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Publicada em 09 de Abril de 2025 às 17:47

Exportações gaúchas de ovos têm queda em volume e receita em março

Queda nos resultados gaúchos está associada ao foco de Newcastle em 2024, que fechou mercados ainda não retomados

Queda nos resultados gaúchos está associada ao foco de Newcastle em 2024, que fechou mercados ainda não retomados

ABPA/DIVULGAÇÃO/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
O forte crescimento das exportações de ovos pelo Brasil no mês de março não se refletiu no Rio Grande do Sul. No terceiro mês do ano, os embarques de produtos a partir do RS foram 35,4% menores na comparação com igual período do ano passado, com redução também na receita, de 8,3%. O resultado destoa do aumento nas vendas internacionais do País, cujo volume foi 342,2% superior e a receita, 383% maior sobre março de 2024, apontado em levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O forte crescimento das exportações de ovos pelo Brasil no mês de março não se refletiu no Rio Grande do Sul. No terceiro mês do ano, os embarques de produtos a partir do RS foram 35,4% menores na comparação com igual período do ano passado, com redução também na receita, de 8,3%. O resultado destoa do aumento nas vendas internacionais do País, cujo volume foi 342,2% superior e a receita, 383% maior sobre março de 2024, apontado em levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
No primeiro trimestre, a queda na quantidade exportada foi de 18,5,% embora o faturamento tenha aumentado 12%. Já os embarques totais do País apresentaram elevação de 97% em volume e de 116,1% em receita.
Conforme o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, muito dessa disparidade se explica pelos efeitos da ocorrência de um foco da doença de Newcastle e uma granja comercial em Anta Gorda, em julho do ano passado. Desde lá, as exportações de produtos avícolas seguem embargadas para alguns destinos, como o Chile, que nos últimos anos ampliou as relações comerciais do setor avícola com o RS.
Em 2023, 25% das 2.584 toneladas de ovos produzidos e comercializados pelo Brasil para aquele país partiram do RS. De janeiro a novembro do ano passado, foram 6.668 toneladas de todo o Brasil para o Chile, um aumento de 158%. Os números do RS ainda não foram estratificados, mas, com o episódio no Vale do Taquari, o impacto foi grande para o Estado.
“Claro que essa diferença entre os números nacionais e do RS fica mais evidente porque 2024 foi um ano muito aquecido para esse segmento, com os EUA importando fortemente. Mas acreditamos que a partir de abril teremos uma retomada dos negócios também do RS, com pedidos feitos para outros destinos. E, com o crescimento da demanda nacional, a tonelada do produto se valoriza, contribuindo para recuperação também em receita”, diz o dirigente da Asgav.
Santos avalia que a cadeia avícola nacional tem certo conforto no tabuleiro global em que se desenrola a guerra tarifária entre EUA e China. Não apenas pelo fato de o País ter sido taxado em apenas 10% nas vendas para aquele mercado, mas também por contar com um “leque de exportação amplo”. Entretanto, pondera que é preciso acompanhar os desdobramentos e os movimentos dos demais países atingidos pelas manobras do presidente americano Donald Trump e do colega chinês Xi Jinping.
“As encomendas de cortes de frango e ovos estão subindo. Mas temos de ficar de olho em como a sobretaxa vai afetar outros mercados e os produtos que usamos na cadeia produtiva. Muito são baseados no dólar, o que pode impactar nos nossos custos. A questão é que a relação dos países com os EUA altera custos de produtos e tecnologias. E isso tudo funciona em dólar. Entretanto, há oportunidades, porque temos produção em escala e volume para abastecer outros mercados. Exportamos 35% do frango produzido e apenas 1% dos ovos”, conclui Santos.

Receita dos embarques de genética cresce 7,6% no trimestre

Já a venda externa de genética avícola brasileira, incluindo ovos férteis e pintos de 1 dia, geraram uma receita 18,4% superior em março deste ano, totalizando US$ 22,3 milhões, contra US$ 18,8 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Os volumes embarcados, porém, tiveram queda de 35,1% em relação ao mesmo mês de 2024, somando 1.777 toneladas, diz estudo da ABPA.
No acumulado do primeiro trimestre, a receita das exportações alcançou US$ 62 milhões, 7,6% a mais do que os US$ 57,6 milhões registrados no mesmo período de 2024. O volume exportado foi de 5.668 toneladas, uma redução de 27,8% em relação às 7.853 toneladas do ano passado.
O presidente executivo da Asgav explica que materiais genéticos são os mais valorizados da cadeia produtiva, uma vez que leva à produção de matrizes com maior ou menor performance. E que a redução no volume de embarques está associada ao arrefecimento desse mercado, bastante aquecido no ano passado, por conta dos problemas verificados nos plantéis americanos e europeus.
Principal destino das exportações brasileiras de março, o México importou 764 toneladas, uma diminuição de 29,7% em comparação ao mesmo mês de 2024. Outros destinos são Senegal, com 305 toneladas (-28,4%), Paraguai, com 259 toneladas (+8,9%), Venezuela, com 228 toneladas (+148,8%) e Colômbia, com 55 toneladas (+70,1%).
“Temos verificado um importante incremento das compras pelos países vizinhos, demandando especialmente pintos de 1 dia para reforçar a própria produção com genética avícola de ponta brasileira. Essa é uma tendência desde meados do ano passado e que deve seguir pelos próximos meses, o que reafirma a confiança na genética avícola produzida no Brasil”, ressalta em nota o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

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