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- Publicada em 25 de Setembro de 2022 às 19:26

Iniciativa cultural usa poesia para disseminar educação negra e periférica

Grupo realiza desde intervenções artísticas envolvendo música e rodas de conversa até atividades em escolas

Grupo realiza desde intervenções artísticas envolvendo música e rodas de conversa até atividades em escolas


/CRISTIANO RANGEL/DIVULGAÇÃO/JC
Criado em 2018, o coletivo Poetas Vivos é uma iniciativa cultural afro centrada em fomentar a arte e a educação negra periférica. O grupo se formou a partir dos conhecidos Slams, eventos nos quais os poetas competem lendo ou recitando seus trabalhos. O grupo trabalha com abordagens nos campos da literatura, da educação e da produção musical, tendo como pilares a resistência, o empoderamento, o afeto e a saúde mental.
Criado em 2018, o coletivo Poetas Vivos é uma iniciativa cultural afro centrada em fomentar a arte e a educação negra periférica. O grupo se formou a partir dos conhecidos Slams, eventos nos quais os poetas competem lendo ou recitando seus trabalhos. O grupo trabalha com abordagens nos campos da literatura, da educação e da produção musical, tendo como pilares a resistência, o empoderamento, o afeto e a saúde mental.
Em quatro anos de atividade, o Poetas Vivos já levou seus versos para os mais importantes encontros e campeonatos de poesia falada no Brasil. Além disso, também realiza seu próprio slam. Para o poeta e integrante do coletivo, DaNova, o slam tem grande importância na vida de alguns jovens. "O artista jovem não tem muito espaço de fala e de escuta. O slam é a forma que encontramos para falarmos sobre as coisas que vemos e vivemos", comenta.
A iniciativa também está presente em escolas, onde, através da poesia, reivindicam o cumprimento da Lei 10.639/2003, que determina o ensino da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena em todo âmbito escolar. As atividades vão de oficinas a palestras e rodas de conversa, estimulando o diálogo sobre o racismo e outras questões.
O coletivo também atua no campo da música, trabalhando com elementos do hip hop. Disponíveis em diferentes plataformas, como YouTube, Spotify e Deezer, as produções buscam abordar temas de resistência, empoderamento, afeto e saúde mental. "Lançamos um projeto que é o projeto é o projeto das nossas vidas, sabe? Sempre tentamos transformar em um dos maiores projetos do Sul ou até de todo o País", explica DaNova.
A tão esperada retomada pós-pandemia chegou com uma pitada de expectativa, pois o grupo tinha receio de não conseguir manter o ritmo de atividades que tinha antes da Covid-19. Felizmente, o cenário foi diferente. "Ficamos pensando: será que teremos que iniciar do zero? Começar a fazer os trabalhos de novo em Porto Alegre, para tentar conseguir sair daqui. E o incrível foi que a galera começou a nos chamar para fazermos atividades fora", relata DaNova. Com o retorno à normalidade, o coletivo já realizou atividades em Canoas, Esteio, Sapucaia, São Leopoldo, Santa Maria, Nova Prata e até mesmo em São Paulo. "Com a pandemia nós achamos que ia acabar tudo, mas ainda assim conseguimos seguir com nosso trabalho, colocamos a cabeça no lugar, falamos que não íamos parar e tivemos o retorno positivo", comenta.
"Estar voltando a frequentar esses espaços, a viajar para levar nossa narrativa a lugares que talvez nunca imaginaríamos. Somos jovens negros de Porto Alegre, então levar nosso trabalho a lugares que só víamos, às vezes, na TV, é muito gratificante", declara o poeta.
 

Empreendedorismo também faz parte das atividades do grupo

O Poetas Vivos adquire renda por meio da venda de fanzines, livretos de produção própria, cada uma contendo uma coletânea de poemas escritos pelos membros do coletivo.
Atualmente, o coletivo possui três publicações, sendo elas "Os resistentes também amam", uma coletânea de poesias que trabalha o afeto - um dos pilares fundamentais da iniciativa - trazendo o amor como uma forma de revolução, "Fique bem, fique vive", que retrata a importância do cuidado com a saúde mental - também um de seus pilares - e "Cine Poema", um fanzine autoral do poeta DaNova, no qual são contadas duas histórias usando apenas nomes e referências de filmes.
O coletivo também conta com dois livros lançados pela Biblioteca Nacional, intitulados "Vozes da Revolução" e "Nós - versos de liberdade e melanina'', este último sendo resultado de uma vitória do torneio nacional de slam.
A iniciativa também conta com a venda de outros produtos, como camisetas e moletons com a marca do coletivo. Esses produtos podem ser adquiridos por meio de contato via Instagram (@poetasvivxs).