número um do governo a educação para este novo ciclo que se iniciou neste ano.
E&N - Na sua opinião como esse evento estimula uma mudança do comportamento dos empresariado gaúcho e na sua visão de empreendedorismo?
Souza - Buscamos fazer o evento para atrair e aproximar cada vez mais nosso relacionamento com o empresariado gaúcho no sentido de mostrar a eles que o South Summit não é só um evento. É um hub de inovação, de network, de tecnologia. É a possibilidade de fazer com que tenhamos condições de, a partir deste evento, criar novos ambientes de negócios. Por isso, a importância de ser um evento global o qual atrai pessoas do mundo inteiro, pois 44% dos países do mundo participam deste evento de alguma forma. Dos nossos speckers mais de 10% são de outros países que vêm compartilhar suas experiências e, claro, a interface com os empresários gaúchos para aprimorar o ambiente de inovação no Estado é fundamental. Temos proporcionado isso através do South Summit Brazil com a participação da parte privada com extremo protagonismo.
E&N - O movimento para trazer o South Summit para Porto Alegre foi uma ação colaborativa entre governo do RS, prefeitura da Capital e a iniciativa privada. O senhor enxerga isso como um indicativo de um novo modelo de negócio que está sendo criado?
Souza - Enxergo com extrema positividade. Eu era o presidente da Assembléia Legislativa em 2021 quando fomos a South Summit Madri assinar este acordo, em conjunto com a prefeitura de Porto Alegre e a parte privada também, que é fundamental para isso. Temos um contrato para mais já para, além dessa, mais quatro edições. Certamente é uma parceria de muito sucesso que tem que ser derivada e ampliada para outras questões para aprofundarmos a possibilidade de fomentar cada vez mais ecossistemas de inovação no Rio Grande do Sul, não só na Capital e grandes cidades, mas também no Interior do Estado. Porque a inovação está no agronegócio, está no campo, na cidade, na indústria, está no comércio, no serviço, no governo, na educação, na saúde, na primeira infância, na segurança pública e assim por diante. Portanto, nós queremos ser um Estado cada vez mais inovador, somos o governo da inovação. O governador Eduardo Leite e eu temos orientado os secretários neste sentido e buscamos com estas ferramentas de inovação tomar as melhores decisões para melhorar a vida do povo gaúcho.
*Liège Alves é jornalista e publicitária graduada pela Pucrs ,com especialização em Jornalismo Aplicado. Foi repórter do jornal Zero Hora e do Grupo Sinos e editora no Jornal do Comércio. Atuou na área de Comunicação Corporativa e atualmente é diretora da Editora Essência.