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HISTÓRIAS DO COMÉRCIO E DOS SERVIÇOS

- Publicada em 02 de Junho de 2014 às 00:00

Super Kan aposta no conceito loja de vizinhança


ANTONIO PAZ/JC
Jornal do Comércio
Foi da paixão por motos, mais especificamente por uma Turuna azul de 1983, que surgiu a necessidade de começar um negócio. Valdemar Marcos dos Santos, conhecido como Marquinhos, só não imaginava que um botequim aberto para pagar o consórcio do veículo se tornaria um dos principais supermercados no bairro Restinga, o Super Kan. A partir de um problema, ele não teve medo de arriscar e inventou uma solução.

Foi da paixão por motos, mais especificamente por uma Turuna azul de 1983, que surgiu a necessidade de começar um negócio. Valdemar Marcos dos Santos, conhecido como Marquinhos, só não imaginava que um botequim aberto para pagar o consórcio do veículo se tornaria um dos principais supermercados no bairro Restinga, o Super Kan. A partir de um problema, ele não teve medo de arriscar e inventou uma solução.

A Turuna foi adquirida com a ajuda da mãe, empregada doméstica. Oito meses desempregado motivaram o rapaz a ouvir a ideia de seu tio, frequentador assíduo de um boteco na Restinga, de ter seu próprio estabelecimento. “Então compramos uma pecinha”, conta Santos, que sempre morou no bairro. O boteco, onde hoje está localizada a matriz do Super Kan, passou a comercializar também cachorro quente, xis e torrada. Para atrair a clientela, abriu uma pizzaria no segundo andar e começou a alugar mesas de sinuca. 

O empresário não teve receio de mudar de ramo toda vez que foram necessárias adaptações para se manter no mercado. Em 1989, transformou a lanchonete e pizzaria na Casa de Carnes Santos. “Eu não entendia nada de carne e contratei um açougueiro. Durante três meses, trabalhamos sem tirar uma folga”, relata. Como consequência do negócio, a casa de carnes transformou-se no Minimercado Santos, finalmente o embrião do Super Kan. “O açougue virou uma bola de neve. Era sinal de que o negócio estava dando certo”, lembra Santos sobre a transformação do açougue em mercado. 

A construção foi ampliada aos poucos, mas o mercado cresceu rapidamente. “Naquela época, tinha menos concorrência, a gente crescia mais rápido”, compara. O nome Super Kan surgiu de um canguru em miniatura, presente trazido da Austrália pelo arquiteto que projetou a edificação. O animal anda para frente a passos grandes, e sua estatueta nunca saiu do balcão da sala do diretor. “Mas eu não tenho superstição. Acredito mesmo é em trabalho”, brinca. 

Desde a abertura, em 1999, o Super Kan nunca saiu da Restinga e de suas redondezas. Hoje, tem três lojas: duas em pontos opostos do bairro e uma no Hípica, bairro vizinho. Inaugurada em 2012, a mais recente filial, no bairro Hípica, foi planejada em 2002, quando Santos comprou o terreno. Durante dez anos, a placa que dizia “em breve, um Super Kan aqui” esteve lá. “A gente tem que ter coragem de investir e acreditar no futuro do nosso trabalho”, considera o empresário.

Cada uma das lojas vende para um público distinto: uma para a classe B, outra para C e a terceira para D e E. Mudam alguns produtos nas prateleiras, mas a estratégia de vendas é a mesma: sempre se adaptar ao comprador. “Ser honesto com o cliente e incentivar o atendimento de qualidade é o mais importante. Eu sempre digo para os funcionários que é o cliente que nos sustenta”, diz Santos. 

Supermercados como o Super Kan, com faturamento de até R$ 100 milhões, são os que tiveram melhor desempenho em 2013, segundo levantamento da Associação Gaúcha dos Supermercados (Agas). A pesquisa, realizada com 331 empresas, revelou que enquanto as grandes companhias cresceram 6,34%, as médias inflaram em 9,5%, superando também o desempenho das microempresas, que cresceram 4,95%. Na disputa por espaço, Santos considera que o Super Kan está atento em proporcionar as marcas que os clientes da comunidade solicitam e em atender as necessidades específicas dos compradores de cada loja.

Supermercado investe em sistema de crédito próprio

Aplicar os mesmos preços da concorrência está entre as estratégias do Super Kan. “Não existe milagre para garantir o menor preço. O negócio é comprar bem para vender bem. Para isso, temos uma grande estrutura de fornecedores”, explica o empresário. O empreendimento conta com oito caminhões e cerca de 300 colaboradores. Para fidelizar clientes, investe em um sistema de crédito por meio do cartão Super Kan, que permite ao cliente pagar em quarenta dias.

Pela segunda vez consecutiva, o Super Kan foi um dos dez destaques do ranking 2013 da Agas, agraciado na categoria que abrange empresas com faturamento anual entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões. A taxa de crescimento do empreendimento foi de 36,4% no ano. Para Santos, o destaque foi resultado direto da abertura da terceira loja, e serve como motivação para seguir investindo.

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