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Com a Palavra

- Publicada em 24 de Setembro de 2022 às 21:10

Lugano: 'Somos uma startup de 46 anos', diz CEO da marca gaúcha

Luz diz que a loja-conceito aberta na avenida Paulista (foto) deu mais peso e respeito à marca

Luz diz que a loja-conceito aberta na avenida Paulista (foto) deu mais peso e respeito à marca


PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
A vida de uma das maiores marcas e redes de varejo de chocolate do Brasil, a gaúcha Lugano anda muito doce ultimamente, mas às custas de muito trabalho, vendas e mudança no negócio. Isso é simbólico para uma empresa que quase fechou nos primeiros meses da pandemia. "Vendemos até nossos carros para pagar as contas", recorda o CEO da Lugano, Augusto Schwingel Luz, que recebeu o bastão para comandar a operação do pai Francisco, o seu Chico, como é mais conhecido. A crise sanitária, que acabou com a Páscoa de 2020 e frustrou a de 2021, fez a fabricante apostar na experiência dos consumidores com o chocolate e engatar uma escalada na expansão. Por tudo isso, no aniversário da fabricante, neste 26 de setembro, o CEO define: "Somos uma startup de 46 anos". Números reforçam a tese: a marca pretendia fechar 2022 com 200 franquias vendidas, vai chegar a 300. De menos de 50 pontos físicos no fim de 2021, vai completar 110 este ano. Em 2023, a meta é ter 500 franquias assinadas, além de 500 lojas abertas em até cinco anos. Além disso, a Lugano terá novo parque do Luguito, mascote da marca, em meados do ano que vem, e acelera tratativas para montar uma nova fábrica, que não será no Rio Grande do Sul. Outro detalhe: já é Páscoa de 2023 para o fluxo de pedidos da rede franqueada. "Vai ser a primeira com tudo liberado desde 2020!", lembra Luz, apostando em vendas recordes.
A vida de uma das maiores marcas e redes de varejo de chocolate do Brasil, a gaúcha Lugano anda muito doce ultimamente, mas às custas de muito trabalho, vendas e mudança no negócio. Isso é simbólico para uma empresa que quase fechou nos primeiros meses da pandemia. "Vendemos até nossos carros para pagar as contas", recorda o CEO da Lugano, Augusto Schwingel Luz, que recebeu o bastão para comandar a operação do pai Francisco, o seu Chico, como é mais conhecido. A crise sanitária, que acabou com a Páscoa de 2020 e frustrou a de 2021, fez a fabricante apostar na experiência dos consumidores com o chocolate e engatar uma escalada na expansão. Por tudo isso, no aniversário da fabricante, neste 26 de setembro, o CEO define: "Somos uma startup de 46 anos". Números reforçam a tese: a marca pretendia fechar 2022 com 200 franquias vendidas, vai chegar a 300. De menos de 50 pontos físicos no fim de 2021, vai completar 110 este ano. Em 2023, a meta é ter 500 franquias assinadas, além de 500 lojas abertas em até cinco anos. Além disso, a Lugano terá novo parque do Luguito, mascote da marca, em meados do ano que vem, e acelera tratativas para montar uma nova fábrica, que não será no Rio Grande do Sul. Outro detalhe: já é Páscoa de 2023 para o fluxo de pedidos da rede franqueada. "Vai ser a primeira com tudo liberado desde 2020!", lembra Luz, apostando em vendas recordes.
Empresas & Negócios - Antes de falar do ritmo da expansão de 2022, poderia contar como foi março de 2020, começo da pandemia?
Augusto Schwingel Luz - Tentamos de tudo para sobreviver, mas passamos por alguns momentos em que achávamos que não íamos aguentar. Vendemos tudo que tínhamos de bens para salvar o negócio, até nossos carros. Por vários meses, a meta era só sobreviver. A gente só falava: "Se passarmos vivos por essa, vamos para outro patamar". Enquanto tentávamos manter as portas abertas e o desespero ia passando, fomos nos estruturando para voltar bem. Algumas coisas que aconteceram e que não têm explicação racional, só espiritual, foram nos levando para o caminho certo. Mesmo depois de passado o sufoco, ainda estamos pagando empréstimos que fizemos para quitar compromissos. 
E&N - Como foi a recuperação? 
Luz - No segundo semestre de 2020, a receita começou a voltar. A nossa base de faturamento era muito forte em Gramado, onde tudo parou. Hoje é de 35%, mas chegou a ser 80%. Fechamos 2020 com queda de 70% na receita frente a 2019, mas em 2021 tivemos quase três vezes o faturamento do ano anterior, batendo 2019 (30% acima), mesmo com quatro meses 'mortos', de janeiro a abril, com o recrudescimento da pandemia. Neste contexto, tivemos também de ajustar margens, que reduziram 20%, associada à explosão dos preços dos insumos. O quilo do açúcar, por exemplo, custava, antes de março de 2020, R$ 1,13, e bateu em R$ 3,75. Mexemos nos preços finais, mas nunca neste nível, cerca de 40%. A taxa da franquia é de R$ 60 mil, que vai até o fim deste ano. Isso porque a gente não quer ganhar dinheiro vendendo loja, mas com o desempenho do negócio.
E&N - Como está o ritmo de expansão de franquias? 
Luz - Mudamos a forma de captação na pandemia, usando muito a plataforma digital, além de uma avaliação forte sobre o perfil do pretendente e do ponto. Na crise, usamos a taxa da franquia como um fluxo de capital porque a fábrica tinha parado. Em 2021, tivemos a segunda Páscoa que não existiu. Entraram os pedidos da Páscoa, voltamos a produzir e, no fim de fevereiro, veio a segunda onda da Covid e foi um caos de novo. Mas aí a gente tinha o aprendizado do ano anterior. Em maio, começou a recuperação, atingimos 90% das vendas de 2019. As lojas foram reabrindo, e a receita voltou. Fechamos 2021, com 39 franquias abertas. Muitas pessoas que saíram de seus empregos ou estavam com capital no banco decidiram buscar a Lugano, que crescia e chamava a atenção. Esse interesse segue forte em 2022, com escala exponencial. A meta era chegar a 200 contratos assinados e já estamos em 215. Podemos alcançar 300. Hoje são 110 pontos abertos, incluindo próprios e licenciados. Com uma média de sete empregos por loja, estamos falando de 2 mil a 2,5 mil empregos. Outro detalhe é que 50% dos novos contratos são de franqueados que buscam escala. O ritmo da captação, que era de 25 a 30 por mês até agosto, deu uma reduzida agora. Os contratos estão negociados, mas as pessoas estão pedindo para esperar passar a eleição.
E&N - Onde a Lugano cresce mais no País?
Luz - Crescemos em todo o Brasil, mas a expansão mais forte é no Sudeste e depois no Nordeste. A abertura da loja conceito na Avenida Paulista, em São Paulo, em abril, deu mais peso e respeito à marca no maior mercado nacional. Isso mostrou que não estamos para brincadeira. Em São Paulo, as lojas batem meta que deveria ser em um ano no primeiro mês. No Sudeste, temos maior aderência do público ao tipo de produto. Já os nordestinos respondem bem porque conhecem a gente de Gramado. Não temos muita procura para ter loja no Estado. Isso é um fenômeno e talvez tenha relação com o fato de os gaúchos irem muito à Serra, onde temos as maiores lojas. 
E&N - Com tanta loja e venda, vai precisar de fábrica nova?
Luz - Na fábrica em Gramado, vamos investir em mais automação para elevar a produção e ter mais padrão (dos produtos) e menos desperdício. Compramos uma nova linha de equipamentos que estão vindo da China, com investimento de R$ 1,2 milhão. Era para ter chegado no primeiro semestre, mas atrasou. Os equipamentos devem desembarcar no começo de outubro. Vamos instalar este ano e teremos os impactos na produção em 2023. A capacidade vai passar a 100 a 120 toneladas mês, fundamental para abastecermos as lojas. Agora vamos atingir nossa maior produção, de 80 toneladas ao mês em novembro e dezembro. Vamos montar uma nova fábrica que deve ser no Sudeste, com capacidade de 300 toneladas por mês e também mais automatizada. Estamos na fase de projetos e busca de financiamento, além de ouvir propostas de cidades no Rio de Janeiro e São Paulo. Vamos decidir no começo de 2023 onde a unidade vai ser. A meta é ter a operação em dois a três anos, com aporte de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões.
E&N - O Rio Grande do Sul está descartado para ter a fábrica?
Luz - O Estado não é competitivos nos incentivos fiscais, mas a maior razão é logística, pois precisamos de uma produção mais centralizada e perto do principal mercado. Mas não vamos sair do Estado. A fábrica de Gramado terá foco na produção artesanal. 
E&N - Como vai fechar a receita este ano e quais são os planos para os próximos anos?
Luz - Vamos chegar a R$ 80 milhões, 50% a 60% acima de 2021, desempenho que está muito ligado a mais lojas. A gente acredita que pode chegar a 500 pontos em quatro a cinco anos e ter mais exportação. Fizemos a primeira venda de 15 contêineres no ano passado para os Estados Unidos, volume que deve ser parecido este ano. Estamos indo a muitas feiras no exterior e a maior parte das vendas é com a marca Lugano.
E&N - Quais os planos para o mascote Luguito?
Luz - Nosso ursinho vai ganhar uma nova casa, que será um parque, com muita tecnologia e entretenimento. Serão três andares, expandindo a estrutura que existe. Estamos montando o projeto e começamos as obras. A ideia era aprontar este ano, mas ficou para meados de 2023. Teremos um novo potencial de produtos associados à marca do Luguito.
 
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